Um pouco de história sobre o "inicio da dívida EXTERNA"

Fala-se tanto em "Dívida Externa" (e com razão), vamos então, remontar ao princípio dela, com um pouco de história:

Origem da Dívida:

A Dívida Externa adquiriu proporções astronômicas durante o regime militar (1964-85), no entanto sua origem remonta à Independência do país, no século XIX.
O primeiro empréstimo externo do Brasil foi obtido em 1824, no valor de 3 milhões de libras esterlinas e ficou conhecido como "empréstimo português", destinado a cobrir dívidas do período colonial e que na prática significava um pagamento à Portugal pelo reconhecimento de nossa independência. A independência não alterou as estruturas sócio econômicas e restringiu-se a um movimento político muito limitado, mantendo o regime monárquico e o herdeiro português no trono, aliado aos latifundiários conservadores sob o comando de José Bonifácio. A aceitação do pagamento da indenização está ligada aos vínculos mantidos com Portugal e ao mesmo tempo aos interesses ingleses, que somente reconheceu nossa soberania após o acordo com Portugal.
Em 1829 foi realizado novo empréstimo que passou para a história como "o ruinoso" e serviu para cobrir parcelas não pagas do empréstimo anterior. Do total tomado emprestado, o Brasil recebeu apenas 52%, pois o restante serviu para cobrir os juros da dívida anterior.
Dois novos empréstimos importantes foram realizados durante o Império -- em 1843 e 1852 -- utilizados ainda para pagar débitos relativos ao primeiro empréstimo, que somente foi saldado em 1890.
Durante esse período o Brasil ainda endividou-se ainda mais com a Guerra contra o Paraguai. A Inglaterra forneceu os navios e empréstimos ao Brasil para o conflito que também interessava à ela.

A Primeira República

Durante a república do "café com leite" o endividamento aumentou ainda mais, porém a idéia central ainda era a mesma, garantir os privilégios da elite. O presidente Campos Salles, eleito em 1898, viajou à Inglaterra antes mesmo da posse, para renegociar a dívida com os banqueiros Rotshild, e firmou um acordo que ficou conhecido como "Funding Loan", que suspendia o pagamento por um período de 13 anos, sendo que o pagamento dos juros seria realizado em 3 anos, em títulos da dívida pública e obtinha um novo empréstimo. Como garantia do cumprimento do acordo, as rendas das alfândegas brasileiras ficaram hipotecadas aos credores ingleses.
Novo endividamento surgiu em 1906, representando o início da "Política de Valorização do Café". Neste ano, foi assinado o Convênio de Taubaté, entre os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que, a partir de empréstimos tomados no exterior, comprariam e estocariam o excedente da produção de café. A valorização, como outras políticas protecionistas, resolvia o problema imediato da burguesia paulista e mantinha o nível de emprego nos setores da economia vinculados ao café, porém prejudicava a maioria da sociedade, na medida em que setores essenciais eram relegados a segundo plano em termos de investimento, além de promover a desvalorização da moeda, originando um processo que ficou conhecido como "socialização das perdas", quer dizer, a maioria da sociedade pagava pela política que beneficiava a minoria.
Os governos do período continuaram a realizar empréstimos que beneficiavam a elite cafeeira, contrastando com a situação de crise nas exportações durante a Primeira Guerra Mundial e posteriormente, na metade da década de 20.

Observações pessoais: Como pode-se deduzir, Portugal não tem o que reclamar nem criticar do povo brasileiro. Os ingleses sempre foram corsários dos mares e das finanças mundiais. O Governo Lula não desvencilhou-se da corrupção, como também aconteceu com os outros governos que o antecederam, mas, quitou os débitos e dívidas brasileiras junto ao "Clube de Paris" e ao famigerado "FMI". A mídia sente-se "mordida", porque faz críticas (e deve mesmo fazê-las com toda liberdade), mas, não permite ser criticada. Não entendo esse "tipo de democracia", que só permite via única. Criticar a imprensa não significa amordaçá-la nem proibi-la judicialmente de exercer o seu digno trabalho, através do fechamento dos seus órgãos e canais competentes, por Tribunais corruptos e incompetentes. Significa fortalecê-la através de uma crítica bem intencionada e construtiva. Se ela sentir-se prejudicada que processe o criticante, como convém a uma democracia forte e plena. Afinal, ela não está acima da lei e da ordem. Melhor assim, para que não fique no ar um cheiro de ditadura. Abraços.

Fonte de consulta: HISTORIANET
link: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=211


Foto: Google imagens


Jaime Rezende Mariquito
Enviado por Jaime Rezende Mariquito em 02/01/2011
Reeditado em 17/01/2011
Código do texto: T2705309
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