Projeto Paróquia Solar: para além das placas
Para regozijo de todos os sousenses, o Projeto Paróquia Solar, da Paróquia Nossa Senhora Santana, se fez realidade e está em pleno funcionamento, graças à iniciativa do Padre Paulo Diniz e seus colaboradores que, com a ajuda dos fiéis dizimistas, compreenderam a imperiosa necessidade do projeto, para alinhar o trabalho catequético com a busca de soluções para os problemas ambientais existentes, como é o caso do desafio da geração de energia limpa, através da utilização do sistema de energia fotovoltaica, sendo dessa forma o primeiro a ser instalado nesse segmento religioso e nessas proporções no Brasil. Por essa conquista, estamos todos de parabéns!
Com o projeto Paróquia Solar não apenas se terá benefícios econômicos, com a grande redução nos gastos com o consumo de energia, o que já seria justificável. No entanto, atrelado a essa vantagem, está a preocupação com a vida ecológica do Planeta, questão elementar que assombra o mundo, pois a mãe natureza está sofrendo severos e cruéis ataques em nome do desenvolvimento e do lucro. Portanto, buscar soluções inteligentes e sustentáveis passa a ser prioridade cidadã do bom cristão.
O ato de evangelizar precisa ter a devida continuidade, enquanto propósito eclesiástico, mas quando esse ato de fé é permeado com as boas ações, como é o caso das práticas ambientais sustentáveis, estaremos cumprindo com o dever religioso e com a responsabilidade socioambiental, tarefa inerente à coerente vida cristã, mas nem sempre percebida por todos. Será que praticar atos de generosidade com as pessoas e com o meio ambiente, em favor da ecologia, agrada a Deus? Entendo que a preocupação com a Campanha da Fraternidade de 2019, cujo tema será “Fraternidade e Políticas Públicas”, esteja perfeitamente alinhada com esse propósito.
Por que devemos ousar e tentar ir além das placas da energia solar? Agora que já realizamos uma grande conquista com o referido projeto, precisamos ampliar nossas ações em favor da coletividade, ação solidária, e também em defesa da natureza, responsabilidade ambiental. Cabe ao bom cristão a boa ação cidadã, por meio do freio no consumismo, da atenção à Educação Ambiental, do uso racional dos recursos naturais, da busca de informações sobre as mudanças climáticas, do conforto térmico e a relação com a saúde, sobre a desertificação que ameaça nossos solos, a problemática da gestão dos recursos hídricos e dos resíduos sólidos, entre tantas outras dificuldades.
A junção da fé e da razão já existe desde a Idade Média, de modo que devemos ter o compromisso e a responsabilidade em sermos mais sustentáveis na fé e nas boas ações perante o meio no qual vivemos, porque é isso que o Planeta Terra precisa e Deus deseja, para sermos mais coerentes e felizes com nossas ações.