Os custos de se ter um carro

Sonho de consumo da maioria da população, para quem realmente acredita que ter um carro é melhor para um certo estilo de vida do que depender do transporte público, é preciso estar certo a respeito de uma série de fatos importantes.

Se colocarmos no papel todos os gastos com o veiculo, veremos que ele será responsável por grande parte dos custos de nosso orçamento.

Os custos relativos a seguro, manutenção e combustível podem comprometer bastante o orçamento e aí está o risco do descontrole financeiro.

O brasileiro que não detém a cultura de controlar seu dinheiro adequadamente, dificilmente perceberá os reflexos que isso trará no seu bolso, principalmente pelo custo de manutenção deste veículo

Como por exemplo:

compra de um carro popular no valor de R$ 25.000,00

temos,

IPVA = R$ 1.000,00 (4% do valor do veículo)

Seguro = R$ 1.250,00 (5% do valor do veículo )

Depreciação = R$ 1.500,00 (6% o valor que o carro perderia ao longo do ano, pela desvalorização).

Manutenção = (4% do valor do veículo, o custo de manutenção aumenta anualmente, custo zero no primeiro ano, e de R$ 1.000,00 nos anos seguintes).

Custo de oportunidade = R$ 3.750,00 (rentabilidade de 12% ao ano, que seria obtida pelo investidor aplicando-se o dinheiro de maneira diversificada entre a renda fixa e a variável)

Combustível = R$ 2.700,00 (por ano – uma média de R$ 225,00 por mês)

Ou seja:

Ano 1 Ano 3 Ano 3

Valor do carro 25.000,00 23.500,00 22.090,00

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Total

IPVA 1.000,00 940,00 883,50 2.823,60

Seguro 1.250,00 1.175,00 1.104,50 3.529,50

Depreciação 1.500,00 1.410,00 1.325,40 4.235,40

Manutenção 0,00 1.000,00 1.000,00 2.000,00

Custo oport. 3.000,00 2.820,00 2.650,80 8.470,80

Combustível 2.700,00 2.700,00 2.700,00 8.100,00

Total 9.450,00 10.045,00 9.664,30 29.159,30

Conclusão:

Em 3 anos, o veículo que custou R$ 25.000,00 passou a custar R$ 22.090,00 e tirou do orçamento R$ 29.159,30

Para um financiamento de 36 meses a juros modestos de 1,1 % ao mês, a perda seria maior (pelo preço de revenda no ano 3, então de R$ 22.090,00), pois o carro, no final do financiamento, custaria efetivamente R$ 30.412,00

De acordo com o cálculo acima, com base sobre o levantamento de preços feito para compor o IMC (Índice de Manutenção do Carro) - também conhecido por Inflação do Carro - Por menos de 800 reais por mês não dá para andar de carro em São Paulo. Isso é o que se gasta para rodar com um modelo 1.0 básico, seminovo.

Este gasto que o motorista tem com o carro no dia-a-dia, não estão incluídos gastos com a prestação (se o veículo for financiado) e nem estacionamento, mas apenas os custos para andar com o carro e fazer manutenção.

Quer dizer então: somando aos 800 reais por mês para andar de carro, MAIS + o valor da prestação do financiamento para um carro com motor de 1000cc, que gira em torno de uns 450 reais, MAIS + uns 400 reais por mês-mensalista (ou 12 reais a hora + 9 reais hora adicional) que o motorista paga para estacionar, chega-se ao valor de + ou - 1.600 reais durante o mês.

Sem levar em conta as eventuais multas e pedágios. Em grandes cidades, chovendo ou não, para percorrer apenas 10km, em média leva uns 90 minutos. Mas para quem tem saco de ficar horas e horas em congestionamentos...

Para manter o carro, muitos preferem pagar o valor mínimo da fatura de seu cartão de crédito, morar em casa de aluguel e usar o SUS (Sistema Único de Saúde). Com 1.300 reais e mais um pouco, caberia muito bem para um financiamento da casa própria e um bom plano de saúde.

E para quem realmente acredita que ter um carro é melhor para um certo estilo de vida, principalmente os jovens-baladeiros, alguns ou a maioria, com um bom emprego, com salário de uns 3.000 reais e que ainda mora com os pais. Se um jovem "desses" de 25 anos optar em trocar o gasto mensal de seu automóvel por um plano de previdência privada-em VGBL, com aplicações mensais de 1.000 reais por durante 25 anos, quando então tiver 50 anos, terá acumulado um capital de + ou - R$ 1.200.00,00 / ou então receber 3.000 reais por mês se optar por uma renda vitalícia.

Tudo é questão de ter ou não a capacidade de economizar. Metrô, taxi e locação de veículos dependendo da ocasião, seriam boas opções.

Esses são apenas alguns fatores a serem analisados. A decisão de ter um carro precisa ser muito bem pensada. A compra de um automóvel é uma decisão financeira importante, já que os custos são bastante altos. É preciso verificar se todas as despesas originadas pelo carro cabem no orçamento sem retirar a capacidade de economizar e ter um futuro economicamente viável....

É importante não cometer erros nessa situação. O pior de todos os erros, com certeza, é comprar um carro achando que está fazendo um investimento. Dificilmente um automóvel se valoriza, e, quando isso acontece, é com modelos mais caros, feitos para colecionador, algo impensável para o consumidor médio.

O ideal, para quem realmente precisa de um carro, é comprar um bom veículo, considerando a possibilidade de comprar um carro usado, com dois ou três anos de uso para ter menos prejuízo com a depreciação.

Enfim, é muito bom ter um veículo, nos trás muita comodidade, entretanto é muito melhor termos o domínio de nosso dinheiro. Antes mesmo de gastar dinheiro, tem que se educar e saber utilizar os ganhos, valorizar e traçar tudo aquilo que se deseja obter a um certo prazo, focando e planejando os gastos. O sucesso financeiro deve-se principalmente pelo respeito que é dado a cada centavo que se ganha.

links abaixo para maiores informações quanto aos custos:

http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL1517034-9658,00-CALCULE+QUANTO+CUSTA+MANTER+O+CARRO+E+VEJA+SE+COMPENSA+TER+O+AUTOMOVEL.html

http://www.icarros.com.br/noticias/mercado/custo-do-carro-tambem-se-estende-apos-a-compra/8232.html