Previdência social e aposentadoria: o fracasso anunciado
Não é de hoje que os governos lutam em vão para manter um programa de previdência social que assista a população e garanta votos ao mesmo tempo.
Tradicionalmente, ao ser criado, os planos de previdência social garantem aos governos uma inundação financeira que faz os governantes sentirem-se enriquecidos da noite para o dia, e aumentarem o grau de desmandos administrativos uma vez que o dinheiro para remunerar os que de fato se aposentarão, somente será requerido décadas no futuro.
Interessante que todo mundo que paga a previdência oficial nesse país, apenas pensa na aposentadoria. Parece que ninguém se dá conta que a população está vivendo mais e que de fato, ninguém está se aposentando.
Os poucos premiados que chegam a completar o tempo de serviço (mínimo de 35 anos para homens) e a idade requerida (53 anos), têm que continuar trabalhando para não morrer de fome.
O que de fato nos passa despercebido é o tempo que pagamos esse imposto obrigatório. Particularmente, alguém que como eu, tenha passado a vida inteira de trabalho, ganhando salários próximos a dez salários mínimos por mês, pagou sempre pelo teto de arrecadação da previdência. Contudo, nunca e, digo com a máxima segurança, nunca mesmo, utilizei do sistema de saúde pública que também é mantido pela arrecadação previdenciária.
Vejam só, pagamos como se a única coisa a compensar no final, fosse a aposentadoria e deixamos de cobrar a excelência no atendimento da saúde que é muito mais necessária num país onde cada vez se vive mais.
Então, porque não acabar com esse engodo da aposentadoria, uma vez que dificilmente vamos nos aposentar?
Se tivesse eu a oportunidade de, durante minha vida ter obtido atendimento medido de qualidade, através do serviço público, não necessitaria ter gasto os milhares de reais que gastei durante esse tempo todo pagando planos médicos e, com certeza, metade ou menos dos valores mensais que paguei me dariam uma aposentadoria tão insignificante e odiosa quanto a que receberei do governo caso chegue de fato a requerer o benefício (dá até nojo de chamar de benefício).
E não seria injusto para com as classes menos favorecidas, uma vez que todos teriam o atendimento médico hospitalar necessário e de qualidade.
Sugiro aqueles que hoje estão ainda nos bancos das universidades e que serão a força trabalhadora nas próximas décadas, que pensem nisso com carinho. Porque os governantes, não estão pensando.
Desde 1968, se não me engano, que vivemos a repetição dos mesmos discursos e erros do programa oficial de previdência social brasileiro.