A Eterna Crise

Em 1982, quando o regime militar agonizava nas mãos do ditador general João Batista Figueiredo, o ultimo dos golpistas, o crescimento da economia Brasileira foi zero, com o destaque negativo para o ano de 1981 que também teria sido um fracasso. O crescimento em 81 foi negativo, segundo analise do Prof. Carlos Lessa, numa palestra na Fiesp em SP, à qual assisti, como funcionário graduado de uma empresa que trabalhei. Numa analise pouco otimista, entre outras afirmações, ele dizia: " Nós estamos nos meses iniciais de 83 mas um prognóstico absolutamente insuspeito é o do FMI, de que o Brasil neste ano de 83, terá provavelmente uma contração do produto interno bruto da ordem de 3,5%, o que significa dizer que, extrapolada essa tendencia, a primeira metade dos anos 80 é de contração e estagnação".

Mais à frente, ele comenta: "Essa entrada nos anos 80, não é apenas uma recessão, MAS É A MAIS SEVERA E MAIS PROLONGADA RECESSÃO DE TODA A INDUSTRIA BRASILEIRA.".

Essa análise de um economista que tinha transito livre para se manifestar durante os desmandos da ditadura militar, deixa nas entrelinhas ou de forma evidente, o que ele escondia ou omitia, por medo ou por conveniencia politica para não ferir susceptibilidades, mas ele teria sido muito corajoso ao afirmar ainda que :

"as indicaçoes de que o conjunto das operações de financiamento no Brasil se estão apresentando progressivamente desarticuladas, e as indicações daquilo que "lato sensu", se pode denominar em especulaçao financeira, deslocada do processo real: fazem com que o Brasil de hoje, pratique dolorosamente o que é talvez a maior taxa de juros real mais elevada do mundo capitalista organizado. As estimativas novamente conservadoras situariam essa taxa real em torno de uns 25 a 30% ao ano. ora, uma taxa dessa magnitude significa que todas as posições passivas da economia, em termos agregados, num espaço de 30 meses, dobram de valor em termos reais.".

(SIC)

Para que todos vejam que a analise de um quadro economico dentro de um sistema capitalista não é fácil. As ideologias mesmo que presentes nos poderes executivos e legislativos, dificilmente conseguem interferir bruscamente nos mecanismos que hoje são coligados e atrelados a uma seria de fatores que interferem bruscamente, como investimento de capital estrangeiro, como taxar essa entrada de capital, politica de importação e exportação e a paridade das moedas e capacidade de investimento. De acordo com a oscilação do dolar por exemplo, pode ser mais interessante exportar, como é o presente momento do governo do PT. Ao se tomar a decisão de exportar, uma fabrica de tecidos por exemplo, somente tem interesse em vender no mercado interno no preço equivalente àquele que ela consegue lá fora e assim automaticamente gera uma inflação. Ao governo, cabe o tom do equilibrio interferindo tanto quanto possivel na compra e venda da moeda estrangeira, no caso o dolar.

Todo mercado satura, até o de moda, não é possivel, voce olhar pro seu guarda roupas e vê-lo lotado de camisas e calças e de repente não vai caber mais nada. Ai, voce não compra, sem falar em outras utilidades e bens indispensaveis que a tecnologia despeja no mercado, induzindo o consumidor ao endividamento, às vezes por bobagens e futilidades.

Assim é o sistema capitalista que não se restringe apenas a função social que é de satisfazer às necessidades do consumidor. Ele quer vender, vender mais e mais e você vai engolindo tudo que vê pela frente, vai comprando tudo que nem precisa e não faz aquilo que é o certo. POUPANÇA.

Tem um amigo meu, jogador de canastra que sempre diz, quando pega um lixo: "Quem guarda, tem". No sentido figurado, vale lembrar isso aqui.

VOU REPETIR: - Quem guarda, tem. - Em outras palavras quem gasta tudo, não tem nada.