Essa emenda ficou pior que o soneto, Construtora Odebrecht...
Como parte do acordo de leniência (assumir delitos
empresariais cometidos), a Odebrecht teria que pedir desculpas à opi-
nião pública, via mídia, pelos seus "malfeitos", em conluio com a cúpula do PT e PMDB (no processo "petrolão).
E ela cumpriu tal exigência, mas é simplesmente imperdoável a redação dada, num determinado trecho do pedido de desculpas à nação.
Eis o trecho da declaração pública da Odebrecht que enseja este nosso comentário :
"...A empresa se compromete, POR EXIGÊNCIA DO
ACORDO, a ter uma atuação ética, íntegra e transparente, sem exceções nem flexibilizações..."
Será que passou desapercebido tanto ao redator de tal pedido de desculpas como ao revisor de textos da empresa o en-
tendimento NOCIVO À IMAGEM DA EMPRESA decorrente do emprego de
"POR EXIGÊNCIA DO ACORDO"...
O emprego de tal trecho, na declaração, induz à interpretação de que, SE NÃO LHE TIVESSE SIDO IMPOSTA A EXIGÊNCIA DE ATUAÇÃO ÉTICA...., a empresa voltaria a delinquir tão logo retornasse às atividades normais ou, em outras palavras, que ela não teria se arrependido das falcatruas empresariais das quais partici-
pou.
Imaginando que, efetivamente, a empresa se ar-
rependeu de ter participado de tal prática delituosa e que ISSO NÃO FAZ PARTE DE SUA "PRAXIS" empresarial, a redação em questão deveria, no nosso entendimento, ter sido assim :
"...A empresa se compromete, tanto por exigência do acordo QUANTO AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE QUE SEMPRE
NORTEARAM SUAS AÇÕES, a ter uma atuação ética, íntegra e trans-
parente, sem exceções nem flexibilizações..."
Ou seja : com tal alteração sugerida, fica claro que o pedido público de desculpas não está sendo feito apenas para cumprir parte do acordo de leniência e que o ocorrido deveu-se apenas a uma espécie de "acidente de percurso"...