Endividamento e Crédito no Brasil


Um dos principais fatores que contribuíram para o recente desenvolvimento brasileiro foi à expansão do crédito. Quanto a isto, antes de falar-se a respeito, é interessante se pensar o crédito como uma antecipação de receita ou de renda futura, ou seja, aquele que vai se endividar vai tomar recurso junto àquele que tem sobrando e lhe pagar por isto. Com isto resolve sua situação presente, mas compromete parte de sua receita ou renda para pagamento do empréstimo. Em suma, tem uma satisfação presente, porém comprometendo parte do seu futuro. Ou seja, o crédito ajuda sempre no presente, porém há que ser prudente à medida que compromete o futuro. Um exemplo simples: se você adquiriu algo e parcelou, diminui a sua capacidade de aquisição futura, pois terá menos renda disponível. Quanto a isto o que se pode dizer é que boa parte da população brasileira, hoje usufrui do crédito. Em julho de 2010 57,7% dos consumidores do país estavam endividados. Situação que contribui para a preocupação é que dentre as consumidoras (mulheres), 48% delas segundo levantamento costumam tomar novos recursos emprestados para quitar o anterior. Outro esclarecimento obtido é que deste percentual 30% se arrependeram de tomar tal providência como solução, enquanto as outras 18% viram vantagem nisto. O fato é que em termos de solução econômica pagar com novo endividamento só passa a ser vantajoso se o custo da nova dívida for inferior àquela que foi quitada.. Quanto a isto é importante observar que crédito pode ser entendido como compra de dinheiro, e os juros e taxas contratuais, o preço desta mercadoria. Neste sentido, existem várias taxas de juros no mercado, umas custando mais outras menos, algumas com maior facilidade de acesso outras com menor. Atualmente a liderança do endividamento está associada aos cartões de crédito, ou seja, em torno de 70% dos que ganham até 10 salários mínimo têm dívida com o cartão de crédito, o que mostra uma má gestão de opção por ser a taxa de juros mais alta; talvez ocorra por conta da facilidade do crédito oferecido, mas isto é diretamente proporcional ao custo maior. Assim, para simplificar, pense o seguinte, de todas as taxas a pior é a do cartão. Para se ter uma ideia, pior que do cheque especial, pois embora bastante alta ainda é inferior à do cartão. São mais baixas a do crédito pessoal e do crédito ao consumidor, sendo normalmente a melhor opção a taxa associada à consignação, que é justamente mais barata por ser garantida por desconto no momento que o tomador recebe a renda. Então, ao fazer empréstimo tenha em mente que está comprando dinheiro, compare não só as taxas de juros, mas nas taxas contratuais, às vezes ali se esconde parte da suposta vantagem. Esteja atento e tenha em mente que o crédito resolve no presente, mas compromete parte dos seus futuros orçamentos. É uma boa solução, mas deve ser usada com sensatez.


Professor da UNIFAE, centro universitário em São João da Boa Vista-SP. Ex-Presidente do IPEFAE (2007/2009). Economista pela UNICAMP, pós-graduado em Economia de Empresas UNIFAE, com Mestrado Interdisciplinar em Educação, Administração e Comunicação pela UNIMARCO. Doutorando em Educação pela UNIMEP Comentarista Econômico da TV UNIÂO. Membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista-SP, Cadeira nº06, Patrono Mario Quintana.


http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/endividamento-e-credito-no-brasil/52414/
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 01/05/2012
Reeditado em 01/05/2012
Código do texto: T3643355
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