PORTUGAL À BEIRA DA BANCARROTA
Desde o dia 1º de janeiro de 2011, os portugueses passaram a pagar mais impostos na tentativa de se conter o déficit público e reequilibrar as contas do Governo - a última ação antes da intervenção da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, como já ocorreram com Grécia e Irlanda, os países mais frágeis da zona do Euro. Segundo fontes de autoridades locais, o IVA (impostos agregados em um único indicador), que incide sobre toda a cadeia comercial e produtiva, passou de 21% para 23%, onerando empresas de todos os setores e causando a extinção diária de quase 330 postos de serviço.
Não bastasse o aumento da carga tributária, o Governo do primeiro-ministro José Sócrates, que esteve recentemente no Brasil para a posse da presidenta Dilma Rousseff, de um só golpe cortou o salário de todo o setor público, conforme variação ditada em tabela específica. Para se ter um ideia da crise causada pelo descompasso do Euro, um diretor de Escola Secundária cujo provento mensal alcance € 2.000,00 (algo em torno de R$ 4.400,00) sofrerá o corte , já neste mês, de € 400,00 (R$ 880,00), ou seja, 20% . Com esta economia, pretende-se pagar os credores internacionais, evitando a ruína financeira lusitana.
O país está em estado de alerta, sindicatos reivindicam ser ouvidos, professores ameaçam parar – as aulas tiveram início no último dia 3... Mas o caos é ainda maior na Saúde. Agora, todos os aposentados e benecifiários do seguro-desemprego pagarão € 2,25 (R$ 4,95) por consulta na rede pública, desta forma, ninguém mais receberá qualquer subsídio governamental. Na contramão, os médicos das Emergências que eram remunerados com horas extras, quando em plantão, deixarão de recebê-las na sua totalidade.
Tal desatino fez com que muitos deles se desligassem do setor público, causando a interrupção parcial dos serviços e levando centenas de doentes a permanecerem mais de 14 horas na fila de espera por uma simples consulta. Ontem, aqui em Lisboa, todas as câmeras de tevê se voltaram para o Hospital Garcia de Horta, um dos maiores da Capital, onde idosos estavam há quase dois dias nas filas aguardando por atendimento.
Apesar de todo o esforço do Governo em promover ajustes, economistas de todos os continentes em entrevistas à SIC Notícias (uma espécie de CNN local) informam que os cortes são insuficientes para conter o crescimento da dívida, restando ao Presidente Cavaco Silva a decisão de recorrer ou não aos órgãos internacionais de crédito para honrar os compromissos assumidos durante o período fantasioso de glória, quando da implantação da moeda única.
Hoje, os juros exigidos pelo mercado para financiar o déficit lusitano estão próximos dos 7% anuais (outrora não passavam de 1,25%) ; caso esta barreira seja ultrapassada, como há de se esperar para breve, a intervenção externa será inevitável, pondo em xeque a própria soberania das terras de Camões. E alguém duvida de que isso acontecerá? Aguardemos os próximos dias…