(Bandeira da China)
GIGANTE CHINÊS ASSUSTA O MUNDO
Acabo de ler o interessantíssimo livro intitulado “China: o renascimento do império” (Editora Planeta do Brasil: 2006, 236 páginas) de autoria da jornalista brasileira Cláudia Trevisan. O livro é fruto de observações pessoais da autora sobre a China. Possui valiosas e impressionantes informações sobre a economia e sociedade chinesa. Recomendo o livro para aqueles que queiram sair da mesmice do Brasil que está parado no tempo e no espaço.
Para quem não sabe, a China possui cerca de 1,3 bilhão de habitantes, equivalente a um quinto da população do planeta. Nos últimos 30 anos, vem liderando o ranking do crescimento econômico global. Desde então, multiplicou por quatro o tamanho de sua economia e promoveu o mais intenso processo de urbanização já visto na História.
Em 2005 a China era a quarta maior economia do mundo com PIB de cerca de 2 trilhões de dólares (o PIB brasileiro é um quarto do chinês), sendo superada somente pelos Estados Unidos, Japão e Alemanha. Em 2010 tomou do Japão o posto de segunda maior economia do mundo. Ao que tudo indica, a China será o país que irá rivalizar com o poderio econômico e militar dos Estados Unidos no século XXI. Desde 1978, com o início da abertura econômica pelo Partido Comunista da China (PCC), o país vem tendo crescimento médio anual em torno de 9%. A base de sua economia é a abundância de mão-de-obra barata e potencial mercado consumidor. Atualmente, nenhuma empresa global pode se dar ao luxo de ficar fora dele.
O PCC reina absoluto. Possui cerca de 70 milhões de filiados e está presente com mãos de ferro em todos os segmentos da sociedade. O marxismo-leninismo e a teoria de Mao Tsé-tung são doutrinas que ainda regem o partido. Abriu o país às regras de mercado, mas não abandonou o rigoroso planejamento estatal.
E o Brasil? Como fica nessa história? Comparando o Brasil com a China, fica a nítida impressão que o gigante sul-americano ainda não acordou para a nova realidade da economia mundial. Enquanto a China já tem como objetivo em se tornar na maior economia do mundo (é só uma questão de tempo), o Brasil está patinando por falta de objetivo no cenário mundial, possui liderança regional duvidosa e não consegue emplacar a sua economia no cenário interno e externo. Verdade seja dita, o Brasil está na contramão da história.
A elite dominante brasileira não tem projeto político para o país. O pensamento político brasileiro é medieval. Não há qualquer proposta política de reconstrução do país em todos os níveis (política, econômica e social). O assistencialismo popular move o governo federal criando uma dependência perigosa nas classes menos favorecidas.
Enquanto isso, os chineses caminham a passos largos para dominar o mundo, inclusive o Brasil. Aqui já se percebe a invasão chinesa em diversos setores da economia, sobretudo o de brinquedos e têxtil cujos produtos são vendidos no mercado a um custo muito menor. E qual o reflexo disso? Ora, desemprego, redução de receita tributária e ausência de investimento.
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