Pelinhos eriçadinhos
A cada hora surge uma revelação, geralmente agourenta, sobre as perturbações climáticas e seus efeitos na natureza. Das mais recentes que vi está a do enxame das processionárias no Vale d'Aosta e arredores, na Itália. A processionária, o google ensina e ilustra, é aquela lagarta peludinha que anda enfileirada, feita um comboio, cada uma agarrada na bundinha da outra. Todas, rigorosamente do mesmo tamanho, mesma cor e até mesmo mesma letalidade.
E, podem até matar pela toxicidade de seu veneno que está na pontinha de seus pelinhos, espetadinhos, e prontos para o ataque ao primeiro e muitas vezes inesperado toque. E toque o trem. São um perigo para humanos e até animais.
E neste ano de mais desregulamentação climática, em que o calor abundou e o inverno europeu não chegou a esfriar o suficiente, as lagartinhas proliferaram de maneira explosiva. As comunidades afetadas, para manterem atraente o turismo, e para a própria segurança têm formado expedições para combatê-las, e vão colhendo ninhadas e as incinerando às carradas. Mas, apesar dos números expressivos da coleta, tudo parece ser pouco significante face o prodígio da natureza. Como o colher de ovos e larvas da zika, que entre nós mais pika.