Cidadania e Meio Ambiente: fatos e falácias

O senso comum nos é formado a partir daquelas frases hipnóticas: "se cada um fizer sua parte" que o indivíduo recebe, incorpora ao seu vocabulário sem refletir sobre ela, repete feito um papagaio, porém , infelizmente não vai agir de acordo.O problema todo reside na partícula "se". No caso da chamada " crise hídrica", associada à destruição do meio ambiente, o que falta para o indivíduo ser colaborativo é um incentivo material, do tipo: se reciclar, separar o lixo, ganhará desconto no IPTU, ou algo do tipo, como fizeram com as latinhas e não há uma única por aí.

Contar unicamente com o senso de cidadania do indivíduo é problemático; claro, há aqueles cidadãos conscientes, que reciclam o lixo, separam o orgânico do reciclável, que levam a sacolinha no mercado; quem sabe se tornarmos a sustentabilidade em algo rentável e que gere empregos realmente ela decole; pode-se partir para a punição pura e simples, com pesadas multas, porém já se provou que não é educativo; o incentivo positivo dá muito melhores resultados.

Outro dia vi uma frase num supermecado: "E aí, já se tornou consciente?" Acho acintoso, quando não mal educado, quando sabemos que essa rede deve causar muita poluição ambiental e só está pensando nos lucros que auferirá por não distribuir as malfadadas sacolinhas de plástico e sim vendê-las, que aliás, já me causaram uma antipatia tal com determinados estabelecimentos, que vêm com aquela :"vai querer sacolinha?", quando olham que você não carrega nenhuma à vista. Alguns estabelecimentos mais inteligentes já optaram por dá-la ; dar é um eufemismo; já está embutido nos preços mesmo , todo mundo sabe.

Acho que cabe ao cidadão decidir por ele mesmo ser consciente; todos estamos carecas de saber que o maior consumo de água não é o residencial, mas o da indústria e agricultura, não o seu banho ; é claro que não se deve desperdiçar, mas, sem neura, por favor; fala-se em reciclagem e ao mesmo tempo admiramos o norte-americano que queima combustível caro e poluidor em seus muscle-cars.

O "se" do começo do texto denota que você não é o maior culpado pelas mazelas do mundo; sua contribuição será bem-vinda e ajuda, mas não basta se não alterarmos a estrutura de nossa sociedade.