Desemprego
Segundo Gonzaguinha, “A vida é trabalho / E sem o seu trabalho / O homem não tem honra / E sem a sua honra / Se morre, se mata / Não dá pra ser feliz” /
A crise econômica que se abate sobre o país, resultante também da crise política, tem gerado inúmeros desempregos, com a tendência de aumentar ainda mais, conforme previsão não menos otimistas de economistas e até do mais leigo dos cidadãos brasileiros.
Imagino a situação de um pai de família desempregado, experiência que felizmente nunca passei, pois, já aos 18 anos ingressei no serviço público, com a garantia de estabilidade. Se não tinha um alto salário, tinha a certeza de que ao final do mês tinha a minha renda para o consumo básico. Depois, como é natural o desejo de ascensão profissional, deixei o serviço público e fui para uma empresa de economia mista, onde completei o tempo de aposentadoria, decorridos 35 anos, 9 meses e 9 dias, no somatório dos dois empregos. Assim, nunca tive o dissabor de ser um homem desempregado. Exatamente por isso, fico a imaginar e solidarizar-me com a dor de quem perde seu emprego, sem a perspectiva de recuperá-lo. Num Brasil gigante, com tantas riquezas a serem exploradas, não seria admissível instalar-se o caos existente, se bem administrado.
Hoje, quando volto ao meu sertão, vejo o quanto aquela gente evoluiu, graças ao progresso que ali chegou. E, na perspectiva de o rio São Francisco enfraquecer, já surge uma estação de energia eólica e o projeto de outra solar. Assim, o antigo sertão seco é hoje um oásis na região semiárida, com o verde provindo da irrigação, o que não seria possível sem as usinas hidrelétricas. Se esta faltarem, virão a eólica e a solar, por conta do trabalho inteligente do homem, aproveitando os recursos da natureza.