Ética e Condição Humana
Algo novo está mudando no competitivo mundo dos negócios, transformando a filosofia de trabalho de empresas, anunciantes e universidades: a questão da ética. Os valores morais começam a pôr um ponto final nos critérios antiéticos que até pouco tempo determinam as regras de vale-tudo para levar vantagem. O Jornal Folha S. Paulo noticiou que anunciantes americanos que sempre escolheram programas de televisão levando em conta apenas a audiência e o preço agora põem, na balança também os valores morais transmitidos pela programação. A ética foi introduzida nos cursos da Universidade de Harvard que a vida toda foi o templo do "business pelo business".
Consumidores, fornecedores, trabalhadores, executivos e eleitores estão utilizando valores éticos e morais para escolher seus produtos, clientes, patrões, empresas e candidatos , não se deixando iludir por valores éticos de fachada.
Empresários, executivos e administradores reconhecem que as empresas devem considerar critérios morais para serem bem-sucedidas.
Portanto, nos dias atuais, o grande desafio é a conciliação de valores morais e condutas éticas com eficiência, competência e rentabilidade.
Para entendermos melhor isso devemos começar a nossa análise com o próprio ato de se fazer a pergunta: “Que devo fazer?” O fato de sermos livres, mesmo que não o sejamos de uma forma absoluta, levanta o problema da responsabilidade. Devemos ser responsáveis pelas conseqüências das nossas ações e atitudes. Pois delas dependem a convivência humana e a realização do “ser humano” de cada um.
Esta responsabilidade, que nasce de nosso espaço de liberdade, é algo que pode parecer assustador. Pensar que nosso futuro esta nas mãos de cada um de nós pelo menos no que toca à nossa responsabilidade nos traz insegurança.
O elemento essencial de seu pensamento é a distinção entre aquelas necessidade (desejos) que são apenas subjetivamente sentidas, cuja satisfação leva ao prazer momentâneo, e aquela necessidades profundas da natureza humana, cuja realização é conducente ao aprimoramento humano e produz a eudaimonia, isto é, o bem-estar.( Fromm, 1982, P. 25-27).
Considerações teóricas demonstram que o hedonismo radical não pode levar à felicidade, assim como não o pode fazer, tendo em vista a natureza humana. Mas, mesmo sem análise teórica, os dados observáveis mostram da maneira mais clara que nossa espécie de “procura da felicidade” não produz bem-estar.
Somos uma sociedade e pessoas notoriamente infelizes: solitárias, ansiosas, deprimidas, destrutivas, dependentes, pessoas que ficam alegres quando matamos o tempo que tão duramente tentamos poupar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fromm, Erich. Ter ou Ser? Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
Silva Cândido Josué. Ética e Sociedade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.