Ambientalismo: Raiz X Nutella
O movimento verde, ambientalismo, nunca foi tão comentado no Brasil e quiçá mundo. Cada vez mais percebe-se a imprescindível necessidade pela luta da existência de leis mais protetivas ao meio ambiente, ações para resguarda-lo e garantir qualidade das águas, florestas, fauna, enfim, da vida das futuras gerações; fundamental a elaboração de documentos com finalidade de diminuir emissão de carbono, implantar metas a fim de modificar comportamento da indústria, comércio mundial, etc.
Resta saber se cada um dos ambientalistas tem noção da responsabilidade individual e peso de carregar tal título. Até porque o conceito requer uma mudança de comportamento social, que a princípio deveria partir do indivíduo, principalmente dos que levantam a bandeira do ativismo.
É bom parar para pensar sobre a complexidade que envolve a luta pela proteção ao meio ambiente. Empreendedores acham exagerada a legislação protetiva, já ambientalistas acham que cada dia mais se perde proteção em busca do desenvolvimento. Luta eterna e talvez até necessária ao equilíbrio. Já entre essas duas “classes” fica a sociedade, ora observando e apoiando um, ora observando e apoiando outro.
Bom seria se cada indivíduo, onde quer que se enquadre fizesse um escaneamento pessoal das atitudes individuais, referente à preservação do Meio Ambiente. É claro que não existe nem se cobra perfeição, mas racionalização dessas atitudes.
Se parar para analisar, até questões que geralmente são discutidas somente em rodas de saúde, política e religião, tem cunho ambiental, como, por exemplo, uso de drogas. Já parou para pensar sobre o impacto ambiental que o cultivo e a sintetização de drogas faz ao meio ambiente? A indústria do cigarro, então? O dano não é somente à saúde de quem utiliza. Desde o desmatamento até emissão de resíduos; talvez julgadas de baixo impacto ambiental, mas que individualmente, somam a população mundial usuária, que não é pouca. Já ouviu algum ambientalista discutindo sobre esses assuntos, dentro da pasta do meio ambiente? Não é muito comum.
Não matar bichos para comer, uma vez que o impacto ambiental do setor pecuário é demasiadamente grande, e diretamente proporcional à indústria da carne (“carne nossa de cada dia”, daquele churrasco tão frequente, isso sem mensurar o carvão). Utilizar o mínimo possível de alimentos industrializados (enlatados, refrigerante, cerveja...), ao invés disso, comer mais grãos, raízes, frutas, principalmente plantados em agricultura familiar com o mínimo de agrotóxico, claro. Diminuir a utilização de produtos descartáveis (copos, fraldas, absorventes femininos, inúmeros outros). Fazer uso de energias menos impactantes em casa (ex: solar); ser minimalista ao invés de consumista.
Sem contar abstenção de outras muitas tecnologias tão necessárias mas extremamente degradantes; inúmeras viagens de avião; talvez até optar por moradia em ambiente rural, para um cuidado prático ambiental, uma vez que o conhecimento prático subsidia o conhecimento teórico, tornando a luta protetiva mais racional.
O objetivo da reflexão não é radicalizar, nem para um lado, nem para o outro, mas mensurar a proporção do que é a relação com o meio ambiente não só pelos ambientalistas, empreendedores, produtores, mas por toda a sociedade, individualmente e cotidianamente.
Não que a sociedade deveria retroagir ao desenvolvimento alcançado, abster dos poucos exemplos acima relacionados. Muito menos abrir mão do meio natural pela busca de um desenvolver inconsequente.
Mas é fácil ser ambientalista com discursos bonitos; defender um extremismo natural. O que não é belo, é viver de palavras falso moralistas, e de pura demagogia, muitas vezes ocultada até por algum interesse pessoal, nem que seja puramente de fazer inflar o ego. Falar é fácil, levantar a bandeira também, mas abrir mão de poucos dos exemplos acima, maioria das vezes, nem “ambientalistas” fazem, as vezes nem pretendem fazer, pelo meio ambiente.
A carência de educação ambiental é, sem dúvida, muito mais prática que teórica e ocorre em todos os níveis, do mais leigo ao ativista.
Antes de levantar uma bandeira extremamente naturalista, deveria ser feita uma auto avaliação do que é preciso modificar de fato no cotidiano individual. Às vezes pequenas atitudes e exemplos geram mais efeitos benéficos ao meio ambiente do que grandes textos com objetivos desarrazoados e inalcançáveis.
O equilíbrio é o objetivo que deveria ser alcançado. É possível amar o meio ambiente e o desenvolvimento. O Brasil, pela riqueza natural e econômica poderia ser exemplo mundial disso.
Fundamental proteger nosso planeta, principal fonte de vida, nossa casa; sem deixar de evoluir! Lutar para que ambos caminhem juntos. É possível? Há quem acredite.
Já ouviu falar no famoso “teto de vidro”. Todos temos. Menos hipocrisia, mais atitude, por favor!