O milagre da objetividade
Fim de semana, num almoço da turma, ouvia um amigo, que tem uma média empresa familiar, dizer ao filho: - Lembra daquela papelada nas gavetas do escritório, sobre a mesa, numa pasta qualquer no arquivo, aguardando a tão prometida ação de organização? Continuam lá! O armário em casa, com as roupas espalhadas, que você pediu que ninguém mexesse, porque iria fazer algumas doações? Estão do mesmo jeito! Aquele livro que você deixou na mesinha da sala, há um mês, porque “precisava” ler, e pede para que não seja recolocado na estante para que não esqueça, ainda está no mesmo lugar, apenas muda de posição a cada limpeza do ambiente! Aquela revista de agosto de 2.001, no porta-malas do carro, com a matéria sobre a Amazônia, que lhe daria informações sobre o mercado da região, continua importante ou pode ser encaminhada para o José que vende revistas e livros usados? O aparelho de telex que você ganhou de seu avô e ficou de consertar, continua na garage, coberto de pó! A carta que você começou a escrever há 3 anos, parabenizando a Melissa pelos seus 15 anos, está marcando a página daquele livro que estava lendo na época. Na lista de pendências continua: chamar o técnico para ver o barulho da impressora, descartar os jornais velhos, comprar escova para sapatos, trocar a blusa que você deu à sua avó e não serviu e mais 2.535 pequenas coisas, que constam na lista, presa ao imã da geladeira!
De uma forma bem descontraída, o garoto - todo filho permanece garoto para o pai - respondeu sem qualquer provocação:- Bom, não tem problema, se o papel for para o lixo é só imprimir o arquivo do Word, “Coisas agendadas.doc”.
O pai já meio irritado: - Você tem prometido que ano que vem entrará sem pendências nenhuma. Ótimo, ainda estamos em maio. Ah, dá tempo. A propósito, e se tiver um pedido de um cliente naquela papelada no arquivo? Meu objetivo não é deixá-lo preocupado, apenas alertá-lo!
O filho diz: - Pai, não sei como você consegue manter suas coisas em ordem, eu não tenho tempo para cuidar de tudo.
Nisso, meu amigo responde: - Praticando o milagre da objetividade.
Como o assunto “arrumação” sempre dá em todos nós uma surra tremenda, todos queriam saber como isso funciona, lógico.
Ele pegou um guardanapo, a caneta que marcava os pontos do jogo de baralho, nos explicou que as regras são bem simples:
1- Concentre-se no que é importante;
2- Determine um horário e tempo para cada tarefa;
3- Inicie e termine as tarefas sem intercalações de trabalhos;
4- Resuma tudo numa simples atividade: pegou para fazer, faça!
E dizia: - O documento que foi para a pasta de pendências do arquivo deveria e poderia ter recebido a solução definitiva na hora em que foi manuseado. O técnico para consertar a impressora poderia ter sido contatado no momento em que foi incluído no arquivo ponto doc. Consertar o aparelho de telex para quê? Como peça de decoração até pode ser interessante, mas não terá uso efetivo, portanto não há razão para esse desperdício de tempo!
É verdade, problemas que não resolvemos sempre voltam a nos incomodar e tomar um tempo precioso, portanto, como dizia meu amigo, pratique o milagre da objetividade.
Roberto, uma pessoa que trabalhou comigo há muito tempo, tinha uma técnica terrível para tirar os documentos da mesa: grampeava um bilhete De – Para, com alguma pergunta, e os despachava. Eles voltavam, mas durante um tempo sua mesa ficava com um aspecto melhor.
Todos queriam “matá-lo” e ele não entendia a razão. Talvez por seu excesso de objetividade e nenhum milagre praticado.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Free e-book: Prospecção de clientes e de oportunidades de negócios
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
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Nossas maiores conquistas não estão relacionadas às empresas que ajudamos a superar barreiras e dificuldades, nem às pessoas que ensinamos diretamente, mas sim àquelas que aprendem conosco, sem saber disso, e que ensinamos, sem nos darmos conta.