O Endividamento do Consumidor no Mercado de Automóveis


O consumidor já deve ter percebido que nos últimos anos no que tange ao número de parcelas e juros de financiamento para compra de automóveis houve significativas alterações. Quanto à taxa de juros ela será determinada em parte a partir do custo com que os recursos são captados para serem oferecidos, neste sentido, o governo pode atuar em favor de juros mais baixos ou mais elevados dependendo de seu interesse em aquecer ou desaquecer o mercado em questão. Ora se começam formarem estoques indesejáveis nos pátios das montadoras, ele irá buscar reduzir os juros para estimular a venda, se em sentido inverso começa a faltar automóveis, e começa a surgir o denominado ágio, ou mesmo aumentos disfarçados através da cosmética industrial, que dá uma mudada aqui e ali no modelo, e sobe o seu preço, a tendência é o governo atuar no sentido de esfriar o mercado aumentando a taxa de juros, o que pode ocorrer simplesmente aumentando a tributação das operações de crédito no setor. Já quanto ao número de parcelas a situação é talvez um tanto mais complexa, o que ocorre é que normalmente o preço dos veículos sobem acima da inflação, isto é possível, dado o mercado automobilístico ser oligopólico, o que significa que as montadoras conseguem interferir nos seus preços com certa independência do mercado. Como são poucos produtores, não vão entrar numa guerra de preços, se existe um confronto é do tipo guerra fria, ou seja, se ameaça muito mais não partem para confronto direto, a regra é a seguinte modelos menos vendidos e similares têm mais desconto, mais vendidos não tem, ou tem menor, é um jogo civilizado, tem limites. Seja lá como for o problema é que normalmente o preço dos automóveis sobe acima da renda, ora isto implica que ao dividir o preço em parcelas e seus respectivos juros, o valor das mesmas aumentam e passam a representar uma maior porcentagem da renda do consumidor, ora para ajustar, para a parcela caber na renda, aumenta-se o seu número. Aliás aumenta-se o número se é desejável manter ou aquecer o mercado, pois se o objetivo for inverso busca-se é reduzir a quantidade, no caso do Brasil, isto é algo muito importante por conta do que representa a indústria automobilística, eis a razão de as vezes se fazer em 24, outras 36, mais ainda 48, já se chegou em 84 vezes. E neste caso é importante o crédito dado que mais de 2/3 das compras de veículos são feitas a prazo. Ou seja, não estaria errado dizer que no atual momento a amplitude do mercado automobilístico depende do crédito.

Professor da UNIFAE, centro universitário em São João da Boa Vista-SP. Ex-Presidente do IPEFAE (2007/2009). Economista pela UNICAMP, pós-graduado em Economia de Empresas UNIFAE, com Mestrado Interdisciplinar em Educação, Administração e Comunicação pela UNIMARCO. Doutorando em Educação pela UNIMEP Comentarista Econômico da TV UNIÂO. Membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista-SP, Cadeira nº06, Patrono Mario Quintana.


http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-endividamento-do-consumidor-no-mercado-de-automoveis/533

http://www.revistaatua.com.br/web/destaques.php?leia=true&id=169

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 29/04/2012
Reeditado em 29/04/2012
Código do texto: T3640013
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