QUEIMADAS URBANAS, LEITURAS POSSÌVEIS
Hellen Cristina Pereira dos Santos
Aires José Pereira
O fogo começou a ser utilizado pelo homem desde o período neolítico, afetando o ambiente de modo significativo, contribuindo para a mudança da paisagem. A queimada é uma prática que provoca degradação no meio socioambiental, trazendo várias consequências ao ecossistema e a saúde da população. As queimadas há muito tempo têm sido utilizadas pelas pessoas como forma de “limpeza de seus terrenos e entulhos”. As pessoas praticam esse ato sem compreender os malefícios que o mesmo pode provocar em alguns casos por não conhecer as consequências acabam ateando fogo perigosamente prejudicando o meio de forma geral.
Todo e qualquer tipo de queimada é prejudicial ao meio ambiente tendo em vista que tal ato libera poluentes na atmosfera, afeta a fauna e a flora, acarreta a poluição do ar, efetiva o efeito estufa, e consequentemente altera o clima. Segundo Pereira (2013, p. 259) “o fogo transforma a paisagem em um cemitério de árvores mortas por queimadas literalmente”. Pensando nesses prejuízos que as queimadas provocam ao meio ambiente é preciso tomar medidas que amenizem esse tipo de ato, para uma melhor interação da relação homem-natureza.
As queimadas são práticas que provocam o desequilíbrio ambiental, uma das principais ferramentas de degradação ambiental utilizada pelo homem, cuja finalidade tem como características limpeza de terrenos, queima de pasto e muitas vezes até queimadas de florestas de caráter intencional ou não. Este ato prejudica muito o meio ambiental e social, já que afeta os animais, plantas e também a qualidade de vida das pessoas, causando um desequilíbrio socioambiental.
Uma prática que está crescendo bastante são as queimadas urbanas, muitas vezes da própria queima do lixo doméstico que poderia ser reciclado, e do lixo doméstico orgânico transformado em adubo. Muitas pessoas queimam até mesmo os canteiros de praças e avenidas, falando como desculpas que é para a grama nascer mais verde. As pessoas utilizam esse tipo de ato muitas vezes por se tratar de uma maneira mais fácil de desfazerem-se dos “problemas”, por exemplo, do lixo, a final não será preciso coletar e separar para reciclar, somente juntar e atear fogo. De acordo com Branco (1988):
A solução ideal para o problema do lixo seria idêntica à que mencionamos para o esgoto: fazer retornar ao solo, nas áreas agrícolas, os elementos que dele forma retirados. Isso é possível mediante os processos de fermentação aeróbia controlada de modo a transformar sua matéria orgânica sólida em um material denominado composto, idêntico ao húmus natural, que constitui ótimo condicionador de solos. (BRANCO, 1988, p. 80).
Esse ato de queimadas urbanas é sem dúvidas um problema sério, porque através dele as pessoas podem contrair sérios danos à saúde, principalmente problemas respiratórios que afetam sua qualidade de vida, por causa da poluição que é lançada no ar. É comum encontrar pessoas com doenças relacionadas à poluição, causada por queimadas, ainda mais nos dias de hoje que as pessoas praticam cada vez mais este ato. Ainda segundo Pereira (2013):
As pessoas recebem informações pelos meios de comunicação sobre vários problemas respiratórios que a fumaça pode provocar nos seres humanos, principalmente em crianças e idosos, no entanto, continuam colocando fogo em quase tudo e o poder público competente também nada faz para coibir esta ação. (PEREIRA, 2013, p. 258.).
Seria bom se o poder público juntamente com a população tomasse medidas de conscientização para diminuir esse tipo de agressão ao meio ambiente, que só prejudica a qualidade de vida das pessoas e afeta bastante a vida dos animais e também das plantas. Talvez medidas radicais como, por exemplo, aplicação de multas às pessoas que provocam queimadas tanto dentro da cidade como fora delas, pois quem sabe assim mexendo no bolso as pessoas parariam de provocar essa destruição ambiental.
Hellen Cristina Pereira dos Santos é graduada em geografia pela UFT – Campus de Araguaína
Aires José Pereira é Prof. Dr. em Geografia Urbana pela UFU e Mestre em Planejamento Urbano pela FAU-UnB, é coautor do Hino Oficial de Rondonópolis, professor do Mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental e da graduação no curso de Geografia da Universidade Federal de Rondonópolis, membro efetivo da Academia Rondonopolitana de Letras, membro efetivo da Academia de Araguaína e Norte Tocantinense e possui vários artigos e livros publicados.