Max Weber a Razão Epistemológica de ser Positivista.
Weber foi aluno de Rickert como vimos em um artigo anterior escrito por mim, sendo profundamente influenciado pelo seu professor, sua proposta teórica, leva em consideração aos valores culturais formulados por Rickert.
O que significa para Rickert que toda ciência da sociedade, particularmente as ciências do espírito ou da cultura implica necessariamente em uma relação de valores que são usados como ponto inicial para qualquer investigação científica.
A diferença fundamental entre Weber e Rickert é que Weber não acreditava em valores universais, ele imaginava que cada nação, cada povo, tem sua própria cultura com suas características.
O que é importante para uma nação não é fundamental para outra, desse modo para Weber em consonância com Rickert em relação aos valores culturais não é algo negativo que teria que ser eliminado conforme pensava Durkheim.
Weber sempre refletiu se não houvesse valores culturais no início das escolhas propositivas não seria possível produção científica.
Sem valores culturais não teria como encontrar um caminho para desenvolver a investigação, portanto, os valores culturais são vistos como pressuposições fundamentais para qualquer investigação no campo das ciências sociais.
Os pontos de vistas valorativos chamados por weber ou posições axiológicas determinam sistematicamente o caminho da pesquisa, ou seja, a escolha do objeto em estudo.
O que é digno de ser analisado cientificamente, o que é essencial ao conhecimento epistemológico, o que é da natureza do aparelho conceitual da análise do objeto em estudo, específico do mundo científico, o entendimento do objeto em questão.
A imposição dos valores weberianos a princípio nada tem de positivo, ou seja, da Filosofia positivista, pelo contrário nasceu de um posicionamento antipositivo, em certos momentos Weber posicionava contra ao positivismo, não contrário a Comte ou Durkheim, mas a respeito da economia política.
De certo modo ele criticava o que chama de influência da biologia nas ciências sociais, como caminho negativo para encontrar o que se pode chegar à realidade social por um conjunto de leis de natureza científico-natural.
Mas qual é o grande erro de Weber após toda essa trajetória descrita por mim, aos poucos as ideologias os pontos de vistas culturais e sociais do mundo, vão desaparecendo e as ciências sociais vão tornando cada vez mais objetivas como as ciências da natureza.
Então todo o caminho percorrido por Weber perde sua significação epistemológica, o que fez em relação a sua criticidade a respeito da negação inicial do positivismo, sendo expulso pela porta da sala, entrou novamente na sua acepção de análise pelos fundos.
Na primeira parte da sua elaboração Weber desenvolve toda uma crítica ao positivismo em especial ao que refere aos valores, mas na segunda parte do desenvolvimento da sua concepção em referência a sua resposta, aceita o positivismo como saída para análise das ciências sociais.
Desconsidera, portanto, toda influência sofrida pelo seu mestre o grande professor Rickert, considera que as ciências sociais não apenas podem, mas deve ser livre de juízes de valor, axiologicamente e neutra no processo de investigação, o estabelecimento do positivismo puro.
Os instrumentos conceptuais usados para verificação da verdade fundamentam em valores universais e valem para qualquer situação científica da análise ao caminho da objetividade do espírito científico.
Desse modo as pressuposições de pesquisas são subjetivas dependem dos valores culturais, mas os resultados das pesquisas da investigação científica devem ser inteiramente objetivos, isso para qualquer investigador seja qual for o seu ponto de vista suas pressuposições morais ou políticas.
Diz Weber nas ciências sociais, qualquer demonstração científica deve ser evidente por ela mesma, sem nenhuma natureza de erro, e mesmo que a cultura seja diversa, uma vez realizado a análise a objetividade dela, tem que necessariamente ser aceita como objetiva para qualquer cultura, dado seu caráter de exatidão.
Edjar Dias de Vasconcelos.