O SILÊNCIO DA TERRA
Por Antônio Coquito
Os pés nas estradas rústicas nos põem na melhor percepção do silêncio, do rude, do simples, do contemplativo etc. Vem na memória a fala do Papa Francisco na Encíclica Verde de que a pobreza e a degradação ambiental são dois lados da mesma moeda. Agrotóxicos em excesso, agressão de toneladas de resíduos gerados pelo ser humano, a força na miséria pela luta na sobrevivência de muitos, as fragilidades com as mortes prematuras e desnecessárias por ausência de atitudes, a natureza tratada como mercadoria inconsequente etc. Visíveis estão as veias, as artérias e as dores da mãe terra por onde pisamos e por todos os lados. É preciso sair do lugar comum e ver com os machucados da vida e na agonia dos seres vivos. É preciso aprofundar e entender o que está colocado, o que vem vindo e o que está em desconstrução! No mesmo caminho da terra, numa dimensão da ecologia integral, existem os povos e seus saberes ignorados e os que lutam pelo amor ao ambiente (índios, quilombolas, comunidades agroecológicas etc), de forma intensa, em meio a todas as espécies que gemem as dores e os sofrimentos da terra. Se podemos ver diferente, podemos fazer diferente e melhor! De tudo, fica o recado: a terra e o humano, com tudo que carregam e apresentam, cuidados urgentes! Papa Francisco afirma "nós somos a terra. Os gemidos da terra se unem aos gemidos dos abandonados deste mundo.'