QUASE COMO O SER HUMANO, O CAPITALISMO MORRE OCTOGENÁRIO
O capitalismo tem cabeça, tronco e membros. Segue a sinuosidade da linha da vida, cheia de aclives e declives.
Coincidentemente, lendo a história econômica mundial, ou estudando a longevidade humana, percebe-se que os declives mais graves, ou fatais, acontecem quase sempre em meio à oitava década. Procedamos sua biópsia:
I - Entre 1840/1850, a Índia lutava para se tornar independente da Inglaterra. A fim de proteger-se, o Reino Unido, aliado à Prússia e Alemanha, instituiu uma lei bancária cujos efeitos redundaram nocivos à economia dos demais países - direta ou indiretamente -, parceiros dos então gigantes econômicos europeus. Eclodiu, pois, uma crise internacional que se estendeu por dez anos. Diante da inevitável reação mundial, que poderia implicar perda do seu domínio sobre a Índia, a Inglaterra cedeu. Trouxe-se à luz, a partir daí, uma nova e satisfatória estrutura econômica internacional que perdurou por oitenta anos.
II - Em 1929, a Grande Depressão dos EUA. Uma crise financeira sem precedentes, repassada, paulatinamente, para os países ditos subdesenvolvidos, que, quais bebês dependentes, passaram a engatinhar num único sentido, em busca de auxílios e/ou dos apoios político, econômico e financeiro norte-americano.
III - Em 2008/2009 (oitenta anos depois), surge outra grande crise financeira nos EUA, resultante do excesso de empréstimos concedidos pelos maiores bancos privados do país. Não protegidos por um fundo mútuo, tampouco controlados normativamente por um banco central - como ocorre no Brasil -, esses maus emprestadores somente se salvaram graças ao aporte financeiro do Tesouro do Estado (5,5 trilhões de dólares emitidos de 2008 a 2013). Emissão de títulos ou de moedas, qualquer economista sabe, gera óbvio efeito inflacionário. Ora, se o mundo financeiro ainda gira em torno do dólar, em especial numa economia globalizada, é evidente que a enorme inflação, resultante dessas emissões excessivas, foi repassada para os parceiros econômico-financeiros atrelados aos EUA. Podemos chamar a isso de: "socialização da crise", tal como ocorreu em 1929.
Não sei se me conduzo como reles analista econômico ou simples visionário, mas o mundo somente se livrará dos malefícios todos da crise atual a partir do ano 2019.
IV - Trilharemos, por certo, um longo aclive na montanha financeira que se erguerá a partir de 2020, todavia previnamos nossos netos para um próximo e inevitável debacle, lá pelas décadas de oitenta/noventa. São as naturais curvas octogenárias de um capitalismo desumano, cuja durabilidade se assemelha aos humanos.
“Quem viver, verá”.
O capitalismo tem cabeça, tronco e membros. Segue a sinuosidade da linha da vida, cheia de aclives e declives.
Coincidentemente, lendo a história econômica mundial, ou estudando a longevidade humana, percebe-se que os declives mais graves, ou fatais, acontecem quase sempre em meio à oitava década. Procedamos sua biópsia:
I - Entre 1840/1850, a Índia lutava para se tornar independente da Inglaterra. A fim de proteger-se, o Reino Unido, aliado à Prússia e Alemanha, instituiu uma lei bancária cujos efeitos redundaram nocivos à economia dos demais países - direta ou indiretamente -, parceiros dos então gigantes econômicos europeus. Eclodiu, pois, uma crise internacional que se estendeu por dez anos. Diante da inevitável reação mundial, que poderia implicar perda do seu domínio sobre a Índia, a Inglaterra cedeu. Trouxe-se à luz, a partir daí, uma nova e satisfatória estrutura econômica internacional que perdurou por oitenta anos.
II - Em 1929, a Grande Depressão dos EUA. Uma crise financeira sem precedentes, repassada, paulatinamente, para os países ditos subdesenvolvidos, que, quais bebês dependentes, passaram a engatinhar num único sentido, em busca de auxílios e/ou dos apoios político, econômico e financeiro norte-americano.
III - Em 2008/2009 (oitenta anos depois), surge outra grande crise financeira nos EUA, resultante do excesso de empréstimos concedidos pelos maiores bancos privados do país. Não protegidos por um fundo mútuo, tampouco controlados normativamente por um banco central - como ocorre no Brasil -, esses maus emprestadores somente se salvaram graças ao aporte financeiro do Tesouro do Estado (5,5 trilhões de dólares emitidos de 2008 a 2013). Emissão de títulos ou de moedas, qualquer economista sabe, gera óbvio efeito inflacionário. Ora, se o mundo financeiro ainda gira em torno do dólar, em especial numa economia globalizada, é evidente que a enorme inflação, resultante dessas emissões excessivas, foi repassada para os parceiros econômico-financeiros atrelados aos EUA. Podemos chamar a isso de: "socialização da crise", tal como ocorreu em 1929.
Não sei se me conduzo como reles analista econômico ou simples visionário, mas o mundo somente se livrará dos malefícios todos da crise atual a partir do ano 2019.
IV - Trilharemos, por certo, um longo aclive na montanha financeira que se erguerá a partir de 2020, todavia previnamos nossos netos para um próximo e inevitável debacle, lá pelas décadas de oitenta/noventa. São as naturais curvas octogenárias de um capitalismo desumano, cuja durabilidade se assemelha aos humanos.
“Quem viver, verá”.