A MAROLA QUE NÃO MORREU NA PRAIA

Desde que estourou a crise financeira mundial ( e foi só lá fora?) o Brasil vem se equilibrando, segundo os especialistas do governo, numa saúde financeira invejável.

O que o povo percebe no bolso, e agora nos bancos, não conta.

Há quase quatro anos da quebradeira lá fora, quando nosso então animadíssimo presidente falava para que relaxássemos já que por aqui a tsunami da crise chegaria numa marolinha, o povo vive um bum de gastos e consumo.

Compra-se cá dentro, compra-se lá fora, e sinceramente, a impressão que temos é a de que salvaremos o mundo da quebradeira.

O dinheiro do mundo está aqui!-então não se preocupem, comprem.

Para incentivar a herança consumista adquirida do nosso ex-presidente Lula, todas as pessoas que compraram muito lá atrás deverão continuar a comprar muito na atualidade...e lá na frente a se perder de vista.

Para isso tratou-se de diminuir o custo do crédito para que as pessoas se enforquem mais, porque muito se comprou e pouco se pagou!

Paralelamente à facilitação do crédito que muito longe está de baratear o custo do dinheiro, empresas se unem num mutirão para tentar renegociar as dívidas dos cartões...cartões de que mesmo? De crédito.

Não é impressionante?

O Governo está num impasse incrível: tem que mobilizar a economia, barateando o crédito para que a indústria não quebre, o que significaria muito desemprego e um círculo vicioso perigoso para a economia.

Por outro lado a classe média, que é a que compra, está engessada com tributos e com as contas públicas nitidamente inflacionadas.

E os salários...penso que nunca estiveram tão ruins!

Hoje paga-se muito pouco para qualquer profissional com boa formação à disposição do mercado de trabalho..

No curto custo -benefício duma formação nos dias de hoje, o que se gasta para estudar demora muito a reverter para o bolso de quem investiu. ..em si mesmo.

Todavia, ainda que com a baixa dos juros, a população acumulará perdas nas aplicações financeiras, porém os bancos...ah, não diminuem seus lucros exorbitantes nos empréstimos nem com reza brava.

O spread bancário está sempre nas alturas com ou sem crise financeira.

É só fazer as contas leigas:

É assim, ó: nosso dinheiro não vale nada para eles...mas o deles vale muito para nós. Curioso: o dinheiro deles é todo nosso, o de todos nós.

Mas, um alerta está bem dado: continuem comprando que o governo garante, só não sabemos como, quando e nem porque.

Está tudo de graça mas só que pela hora da morte...da morte do seu bolso.

Qual seria a saída para o povo endividado?

Ora, ano eleitoral, somos todos guerreiros, então, é melhor se filiar num bom partido, que daí todas as dívidas serão perdoadas por quaisquer meios.

Eu já estou escolhendo minha legenda, afinal, seria um mico morrer na praia depois de contornar um mera "marolinha"...que demorou quatro anos para apontar por aqui, em praias brasilis.