A frágil gestão de custos em nossas empresas é resultado da ingenuidade ou da displicência?
Gestão de custos é um assunto extremamente apaixonante, complexo e desgastante.
Como gestores, sofremos pressões nos preços de venda e nos custos de produção e aquisição.
Agir sobre os preços de vendas, quando a concorrência é esmagadora, é uma questão poucas vezes gerenciável. Então, a busca por melhores resultados acaba se concentrando nos custos, onde o poder de manobra da empresa parece maior.
Uma olhada atenta no assunto nos mostrará as inúmeras dificuldades. É necessário conhecimento e muita experiência para avaliação dos problemas e encaminhamento das soluções.
Para pontuar a problemática, basta você mesmo responder esta questão: quantos especialistas em custos você conhece?
Pergunto especialistas, não pessoas que passaram a vida entre planilhas e cálculos, mas jamais mudaram uma estrutura fabril ou empresarial.
Veja se neste momento, na sua organização, há uma imersão para tratar dos custos fixos. Tomara que sim, mas provavelmente não!
Fosse fácil a tratativa, todas as dificuldades já teriam sido superadas.
“Custos é matéria complicada de encarar!”
O tão esperado choque de cultura em gestão de custos, com o fim do ciclo inflacionário, não aconteceu, e nossos modelos continuam inalterados. Pouca atenção é dada aos custos fixos, ao ponto de equilíbrio, à avaliação da produtividade como redutora do custo unitário do produto, e à tratativa de processos.
É fácil notar que o conhecimento da matéria não chegou ao chão de fábrica e o chão de fabrica continua longe dos gabinetes.
Os computadores são portáteis, o conhecimento também, mas as paredes que os aprisionam não são de alvenaria, mas de modelos mentais.
Em gestão de custos, três aspectos são fundamentais: planejamento, programação e controle. Nossas programações são reativas. Vítimas da falta de planejamento.
E por que neste país pouco planejamos?
Não gostamos de regras, de pessoas que nos comandem, de processos repetitivos, de debates onde possamos ser superados, de estudos prolongados, de exposições, de riscos, e nesse caminho a lista vai aumentando.
A visão do que os gastos fixos da empresa representam seria: colocar onze litros de água em um balde onde cabem dez. Sem dúvidas irá transbordar.
Se a empresa não tiver um balde maior, o caminho será reduzir a quantidade de água. Simples assim para entender, complexo para praticar, porque a mágica seria encontrar os responsáveis pela água e pelo balde comprometidos com a solução.
Quando encontramos estão discutindo: um dizendo que sobra água e o outro insistindo que falta balde.
É uma velha piada, desgastada, já um tanto sem graça. Mas, que resume a dificuldade para se tratar da matéria, e que apresenta o inferno brasileiro na geração dos lucros.
E por que, então, não buscar ajuda com especialistas? Por que não adicionar competência?
A adição de competências carrega dois fatores que incomodam: mudanças e interferências.
Conhece a frase: sempre fizemos assim. Por que mudar algo que sempre deu certo?
Certo para quem? Certo por quê?
O que é certo tem sua comprovação nos resultados. Se o resultado não é lucro, não está dando certo.
Empresa vive de lucro, de superávit de caixa. Estes são gerados de seu oxigênio. Sem isso nenhuma organização sobrevive.
E, no longo prazo, sobrevivência não é suficiente. A concorrência é asfixiante, porque carrega todo oxigênio que encontrar disponível.
Como está a produção de oxigênio em sua organização?