Longe de ser a saideira

O mercado de cervejas tem tido motivos de sobra para brindar, com a economia em crescimento e o consumidor desfrutando de maior poder de aquisição, a aposta agora é em cervejas artesanais ou gourmet. Destinadas a um público com paladar exigente e disposto a desembolsar uma quantia maior em troca de sabores cada vez mais singulares. Elas podem variar desde cores, graduação alcoólica e gostos complexos, trazem consigo uma história empregando para cada uma peculiaridades que seduzem o consumidor a se enveredar neste universo, que apesar de exíguo abriga mais de 400 tipos de cerveja. Para quem tem interesse em conhecer mais a fundo, uma boa dica é a Enciclopédia Larousse da Cerveja, (de Ronaldo Morado; editora Larousse), difícil será apreciar com moderação.

Esse palco no mercado nacional sempre foi dominado pelas cervejas tipo pilsen que são representadas pelas Skol, Antártica, Brahma, de um apelo popular muito mais amplo, fato que mantém o status de “queridinhas” no gosto maioral. Mas nas coxias, outros tipos mostram potencial, Confraria (tipo Abadia), Escura (tipo Schwarzbier) e Weiss (tipo Weiss Bier) e uma dezenas de outras com futuro bem promissor para um nicho de mercado até então pouco explorado.

As cervejarias artesanais que atuavam em carreira solo competindo com as colossais fusões do ramo (AmBev), nunca tiveram o intento de uma ascensão, cuja colocaria como mainstream desse mercado, embora a fama pareça inevitável. Com estréia no cenário internacional e uma atuação marcante, a Bamberg Rauchbier, foi eleita a melhor lager (tipo de cerveja) aromatizada do mundo no World Beer Awards 2010 e melhor cerveja lager também foi eleita a melhor das Américas no The Americas' Best Flavoured Lager, uma prova de que a excelência está cruzando fronteiras. Ocupando atualmente algo em torno de 2% a 3% do mercado, uma fatia ainda marginal que, segundo pesquisadores da área podem alcançar em longo prazo a marca de 10%.

Fábricas como, Einsenbah, Baden-Baden e Devassa atraíram os holofotes da Schincariol, que tendo em vista outros copos a serem enchidos, efetuou a compra dessas microcervejarias. O ocorrido provocou uma certa desconfiança entre os apreciadores/consumidores, que ao certificarem-se do cumprimento da premissa de preservar a identidade do produto com suas características originais, o que resultou em uma elevação de 25% o número de vendas em um mês.

Entre uma cerveja e outra os números são um motivo para comemorar, segundo José Gonçalves, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), O setor cervejeiro nacional emprega cerca de 50 mil pessoas, entre empregos diretos e indiretos. Algumas matérias-primas já começam a ser produzidas no Brasil, como o malte. Gonçalves revelou que atualmente 30% do malte usado pela indústria cervejeira brasileira já são nacionais, já infelizmente o lúpulo é 100% importado, isso se deve pela inadequação climática no país. Isso confirma que investir em uma das paixões nacionais, sempre é um bom negócio. Desce outra!

Por Robson Perez

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Karone
Enviado por Karone em 07/08/2010
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