A VIDA SOBRE A TERRA, ATÉ QUANDO?

 

 

Comecemos pela significação mais simples de ECOLOGIA:

- ECO (do grego OIKOS) significa CASA;

- LOGIA (do grego LOGOS) significa ESTUDO.

Podemos então dizer que a ECOLOGIA é uma ciência que nos permite adquirir conhecimentos a respeito do ambiente em que vivemos.

Stefano Marcuso e Alessandra Viola, neurobiólogos da universidade de Florenza, Itália, no livro "Verde brilhante", editora Giunti, 2013, nos dizem:

"Estamos nos comportando como um vírus.  O homem é o vírus mais primitivo da Terra" (...).

"O reino vegetal representa sozinho mais de 99,5% da biomassa do planeta.  Essa proporção é o único motivo que torna a vida sobre a Terra ainda possível". 

 

O nosso planeta é recoberto por plantas há bilhões de anos.  Os seres humanos, ditos racionais, com toda sua irracional brutalidade e incorrigível arrogância, tentam modificar ou dominar essa paisagem utilizando os recursos tecnológicos hoje disponíveis.  Quem sabe, estão limpando o ouvido com uma arma carregada!...

Com a desculpa do crescimento populacional e a consequente necessidade de produzir mais alimentos a baixo custo, esquecem de levar em consideração a saúde (uso cada vez mais intenso de fertilizantes e agrotóxicos) e a dependência do dólar e do petróleo (ambos de valor internacional variável).

A ambição de plantar e colher mais, no campo, para atender à demanda da matéria prima vegetal no exterior, torna milionário o grande produtor, nada obstante pressionar o preço no mercado local e gerar inflação.  Registremos mais que - a exemplo dos EUA, grandes produtores de milho -, se a matéria prima fosse aqui processada e só depois exportada, evidentemente, pelo menos geraria emprego no país.  Mas nem isso!...  Resulta o enorme custo social e, quando se tratar de monocultura agrícola, perda paulatina da biodiversidade.

Observemos, agora, não o comportamento humano, mas o das plantas:

- o homem as fere e elas, cedo ou tarde, cicatrizam;

- num campo onde o homem não atua, as primeiras plantas são as pioneiras, que criam o substrato adequado para os vegetais que ainda nascerão e que carecem de estabilidade;

- nas grandes florestas é de se notar a harmonia estética e a criatividade própria dos vegetais, com espírito de liberdade característico da ordem evolutiva;

- as plantas estão em constante simbiose com o reino animal, haja vista seu aparato radicular;

- quando cavarmos um buraco na terra, pouco mais de meio metro de profundidade, e não mais encontrarmos uma rede de raízes com seiva bruta (que breve poderá se transformar em seiva elaborada nas plantas), resignemo-nos e preparemos a nossa alma, porque o fim da humanidade estará próximo.

 

Fazer o quê?  Qual deve ser o nosso comportamento para evitar essa tragédia?

 

- Num mesmo campo, cultivemos plantas variáveis

- respeitemos o equilíbrio vital na dinâmica da agricultura selvática;

- não alimentemos apenas o nosso corpo, mas também o espírito, ligando o nosso fluxo com o fluxo vegetal;

- rejeitemos a monocultura para o bem do planeta;

- habituemo-nos a governar nossa vontade conforme o movimento expansivo e localizado das plantas que, com a participação das aves e outros animais, tornam viajoras as suas sementes, que em algum lugar se hospedarão por afinidade;

- libertemo-nos da obediência a qualquer sistema que nos imponha a monocultura, de ação devastadora amplamente comprovada, a fim de evitar o irreversível empobrecimento da terra, nossa única terra;

- defendamos nossos cerrados e florestas das labaredas e derrubadas criminosas, nossas fontes de energia, como se fôssemos todos indígenas.

"A natureza sabe mais do que o homem".

 

 

                                                                 fernandoafreire

 

_____________________________________________________________________

Obras consultadas:

- Verde brilhante, Stefano Mancurso e Alessandra Viola, Giunti, 2013;

- Sementes corajosas, Ângelo Naj Oleari, Dash editora, 2016.

_____________________________________________________________________

Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 30/06/2023
Reeditado em 17/07/2023
Código do texto: T7825806
Classificação de conteúdo: seguro