Lojas multimarcas nos caminhos da periferia

O mundo gira e as mudanças são inevitáveis.

O desenvolvimento econômico proporciona conforto e gera novas necessidades e ansiedades.

O homem é movido pelo desejo, que o faz criar, inovar e consumir. O modo da moda leva a novas modas de modos.

Camisas coloridas e sóbrias, calça largas e justas, vestidos longos e curtos, que integram pessoas e também as afastam de grupos. Como que saudosos e em busca de ricos resgates das nossas origens as chamamos tribos.

O conjunto de rock, que passou a grupo, agora é banda, numa quantidade inimaginável na periferia.

Trabalhadoras e criativas periferias, às margens das cidades, marginalizadas, provocativas e geradoras de costumes, modas, cultura e cada vez mais margem de lucro, para empresas ávidas e necessitadas de resultados positivos crescentes.

Cidades em grandes centros brasileiros não têm mais em suas periferias vilas e bairros, mas microcidades, que suprem todas as demandas de seus moradores, da alimentação aos serviços de toda espécie.

Disponibilidade financeira leva a população ao exercício das compras. Primeiro para atender as necessidades prementes, depois por bens e recursos de integração.

Nessa passagem, as possibilidades vão desde produtos acessíveis, alguns sem rigor na qualidade, até a busca da excelência na fabricação, consolidada com a marca Premium.

Economia aquecida, fronteiras abertas, a oferta se torna significativa, com isso caem os preços, o volume do fabricante, por perda de espaço nas lojas multimarcas, e o faturamento, evidentemente.

Como recurso para recuperação de resultados, empresas têm verticalizado as operações, abrindo lojas próprias e trabalhando em sistema de franquia.

Ao ocuparem espaços nobres em centros comerciais, acabam empurrando as demais marcas e lojas multimarcas para fora dessas áreas.

A periferia nesse movimento, com recursos substanciosos com o aquecimento da economia e ascensão de classes sociais, está de braços abertos para recebê-las.

A periferia sempre foi o berço onde a pequena empresa recebeu abrigo, agora também as acolhe, crescidas, criadas e renovadoras.

Visibilidade é resultado do reconhecimento do consumidor, portanto a parceria lojista-fabricante é fundamental para o sucesso de ambos.

Essa relação tem se mostrado estremecida. A questão que coloco é se a falta de fidelidade é que provoca o distanciamento ou será o distanciamento que provoca a falta de fidelidade?

A repetição de comportamentos leva à cópia dos modus operandis, o que torna os espaços comerciais muito parecidos, aspecto que também não provoca atração e fidelidade do consumidor.

Nesse aspecto ocorrem rupturas, tornando a palavra parceria mais poética do que real. O excessivo uso do termo e a negligência com o conceito levam ao desgaste, inevitavelmente.

Cabe aos fabricantes e lojistas o exaustivo trabalho de entendimento desse novo espaço. Locais e consumidores são diferentes, portanto, cópia de modelos sem o adequado ajuste e conformidade é o asfalto do caminho do fracasso.

A periferia, com suas múltiplas facetas, é extremamente exigente e pouco disposta à fidelidade unilateral.

As lojas multimarcas nos caminhos da periferia para terem sucesso precisam carregar a bandeira da renovação.

Ivan Postigo

Diretor de Gestão Empresarial

Articulista, Escritor, Palestrante

Postigo Consultoria Comunicação e Gestão

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Ivan Postigo
Enviado por Ivan Postigo em 17/09/2011
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