CONFERÊNCIA INTERNACIONAL - MAIS E MELHORES EMPREGOS NA UNIÃO EUROPEIA
Representantes de diversos países europeus e latino-americanos participam de conferência com o objetivo de discutir os novos desafios estruturais no mercado de trabalho
Embora as taxas de desemprego tenham estagnado nos últimos meses, a Europa ainda convive com os reflexos da mais longa recessão econômica desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). De acordo com informações recentes da OIT – Organização Internacional do Trabalho, a desocupação profissional atinge quase ¼ da população com idade até 25 anos; os números são mais alarmantes na Espanha e na Grécia, cujos índices estão acima dos 50%. “O mundo olha para nós de uma maneira que não condiz com a realidade”, afirmou Octávio Oliveira, secretário de Estado do Emprego de Portugal, na abertura da Conferência Internacional, realizada entre os dias 3 e 5 de outubro de 2013 em Lisboa, logo após o encerramento do XII CONSIG – Congresso de Sindicalismo Global: Um Mundo sem Fronteiras. Aliás, um dos objetivos do evento era justamente apresentar esse quadro atual para os participantes; daí, a importância da presença de representantes de diversos países europeus e latino-americanos.
Fruto de uma parceria entre o CIFOTIE – Centro Internacional de Formação dos Trabalhadores da Indústria e Energia e a EZA – European Centre for Workers’ Questions, a conferência contou também com a participação da Comissão Europeia que, juntamente com o Parlamento Europeu, constitui um dos principais órgãos com poder de legislar sobre os interesses dos países da zona do euro. Entre os problemas que mais afligem os europeus atualmente, o desemprego merece destaque; e é para enfrentá-lo que o painel – ou tema – principal da conferência anunciava que “Os Novos Desafios Estruturais no Mercado de Trabalho Devem Gerar Mais e Melhores Empregos na União Europeia”. “Somos uma pequena gota d´água no oceano, mas estamos contribuindo para que nossos jovens tenham mais oportunidades de emprego”, discursou o presidente do CIFOTIE, António Matos Cristóvão, salientando que desde sua fundação, em 1995, a entidade tem trabalhado seriamente para cumprir o que rege seu estatuto, que é elaborar estudos que possam promover a formação técnica e profissional. “Essa conferência é para os jovens”, emenda.
Por sua vez, Bartho Pronk defende que para aumentar a quantidade e a qualidade dos empregos é preciso que as instituições trabalhem corretamente e que os governos façam a parte que lhes cabe, ou seja, elaborar políticas adequadas. Representante da Comissão Europeia, Katalin Gönczy endossa as palavras do presidente da EZA e projeta, com grande otimismo, que os principais problemas do continente, como a elevação da taxa de emprego e a questão dos imigrantes ilegais, serão resolvidos até 2020.
Ao menos no último trimestre, Portugal deu um bom exemplo de que, se não está sanada, a crise financeira está ao menos controlada. “Felizmente, nossa economia cresceu 0,1%”, orgulha-se Octávio Oliveira. Pode parecer pouco, mas levando-se em consideração que esse índice é o primeiro saldo positivo depois de três anos de déficit, há bons motivos para comemorar. No entanto, ele está ciente de que o país precisa qualificar seus jovens e formar milhares de técnicos. “Reconhecemos que a qualificação traz grande utilidade social para a economia. E quanto mais a formação profissional estiver próxima das empresas, maior será sua utilidade”, conclui.
Presidente da FENTEC – Federação Nacional dos Técnicos Industriais, Wilson Wanderlei Vieira também participou da abertura oficial da Conferência Internacional. “Nós representamos os técnicos brasileiros que, de um modo geral, estão presentes em todos os setores e colaboram incisivamente para o desenvolvimento do nosso País”, disse ele, parabenizando os organizadores do evento, sugerindo a realização de um evento futuro no Brasil e enfatizando que o ensino técnico de qualidade é essencial para que os jovens conquistem seu espaço na sociedade, com oportunidades profissionais e empregos dignos.
Entre os países europeus estavam representantes da Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Croácia, Eslovênia Espanha, França, Grécia, Holanda, Lituânia, Luxemburgo, Itália, Malta, Portugal e Romênia. Dos sul-americanos, incluindo o Brasil, participaram a Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Após a abertura oficial teve início o ciclo de palestras, focando a qualificação profissional como fator decisivo para geração de empregos; a importância de parcerias e integração social no combate ao desemprego; e os projetos europeus direcionados ao mercado de trabalho.
Fonte: Revista da FENTEC - Edição 38
http://www.fentec.org.br/revista/REVISTA%20DA%20FENTEC%2038.pdf
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JDM