Divisão do Bolo
Quem acompanhou a política econômica do período da ditadura militar deve estar lembrado de que a norma era “deixar o bolo crescer para só depois dividi-lo”. Posteriormente, já no governo democrático, eis que o nosso “Betinho” alertava: “quem tem fome tem pressa”. Não há como esperar para ver o bolo crescer amanhã se hoje já tenho fome. Isto pode provocar a chamada “revolução social” pela disputa do bolo.
Não adianta ter a riqueza e dela não se servir, ou concentrar na mão de poucos.
A governadora do Maranhão foi infeliz na sua declaração ao afirmar que a violência do estado se deve ao seu enriquecimento, ao aumento do PIB maior do que a média nacional. E a mídia foi lá e mostrou o outro lado da miséria. Então, se o bolo cresceu não dividiu com os pobres. Faltou política social. E vem a constatação: “poucos com muito e muitos com tão pouco ou sem nada”. E, para nós alagoanos, outra infeliz comparação: “a má distribuição da renda do Maranhão só perde para Alagoas”. Isto nos coloca como a pior situação do Brasil, no que diz respeito à distribuição do bolo. Não faz muito tempo que estatísticas econômicas afirmavam que apenas onze famílias detinham mais de oitenta por cento da renda de todo o estado. Bolo bem dividido, hein?
Como consequência, o estado é o pior em educação, saúde e segurança. É campeão em todas as estatísticas negativas, como analfabetismo, violência, corrupção e outros males sociais.
Que apareçam outros “Betinhos” para clamar pela justa divisão do bolo.