Solução De Problemas Na Composteira

Aderir a um sistema de compostagem em casa, comprando uma composteira doméstica, é barato e fácil, porém exige cuidados com sua manutenção. Os resíduos orgânicos podem ser reciclados e transformados em húmus com o trabalho de minhocas e micro-organismos.

Excesso de umidade

No caso da compostagem com minhocas (vermicompostagem), o excesso de umidade dificulta a locomoção das minhocas, sendo que o composto fica escorregadio e afeta a aeração do processo. Para saber se a composteira está com excesso de umidade, deve-se apertar a mistura para verificar se existe gotejamento de líquido. Se houver gotejamento, deve-se colocar mais material seco (dê preferência para serragem, folhas secas, material palhoso seco e terra vegetal seca). Em seguida, deve-se mexer a mistura.

Se a composteira estiver seca, deve-se colocar pedaços de fibra de coco umedecida, vegetais frescos ou água.

A umidade deve ser mantida a 55%. Deve-se verificar se o ar está circulando direito. Os líquidos interferem na temperatura do processo de compostagem. Segundo estudo, materiais com 30% de umidade inibem a atividade microbiana e um material com mais de 65% pode proporcionar decomposição lenta, extração de nutrientes e condições de anaerobiose.

Temperatura

Para a compostagem seca, é indicado fincar uma barra de ferro na mistura, para funcionar como um termômetro. A temperatura deve ficar em aproximadamente 60 ºC. Se estiver menos, significa que o processo está lento, podendo ser provocado pela baixa umidade. Deve-se fazer o teste da umidade, mas caso não seja isso, provavelmente deve ter pouco material orgânico. Deve-se colocar mais resíduos e mexer novamente.

Odores desagradáveis

Composteira de vermicompostagem sendo exposta a sol e chuva, irá desencadear mau cheiro. Se esse sistema receber água e calor, a mistura vai fermentar, gerando metano e outros gases e exalar mau cheiro, podendo provavelmente causando um desequilíbrio no pH do sistema. Se essa situação vir a acontecer, deve-se retirar a tampa da composteira por algum tempo, remexer o conteúdo e acrescente mais de material seco e não colocar novos resíduos por aproximadamente dois dias. Ao depositar os resíduos, procure dosar o material seco com o molhado, evitando o excesso de umidade e o mau cheiro.

Minhocas fugindo

As minhocas podem começar a fugir da composteira de acordo com as condições do ambiente. Se faltar comida na sistema ou se a umidade estiver muito alta, as mesmas irão escapar da composteira e provavelmente morrer, sendo importante seguir os passos explicados anteriormente para controlar esses fatores.

Outro motivo que pode vir a trazer problema é o calor excessivo, podendo este ser causado pela temperatura ambiente ou pelo processo natural da fase termofílica. Sendo necessário mudar a composteira de local, para um local onde haja sombra e ventilação. Para proteger as minhocas do calor natural gerado pela decomposição, o responsável pela composteira deve separar a cama das minhocas dos resíduos, para que estas possam se refugiar em caso de condições desfavoráveis. Em um canto o material já estabilizado, o próprio húmus e no outro canto ir adicionando os restos de alimento, ou cascas de frutas, que não sejam cítricas e serragem.

A adição de certos elementos na composteira pode causar intoxicação das minhocas. A serragem com produto químico ou altas quantidades de ervas aromáticas devem ser evitadas, se isso ocorrer, o responsável deve retirar os elementos e deixe a caixa destampada por algumas horas.

As minhocas possuem predadores: formigas e centopeias são inimigos naturais delas. Monitore a composteira para ver se este é o motivo, se encontrar algum desses bichos utilize repelentes naturais, como o incenso e continue monitorando pelos próximos dias.

