As pessoas em primeiro lugar
As pessoas em primeiro lugar Autor(a): Clesio de Luca - Conheça esse autor
História publicada em 30/01/2014
As pessoas em primeiro Lugar,
Vivemos num tempo, o da superficialidade. Alguns raros cientistas, políticos se destacam ou se sobressaem a contribuir para que os números da economias, seja encorajadores...não de hoje mas de uns tempos para cá calejados autores desfrutam de bom conceito de visionários do futuro da humanidade. Estamos nos reportando a obra cujo título aparece em primeiro lugar.
O quadro em que se analisa é do ponto de vista social é econômico. Chega à dramaticidade constatar que a falta de água potável a milhares de seres humanos, bem como a energia elétrica mal distribuída, faltam medicamentos mínimos capazes de salvar crianças ou idosos, a população de baixa renda nos cinco continentes, que carecem de melhorias.
Há a subdivisão clássica de países desenvolvidos, ricos e subdesenvolvidos, pobres mas todos com problemas devido a não praticar o chamado desenvolvimento sustentável.
O resultado é o colapso de milhões de seres humanos sendo devastados já na primeira idade devido a indiferença desses aspectos na gestão econômica.
Em primeiro lugar as pessoas, é o livro que estou lendo e escrito por Amandya Sen, prêmio Nobel da economia de 1998, indiano de nascimento e radicado no Reino Unido. Seu colega o escritor Bernardo Kilksberg, filho de judeus poloneses emigrados para a Argentina. Ambos discorrem na citada obra, a base de estatísticas para abordar a situação que evolve miséria e pobreza, bem como o desmoronamento da classe média argentina empobrecida com a globalização da economia. Sen é professor de Harvard.
Os dois têm em comum a mortalidade infantil e o empobrecimento generalizado da clase média argentina, após a crise de 2001. Eles tratam do tema, sintetizando a opinião de cegueira social da doutrina do estado mínimo responsável pelo enriquecimento de uma minoria privilegiada e pela explosão do desemprego e da violência entre as classes menos favorecidas.
Flagelados pelo descaso das instituições estatais, os setores sociais mais atingidos pela omissão do poder publico nos países pobres, jovens, negros, indígenas, mulheres recebem atenção especial dos autores.
Munidos de um arsenal impressionante de dados estatísticos, mas sem nunca perder de vista o contexto sociocultural vivenciado pelas pessoas reais.
Sen e Kliksberg escrutinam as injustiças e iniquidades, demolindo uma um os mitos associados a sua reprodução.
A falta de acesso as condições sanitárias dignas, a negligência com a educação publica e o descaso com as questões de segurança são apontados como os verdadeiros responsáveis pelos desajustes que mantem numerosos países, em especial a America Latina, num crônico estado de subdesenvolvimento.
As pessoas em primeiro lugar é uma leitura indispensável para superação de tabus anacrônicos que obstruem o debate sobre as prioridades das políticas públicas.
Tenho dedicado algum tempo nessa leitura para tentar compreender o que se passa por trás dos bastidores de nossa política de crescimento econômico ao mesmo tempo em que se constata que em nosso país a gestão pública parece concentrar-se em outros episódios, longe do necessário a dotar as pessoas do mínimo necessário para a sua sobrevivência.
Alguns desses relatos dão conta da necessidade do poder publico e a sociedade civil, para uma imperiosa o combate às desigualdades. Tais abordagens levam os autores para supor alternativas à obsessão estatística do crescimento econômico, devendo privilegiar sempre uma mirada inovadora e humanista. “ È nas pessoas reais, em suas necessidades e anseios primordiais, que se deve buscar a reversão dos círculos viciosos responsáveis pelas tragédias do subdesenvolvimento.
Sem também é autor de A ideia de Justiça, “o que precisa ser feito para que as injustiças mais evidentes do mundo contemporâneo sejam eliminadas ou, ao menos, atenuadas?
Nas sociedades democráticas, as instituições do Estado trabalham pela aplicação equânime das leis ou são meros instrumentos de uma burocracia autorreferente? Partindo do ordenamento jurídico em vigor - que negligencia a realidade concreta dos cidadãos para privilegiar formulação de arranjos institucionais - que caminhos podem levar à construção de um planeta mais inclusivo e menos iníquo...?"