ROLO FINANCEIRO

Neste momento histórico, em que nossa Pátria amada se encontra, nada mais oportuno do que recomendar aos leitores “A Arte de Furtar” e o “Sermão do Bom Ladrão” de Antônio Vieira. Tem-se a impressão que hoje o Brasil é o Reino de Portugal do século XVII. Conjuga-se o verbo furtar em todas as suas formas.: eu furto, tu fartas, ele furta... furtei, furtarás... que ele furte... Furta-se no presente, no futuro e no mais-que-perfeito. E dou um exemplo de como os agiotas e ladrões estão soltos por este país. E não se trata dos ladrõezinhos de galinhas ou dos agiotas das esquinas de rua. Não é um absurdo de agiotagem que Cartões de Crédito e algumas Financeiras cheguem a cobrar juros de 300% ao ano? E os juros dos Bancos! Perguntem quanto estes mesmos cartões e bancos podem cobrar de juros nos Estados Unidos e na Europa!

Eis o exemplo: Em 2010 fiz um empréstimo no Credicard/Citybank, na Loja do Credicard no centro do Recife, para pagar em 24 parcelas. Terminei de pagar em 26.06.2012, embora a data limite fosse 05.07.2012. Tudo bem, durante os 24 meses, de vez em quando atrasei alguma parcela, que pagava depois com os devidos juros. Tudo pago. Mas acreditem, dia 29 de agosto de 2012 recebi uma comunicação extrajudicial, de uma agência de cobrança, a serviço do Credicard/Citybank, me comunicando que eu devia mais de R$ 29.000,00 ao City Bank, e me intimando a pagar esta quantia. Fiquei alarmado e quase não dormi durante a noite. Por isto, logo de manhã do dia 30.08.2012 procurei a loja do Credicard/Citybank no centro do Recife para descobrir que cobrança era esta, e se havia pendências no meu contrato. O atendente, com certa grossura, verificou, e não encontrou qualquer pendência. Tudo tinha sido pago. Pedi-lhe então um “nada consta”. Explicou-me que o Credicard não tem o costume de fornecer documento declarando a quitação de empréstimos.

Não me restou outro caminho a não ser o PROCOM, que gentilmente abriu um procedimento para solicitar explicações desta cobrança ao Citybank. Entrarei ainda na justiça para reparar os “danos morais”. E o meu nome “sujo” na praça? Interpreto esta cobrança indevida como tentativa de agiotagem. O mais triste é que Financeiras, Cartões de Crédito e Bancos constrangem, assim, os cidadãos, e tudo nas “barbas do Governo”. Uma vergonha! Por isto recomendo: não deixem de ler A Arte de Furtar, atribuída a Antônio Vieira, e seu Sermão do Bom Ladrão. Estes dois textos revelam meridianamente que o Brasil de hoje é o Reino de Portugal de ontem.

Inácio Strieder é professor de filosofia/Recife-PE

ROLO FINANCEIRO

Inácio Strieder

Neste momento histórico, em que nossa Pátria amada se encontra, nada mais oportuno do que recomendar aos leitores “A Arte de Furtar” e o “Sermão do Bom Ladrão” de Antônio Vieira. Tem-se a impressão que hoje o Brasil é o Reino de Portugal do século XVII. Conjuga-se o verbo furtar em todas as suas formas.: eu furto, tu fartas, ele furta... furtei, furtarás... que ele furte... Furta-se no presente, no futuro e no mais-que-perfeito. E dou um exemplo de como os agiotas e ladrões estão soltos por este país. E não se trata dos ladrõezinhos de galinhas ou dos agiotas das esquinas de rua. Não é um absurdo de agiotagem que Cartões de Crédito e algumas Financeiras cheguem a cobrar juros de 300% ao ano? E os juros dos Bancos! Perguntem quanto estes mesmos cartões e bancos podem cobrar de juros nos Estados Unidos e na Europa!

Eis o exemplo: Em 2010 fiz um empréstimo no Credicard/Citybank, na Loja do Credicard no centro do Recife, para pagar em 24 parcelas. Terminei de pagar em 26.06.2012, embora a data limite fosse 05.07.2012. Tudo bem, durante os 24 meses, de vez em quando atrasei alguma parcela, que pagava depois com os devidos juros. Tudo pago. Mas acreditem, dia 29 de agosto de 2012 recebi uma comunicação extrajudicial, de uma agência de cobrança, a serviço do Credicard/Citybank, me comunicando que eu devia mais de R$ 29.000,00 ao City Bank, e me intimando a pagar esta quantia. Fiquei alarmado e quase não dormi durante a noite. Por isto, logo de manhã do dia 30.08.2012 procurei a loja do Credicard/Citybank no centro do Recife para descobrir que cobrança era esta, e se havia pendências no meu contrato. O atendente, com certa grossura, verificou, e não encontrou qualquer pendência. Tudo tinha sido pago. Pedi-lhe então um “nada consta”. Explicou-me que o Credicard não tem o costume de fornecer documento declarando a quitação de empréstimos.

Não me restou outro caminho a não ser o PROCOM, que gentilmente abriu um procedimento para solicitar explicações desta cobrança ao Citybank. Entrarei ainda na justiça para reparar os “danos morais”. E o meu nome “sujo” na praça? Interpreto esta cobrança indevida como tentativa de agiotagem. O mais triste é que Financeiras, Cartões de Crédito e Bancos constrangem, assim, os cidadãos, e tudo nas “barbas do Governo”. Uma vergonha! Por isto recomendo: não deixem de ler A Arte de Furtar, atribuída a Antônio Vieira, e seu Sermão do Bom Ladrão. Estes dois textos revelam meridianamente que o Brasil de hoje é o Reino de Portugal de ontem.

Inácio Strieder é professor de filosofia/Recife-PE