Acidez

No inicio do processo, o pH deve estar em torno de 5 e deve terminar estável entre 7,0 e 8,5. Para manter o pH ideal, é necessário a presença de oxigênio, na compostagem seca, a frequência de aeração deve ser entre duas a quatro vezes na semana. Na vermicompostagem, é possível revirar o material orgânico uma vez por semana, as minhocas fazem túneis nas pilhas, promovendo a aeração.

Drosófila

É necessário tomar cuidado quando for colocar cascas de frutas como banana e mamão na composteira. Dependendo da regulação da umidade, as cascas atraem a famosa drosófila, (Drosophila melanogaster). Esses insetos incomodam muito e colocam ovos em resíduos de cascas, que, quando jogados na mistura, podem brotar. Sendo assim, o ideal é regular a umidade e, ao gerar o resíduo, deixá-lo em um recipiente fechado até ser introduzido na composteira.

Mas, caso as moscas apareçam, é recomendável o uso do repelente de neem, uma árvore que possui diversos benefícios para a saúde e o meio ambiente.

Outra dica para afastar a drosófila é fazer um chá concentrado de capim limão e borrifar na mistura. E sempre regular a umidade, não utilize nenhum tipo de veneno para espantar as moscas.

Outra dica é passar óleo de citronela nas paredes das caixas pelo lado de fora, para manter os insetos distantes, a citronela é um excelente repelente natural.

Para reduzir o aparecimento da mosca das frutas, também é possível adicionar uma camada reidratada de fibra de coco na superfície da composteira.

Larvas de moscas

As larvas brancas surgem na composteira sem explicações podem ser advindas das moscas de frutas atraídas pela alta umidade do composto. Muitas pessoas entram se desesperam ao veeem essas larvinhas, achando que toda a compostagem estará perdida, o que não é necessariamente uma verdade. Por serem larvas e não terem a maturidade suficiente, esses acabam morrendo e virando composto, em determinados momentos da decomposição, a temperatura aumenta e as minhocas fogem para lugares mais frescos, deixando essas larvas para serem "decompostas".

Uma alternativa para evitar que as moscas ponham seus ovos no composto é utilizar telas de proteção em casos da necessidade de manter a composteira aberta por muito tempo.

Outro cuidado fundamental é verificar se os restos de alimentos não estão contaminados ao colocá-los dentro da composteira.

Dicas

Restos de comida são bem-vindos para as minhocas, mas evite os que trazem problema, como cascas de frutas cítricas, gordura animal, restos de alimentos salgados, carnes, alho, cebola, derivados de trigo, laticínios, nozes pretas, arroz, a maioria dos tipos de papel (por conta da tinta, que pode prejudicar esses vermes). O papel pode ser reciclado, como a madeira tratada com pesticidas ou verniz. Esses resíduos provocam lentidão no processo, pois têm decomposição difícil, o que gera pragas e até a morte das minhocas.

A borra de café pode ser adicionada na pilha de compostagem porque é rica em nutrientes ( potássio, nitrogênio e fósforo), conserva a umidade, esquenta a composteira e exala um cheiro mais ameno em relação ao metano. E sem o cheiro, os insetos não são atraídos para a composteira. As minhocas que gostam do cheiro de fermentação e mofo da borra de café são atraídas. A borra de café em excesso na composteira vai causar muita umidade.

Há uma técnica que consiste em de um lado, deixar um pouco de húmus, para que as minhocas possam curtir e do outro, depositar em fileiras uma ao lado da outra as trilhas de resíduos e depois em camadas.

É interessante colocar um pedaço de tijolo no reservatório, sendo este reservado para o chorume, criando condições para que as minhocas que vão parar perto desse reservatório não se afoguem, podendo subir para a parede. Existe um modelo de composteira doméstica que reúne três caixas empilhadas, sendo a última reservada para o chorume, que é um dos resultados da compostagem que misturado com água, pode se tornar um biofertilizante para as plantas. ________________________________________

Fonte: Grow it organically

Vinicius Moratta
Enviado por Vinicius Moratta em 02/07/2019
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