NOSSA ECONOMIA E O CARRO VELHO

A economia de um país em desenvolvimento, mas que sempre resvala na pobreza dos seus índices macroeconômicos e que navega com problemas crônicos, como a má distribuição de renda, problemas estruturais antigos e aparentemente insanáveis, além de uma burocracia medonha que lhe tira a agilidade e políticas fiscais que poderiam ser classificadas como medievais, nestes tempos digitais e que atravancam o investimento e consequentemente o crescimento, como é o caso do nosso país, bem que pode ser comparada a um velho carro em que todos compartilhamos como passageiros e contribuintes das despesas, sob a direção da atual Presidenta e do seu copiloto, o congresso.

Se o motorista não dirige bem e enxerga mal e seu copiloto, não está preocupado em olhar para frente, mas para si mesmo, então o carro, já velho, poderá ter solavancos, cair em buracos, entrar em velocidade imprópria nas curvas, com risco de capotamento e pior de tudo, tomar direção errada ou estradas mais complicadas com muita subida e que certamente vai dificultar o trajeto para todos. Os passageiros devem estar alertas, que se o carro enguiçar, eles serão chamados para empurrá-lo ou pagar o conserto, além do custo do combustível que sempre é rateado para todos, via impostos.

O PT com sua política social, tratou de colocar mais gente dentro do carro, porém sem se preocupar em melhorá-lo para suportar o peso adicional, nem aumentar o espaço interno e nem se preocupar com o aumento do consumo do combustível. O carro bebeu mais, além de ter ficado mais apertado o espaço interno, que diga a classe média. Os ricos que compram espaços grandes, continuaram a espichar suas pernas. Os condutores, ao contrário do que deveriam agir, fizeram uma desastrosa política de administração dos recursos oriundos dos seus passageiros. Cantaram enquanto dirigiam pelas estradas da bonança internacional do dólar farto e barato, do aumento dos preços dos commodities agrícolas e minerais, sem se preocupar com os rangidos do carro e seus insistentes pedidos de manutenção.

O power-train do veículo, (Trem da potência) que é o conjunto que move o carro, como o motor, ochassis e a suspensão, que nesta analogia, poderiam ser convertidos nos músculos da economia, como sendo o setor de infraestrutura/energia, a indústria e a agricultura, que movem o carro para frente, começou a apresentar desgastes que poderiam comprometer a viagem e deixa-lo na beira da estrada do progresso, mas ninguém ligou para isso, achando que era chororô de quem sempre mamou nas tetas do povo. Talvez devessem ter dado uma olhada nos barulhos oriundos destas partes.

A temperatura que pode comprometer o funcionamento de qualquer circuito elétrico, com o do carro, no caso a inflação, foi mascarada com uso de aditivos para arrefecer a temperatura ao invés de suas causas serem combatidas devidamente. O motor que queimava óleo, claro sinal de fadiga de alguns componentes, no caso a indústria, nunca recebeu um tratamento adequado para seus problemas reais. Incentivos para certos segmentos, como os dados à indústria automotiva e bens de consumo como geladeiras e máquinas de lavar, funcionaram como aditivos no combustível para que o carro andasse mais rápido, sem considerar que isso, afetava ainda mais, o problema que era estrutural. Que era preciso sim, reajustar o preço da energia, aumentar sua produção, corrigir os preços da Petrobrás e não fazer esta política de retenção dos preços administrados, para que a temperatura do veículo, no caso a inflação, não subisse e comprometesse a velocidade desejada.

O problema é que o funcionamento do carro estava como um todo, sendo afetado desde sempre, mas ninguém pensou em solução para isso. O negócio era manter o carro na pista e andando bem, porque aos passageiros, principalmente aos novos que adentraram no carro por último, foi prometido, uma viagem segura e feliz e que as coisas se resolveriam mais na frente. Afinal era preciso ganhar a eleição, cujos votos vem dos passageiros do carro e era preciso mantê-los confiantes nas ações do condutor. Foi dito a eles então que estava tudo bem e que seria necessários pequenos ajustes e que o carro estava firme. Muitos acreditaram!

