Opções de Aplicações Financeiras

Com o retorno da inflação para um nível mais significativo no último mês, sendo projetada para algo em torno de 6,5% segundo o IPCA do IBGE, é importante para aqueles que têm recursos disponíveis pensarem numa opção para mantê-los protegidos da desvalorização do dinheiro. Para tal, o mercado financeiro oferece a denominada correção monetária e taxa de juros para várias aplicações. A primeira se refere unicamente à correção do dinheiro, portanto, não implica ganho, mas apenas recomposição ao valor original, o ganho real será a parcela que ultrapassar a correção normalmente oferecida na taxa de juros. Se conseguir ganho real, é bom que saiba que ficará sujeito ao pagamento de imposto de renda que levará de 15% a 22,5% daquilo que conseguiu ganhar acima da inflação. Outro fator importante é verificar se o volume que se tem para aplicar atinge a taxa cheia da aplicação. Para muitas delas os bancos oferecem apenas percentual da taxa, que é inferior à taxa cheia que contempla os maiores volumes de recursos, assim verifique se o valor que vai aplicar é contemplado ou não pela taxa cheia. Outra questão é que algumas aplicações, em especial aquelas conhecidas como fundos, cobram taxa de administração, o que haverá de reduzir a taxa de remuneração da sua aplicação, que neste caso será a taxa total menos a taxa de administração, que é variável de banco para banco. Não é só isso: existem impostos cobrados sobre operação financeira, o IOF, porém cobrado apenas se o resgate for antes de 30 dias. Quanto à questão do prazo, também deve se verificar se a retirada antes do vencimento implica em remuneração parcial ou perda de remuneração. Ainda de modo geral existe a opção de aplicar-se em operações pré ou pós fixadas, cujo significado é respectivamente que as primeiras terão remuneração fixa independente da inflação, enquanto as outras seguirão a correção monetária a partir de algum índice de inflação pré-determinado. Nesse sentido, se a tendência for de alta da inflação são desaconselháveis as pré-fixadas, pois pode-se não conseguir cobrir a desvalorização real da moeda. De modo geral, se for um pequeno aplicador a melhor opção é a Caderneta de Poupança, que garante uma taxa de juros mensal de 0,5% ou seja, 6,0% ao ano, acrescidos da TR (Taxa Referencial) que é calculada a partir da taxa SELIC e da média das taxas de CDB, pré-fixado, de 30 dias, tem menor remuneração, porém baixo risco. Quanto a Caderneta o problema é que tem data de aniversário e quando se resgata antes perde-se o rendimento. Na sequência, priorizando a segurança e a recomposição do dinheiro a melhor opção são os CDBs-DI. Rendem o equivalente à Taxa Selic e trazem a vantagem da liquidez diária, podendo ser resgatados a qualquer momento. Não têm taxa de administração, mas é preciso estar atento se o banco pagará ou não a taxa cheia para o valor aplicado, ou seja, a remuneração será sempre o valor líquido obtido. Seguem-se os fundos que podem ter perfil mais ou menos conservador, o que estará associado ao tipo de títulos que os compõem. Os de maior risco normalmente apresentam maior rentabilidade, e vice-versa; estes têm taxa de administração e normalmente a remuneração também fica atrelada ao valor da aplicação. Dentre estes o mais arriscado são os fundos de ação, que seguem em torno da flutuação do preço patrimonial das ações que podem subir bem acima da inflação, assim como podem cair, não remunerando nem mesmo a desvalorização da moeda, e implicando em perda real. Fundos de ações são desaconselháveis para quem não milita no mercado, mas se ainda assim almejar correr riscos é melhor optar pelas ações de companhias mais sólidas. Isto tende a reduzir o risco, ou seja, as ações têm valorizações conforme a empresa das quais compõe o capital. Seja lá como for, antes de querer ganhar é importante aprender a não perder, e por estranho que possa parecer o mercado financeiro em parte é, sim, um jogo com vencedores e perdedores.

Gilberto Brandão Marcon: Professor da UNIFAE, centro universitário em São João da Boa Vista-SP. Ex-Presidente do IPEFAE (2007/2009). Economista pela UNICAMP, pós-graduado em Economia de Empresas UNIFAE, com Mestrado Interdisciplinar em Educação, Administração e Comunicação pela UNIMARCO. Doutorando em Educação pela UNIMEP Comentarista Econômico da TV UNIÂO. Membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista-SP, Cadeira nº06, Patrono Mario Quintana.


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Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 28/04/2012
Reeditado em 29/04/2012
Código do texto: T3639058
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