ETAPAS DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO - UMA ANÁLISE

Desde o fim do mais arcaico meio de troca (Escambo) já conhecido pelo homem, com a criação da moeda e desenvolvimento do Mercantilismo - e mais recentemente, do Capitalismo-, as finanças -sejam de uma família, conglomerado de empresas ou do Estado- assumiram importância fundamental em todos os desígnios da humanidade.

Nas últimas duas décadas, com o advento do fenômeno que se convencionou chamar “Globalização”, esta importância tornou-se tangível, até para os não versados nas Ciências Econômicas, como podemos facilmente observar pelos comentários de populares, sobre os quase que instantâneos efeitos globais de expansão ou retração da economia, ao redor do mundo. A recente e devastadora Crise dos Subprime corrobora esta afirmação.

Até pouco tempo, o cidadão dito “comum” não conseguia entender qual a influência daquelas situações em sua vida cotidiana e relações sociais. Atualmente, uma parcela significativa da população mundial (em especial a dos países mais pobres) continua neste limbo, sem a menor noção da importância dos movimentos políticos e econômicos que acontecem mundo afora. No que tange às finanças pessoais, temos situação idêntica, por motivos mais ou menos semelhantes.

Devido aos crescentes e cada vez mais sedutores apelos da mídia ao consumo, a quase que generalizada falta de informação e uma noção deturpada de posse, entre vários fatores de foro pessoal - e por isto, inumeráveis-, o controle e manutenção de uma vida financeira saudável torna-se cada dia mais difícil, até mesmo para alguns dos que têm a exata noção do quão importante é ter um orçamento superavitário ao fim de cada mês. Infelizmente, para muitas pessoas, a ideia de controlar gastos pessoais apresenta-se como uma "sentença de privação", no que diz respeito aos ditos "prazeres mundanos" – em sua maioria, dispensáveis.

Assim, a mais importante etapa do planejamento financeiro é aquela que antecede todas as demais: a decisão de começar a planejar e manter um controle orçamentário. Muitos tomam esta fase como uma "assunção de incompetência" no gerenciamento de suas finanças, quando na verdade ela pode salvá-los da derrocada e até mesmo melhorar suas condições financeiras em menos tempo que imaginam.

Boa parte desta aversão ao controle provém da ausência de prévia educação financeira, ainda na infância. Adultos que hoje se atolam em dívidas de toda sorte, provavelmente são filhos de pais que faziam o mesmo, apesar dos constantes – e talvez por isso tenham se tornado triviais - avisos de que "é necessário economizar". Se a palavra nos convence, o exemplo nos incita a imitá-lo. Na ausência de um destes dois elementos, os resultados serão insatisfatórios, quando não, desastrosos.

Vencida a resistência inicial, as fases seguintes desenrolam-se com mais facilidade do que a maioria supõe: cortar despesas, redirecionar receitas para investimentos que gerem ativos e não mais passivos, descobrir seu perfil de investidor, calcular o Balanço Patrimonial pessoal, estudar as melhores e mais rentáveis formas de investimentos que se adequam ao seu - novo - orçamento, bem como gerenciá-los, buscando maximizar retornos, tornam-se atitudes tão corriqueiras quanto aquelas que dispendemos em nossa higiene pessoal, por exemplo.

A saúde financeira de uma família, empresa ou Estado figura como condição essencial para uma vida mais tranquila, numa época de tantas incertezas e percalços. Não precisamos de mais problemas que aqueles que a vida certamente nos trará e que não têm relação alguma com dinheiro; todavia, a tranqüilidade no quesito “Finanças” certamente nos ajudará a enfrentá-los com mais serenidade e disposição, fazendo com que nossa constante busca pela felicidade seja menos árdua.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 01/06/2010
Reeditado em 13/04/2020
Código do texto: T2293210
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