Adivinha quem está morrendo

TRECHO DO MEU LIVRO "VEGETARIANISMO - UMA MODA OU UMA EMERGÊNCIA? (TÍTULO PROVISÓRIO)

A partir do advento da Revolução Industrial, no final do século XIX e na segunda metade do século XX o clima começou, de fato, a mudar devido a essa expansão industrial. As emissões de gases do efeito estufa alcançaram proporções alarmantes. Há 1.000 anos não havia no planeta temperaturas tão altas quanto nas décadas de 1990 e 2000. O que estamos propondo, desde o começo do livro é uma conscientização de forma generalizada no sentido de se empreender ações que façam o planeta responder de forma positiva, favorável a nossa saúde global. Quando se pratica uma alimentação sem o uso de carne, essa conduta tende a influenciar outras pessoas. Isto porque se trata de um ato comum a todo e qualquer ser humano: o de comer. Comemos várias vezes por dia. Alimentos saudáveis são aqueles produzidos pela terra. Esse é um processo natural. A vida depende dessa simbiose homem/natureza.

Não existe forma melhor e mais infalível de se contribuir para a restauração da saúde global. O consumo mundial de carne é, em média 43,11 quilogramas/habitante/ano. Se 1/3 da população de um país como o nosso abandonar a carne, a indústria deixará de produzir aproximadamente 301.000 toneladas de carne todos os anos. A saúde do planeta já começará a mudar a partir daí. Vivemos num mundo amplamente conectado. Se ainda estivéssemos na era industrial, mesmo com os índices das emissões muito mais baixos do que é a realidade hoje e com uma população bem menor, teríamos mais trabalho para sanar o problema devido à falta de tecnologia apropriada.

Estamos na era da informação, o que significa uma comunicação rápida, sem fronteiras. Uma pequena mudança no comportamento de uma pessoa em um hemisfério pode afetar a vida de outra pessoa no outro e de forma mais rápida do que podemos conceber. Uma área que se torna mais verde vai liberar mais oxigênio para toda a atmosfera e todos seremos beneficiados. Se eu deixar de ingerir a carne, o meu exemplo, que não passa de uma pedrinha atirada no lago vai gerar a onda que vai impulsionar outras ondas; é onde as coisas começam a acontecer. Se nos conectamos para divulgar boas novas sobre nós mesmos, esse mesmo canal pode servir como um transmissor de idéias e atitudes a serem replicadas. Já observamos esse movimento em muitos cantos do mundo.

Histórias sobre transformação já estão sendo contadas por rancheiros, agricultores, chefes de cozinha e atletas de todas as modalidades. Artistas, jogadores de futebol, campeões de fisiculturismo têm deixado seus depoimentos nos mais diferentes canais de mídia; estão falando de suas vidas transformadas pela mudança nos hábitos alimentares, hábitos relacionados à preparação física para competições e de como essas mudanças têm impactado suas carreiras, suas vidas pessoais e seu caráter como seres humanos. O mesmo pode ser visto nos criadores que trocaram seu estilo de tratar o solo, cuidar de suas plantações e manejar suas crias. O pioneirismo é uma ferramenta poderosa de influenciar pessoas e transformá-las em seguidores fieis porque não há nada como ver resultados concretos que foram conquistados pela força do tempo e da perseverança. É possível mudar o mundo se esta mudança começar por cada um de nós.

É comum encontrar pessoas que se dizem desanimadas com os seus resultados no que diz respeito à mudança no estilo da vida. Vamos tomar a nutrição como exemplo. Fomos educados de certa maneira e achamos, na maioria das vezes que isto vai ficar para sempre em nós. A ciência já provou que não há hereditariedade garantida que perpetue um estado doentio dentro de uma mesma família. A força genética é muito insignificante quando comparada ao estilo de vida como um todo. Se esse estilo de vida atravessa gerações ele já deixou marcas profundas. É como tomar uma pancada em uma parte do corpo que já está machucada; a dor será muito maior dada a sensibilidade daquele local. A tetravó passou para a bisavó que passou para a vovó e essa para a mamãe. Está formado o círculo que só pode ser cortado cirurgicamente e essa cirurgia pode ser feita por cada um de nós através da mudança no estilo vicioso de vida.

Segundo Albert Einstein “Sinal de loucura é fazer sempre a mesma coisa e querer obter resultados diferentes.” Não vai funcionar. A natureza não cansa de nos fornecer exemplos de como a união faz a força. Ainda que os desastres ecológicos planetários tenham como causa ações de grupos interessados em lucrar em detrimento do bem estar da biodiversidade e dos ecossistemas terrestres, seremos nós, através da ação unificada que conseguiremos reverter esse quadro. Serão as ações como: plantio de árvores, o não desperdício do lixo, o uso consciente da água e principalmente a mudança para uma alimentação à base de plantas que poderão tirar o nosso planeta da zona de perigo, do caos em que ele se encontra. Ainda há tempo se começarmos imediatamente. Permanecem em nossas mentes os estragos causados pelo vírus da Covid19. Foi um estrago, afetou a você como afetou a mim. Mas para o planeta foi um simples alerta e, acima de tudo uma chance dada a nós para fazermos diferente daqui em diante.