A eleição foi ganha e o carro finalmente parou na oficina para reparos. O problema é que o mecânico, diga-se Levy, um cara cujas ideias e princípios, não batem muito bem com as do condutor, deu o pior diagnóstico, possível. O pior é que seu diagnóstico, não pode ser questionado, pois o sujeito, disse apenas a verdade que muitos ja suspeitavam.

Assim, o motor que já vinha rajando, necessita ser aberto, os pistões estão avariados, vai ser preciso trocar os anéis e bronzina, enfim o motor precisa ser retificado. A conta vai ser alta. Os passageiros estão arrepiados. Alguns terão de sair do carro e ficar na margem da estrada, porque, não terão como arcar com a paulada. Vai doer.

Os ricos, também irão sofrer, porque eles ganham com o carro em movimento, não com o veículo parado. Eles estão insatisfeitos e preocupados. A classe média de todos os níveis, B, C, D e E, estão apavoradas, porque tomaram dinheiro emprestado para seguir viagem, temem não poder pagar e sofrem com a ideia de ter de sair do carro ou ter de viajar no teto, como a chuva e o vento na cara, além do risco de cair.

Problemas no chassi, ou seja, a infraestrutura econômica, ainda não foram diagnosticados totalmente, mas isto, levaria anos e anos para se corrigir. Os portos vão continuar atulhados, as estradas cheias e perigosas, a energia cara e insuficiente. O governo vai confiar no tradicional estica que dá. O condutor, resolveu ajudar alguns carros amigos e fizeram obras de infraestrutura em Cuba, Bolívia e Uruguai e não no nosso carro. Paciência. Agora não haverá dinheiro para fazer aqui, pelo menos nos próximos anos. Nós continuaremos no famoso lema brasileiro. Vamos que vamos. Afinal um chassi, torto, altera a dirigibilidade e reduz a velocidade, mas não para o veículo.

Não há planos no horizonte para salvar a indústria. Pelo menos, não vi ninguém do governo falando disso. A conjuntura internacional não é favorável, como nos tempos do Lula, o sortudo e a competitividade industrial dos países só aumenta, deixando nossa indústria cada vez mais cara e obsoleta. As barreiras fiscais estão ficando cada vez mais fracas para conter o avanço do produto importado.

Há empresas brasileiras, analisando mudar para o Paraguai, porque, estudos provam que o custo de se produzir lá é menor e o ambiente fiscal é menos hostil e menos burocratizado. Durma com um barulho desse. Se não podemos competir com o Paraguai, então devemos repensar se queremos ter uma indústria aqui e nos tornaremos um país agrícola e exportador de minérios, além de uma sociedade de serviços. Resta saber se isto é suficiente para transportar tanta gente dentro do carro, principalmente, gente que não teve chance de estudar e se desenvolver para enfrentar os desafios de uma sociedade cada vez mais tecnicista e desenvolvida. Quantos analfabetos digitais teríamos no país? Eu creio que milhões.

A coisa se resume assim. O carro vai voltar para a pista. Dependendo do tipo de conserto feito e do dinheiro que sobrar da sociedade para pagar o combustível, ele poderá voltar mais devagar e aumentar a velocidade mais a frente ou continuar assim e simplesmente andar lentamente, se arrastando nos próximos 4 anos. Também é bem provável que depois do serviço, o mecânico, tome um pé na bunda e seja apontado como responsável pela lentidão do carro e não ficarei surpreso se política dos aditivos voltar em prol de ter que ganhar a próxima eleição. Para os políticos no poder, o importante são os fins e não os meios.

Afinal, os politicos atuais, sempre sonharam com um país melhor para todos e nisso são bons para cacete, o que estraga, porém, é a estúpida realidade que lhes cercam!! kkkkkkkkkkkk

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 04/04/2015
Reeditado em 04/04/2015
Código do texto: T5194707
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