MEU CAVALO BAIO

Quanta saudade sinto de ti, Baião!

Amigo gentil, confiável, comportado,

Reinavas humilde no meu coração.

Teu trote elegante, bem compassado,

Conduzia-me ao paraíso, com emoção.

Tua crina macia reluzia sob o astro-rei,

Valorizando teu lombo também dourado.

 

 

 

 

Cresci; ficaste velho...

Envelheci; morreste...

 

 

 

 

Nada pode interferir em nosso passado:

Não mudará o que comigo não viveste;

Não fará diferente o que vivi ao teu lado,

Mas levará, aos que lerem tua história,

A informação de que na terra habitaste,

E que vivo continuas na minha memória.

 

 
(O mais gratificante ... eram as cavalgadas pelos pastos verdes e planos, na sela de um cavalo baio, que papai reservou somente para nós, crianças. Manso, bem cuidado, elegante, inteligente, sensível, estava sempre perto da casa. Conversávamos com ele e tínhamos a nítida impressão que era um diálogo perfeito. Escovávamos seu pelo curto e sua calda abastada, com cuidado para não levar um coice. Às vezes comia na nossa mão e parecia agradecer.

No seu lombo, eu me sentia forte, poderosa, superior, em perfeita sintonia com a natureza. Baião me fazia conhecer, sentir e gostar da liberdade).


 (Trecho de "Lembranças da Fazenda", de minha autoria)

 

 

 

 

 

 

Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 01/11/2007
Reeditado em 19/07/2015
Código do texto: T718380
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