AONDE ESTAMOS INDO?

Assim como o sol causticante invade e avança inclemente por todos os cantos de nossa terra, significando a resposta lógica da natureza aos atos tresloucados e gananciosos do homem, também uma violência insuportável invade e avança desvairada pelos caminhos da nossa história!

Infelizmente, a crueza implacável do ter e do poder parece não dimensionar as respostas trágicas da natureza, que vão se avolumando e poderão tornar insuportável a vida no planeta. Quanto à violência, a impunidade de leis dormentes, incoerentes, convenientes, tornou-se fonte jorradora que se revigora a cada dia!

Até há pouco, principalmente os agricultores sabiam o tempo de plantar, de colher, de abastecer o mercado com os frutos de seu trabalho produtivo. A fome e a sede não eram a ameaça de pesadelo que campeia nos nossos dias. Do presente de Deus, que eram os mananciais, brotava a vida para todos os seres viventes.

Hoje, enquanto um pequeno grupo dominador promove a devastação ambiental às custas de uma corrupção exacerbada, rios, córregos, lagos, poços, açudes, represas... morrem de sede e uma população imensa, deixada ao léu, sofre todas as consequências e ameaças desumanas!

E a justiça?! Justiça só a de Deus, pois a dos homens continua cega, de olhos completamente vendados!

Viajando por aí, constatei com meus próprios olhos a falência das águas e do verde. Rios, antes caudalosos, deixam à mostra as pedras do fundo! Córregos completamente secos, cujos leitos foram tomados pela vegetação. Os poucos córregos que existem (ou existiam) em nossa cidade, só estão alimentados pelo esgoto, espalhando um horrível mau cheiro em suas imediações!

É... parece que nos fazem caminhar...

NA TRILHA DO FIM

A natureza apela para o homem que a devastou sem dó!

Árvores já não há.

A vegetação rasteira é marrom.

Onde foi morar o verde?

E a sombra que alivia o cansaço?

Onde se esconde a água?

Nada mais há!

Centenas, milhares de anos de trabalho,

Tempo sem fim de construção da vida:

- tudo está por terra!!

E é por isso que a natureza ruge.

Ruge de dor.

E os ecos de seus gritos ecoam pelo planeta!...

Só o homem não os ouve.

Ele está entretido entre os cifrões e as motosserras!

Na sua marcha devastadora,

Vai engolindo o hoje

E desvelando a trajetória sombria do amanhã!

Simplesmente, e sem alternativas,

Roubará aos nossos descendentes, aos seu próprios,

O oxigênio que minava do verde,

A água pura que brotava do chão promissor,

A vida, enfim, que é dom gratuito do Amor que é Pai!

NEUSA RAMOS
Enviado por NEUSA RAMOS em 19/05/2019
Código do texto: T6651144
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