Visão Indígena
Com todo o nosso respeito aos índios, que aqui já estavam quando os europeus chegaram, não podemos ser contra o progresso. A depender deles, sempre contrários à construção de qualquer barragem, não teríamos as usinas hidrelétricas. Por amor ao solo nativo, poderia eu também ter sido contra a construção de uma delas. O lugar onde nasci está submerso pelo lago de Itaparica, desde o ano de 1988. Presenciei inúmeras manifestações dos mais diversos segmentos da sociedade, também contrários à inundação de três cidades ribeirinhas do São Francisco. Não vi ainda, até hoje, nenhuma construção desse gênero, que recebesse o apoio da comunidade local, no início da obra. Entretanto, depois dos benefícios que ela traz, todos são unânimes em dizer que não querem, jamais, voltar ao passado.
A Petrolândia de hoje nem se parece com a antiga. Teve um progresso jamais imaginável. Enquanto antes dependia de outras, hoje é um polo regional. As outras é que a ela recorrem para o atendimento mais imediato.
Se olharmos para o Brasil e toda a América do Sul, as regiões mais desenvolvidas são aquelas que tiveram a influência do europeu, trazendo de lá a sua cultura. Ninguém quer ser ainda um Paraguai ou Bolívia, onde predomina a cultura indígena que se satisfaz com o “pegar, assar e comer”. Para eles o amanhã é outro dia.
Onde há um sinal de progresso foi trazido de fora. Sou ribeirinho e estendo a minha mão à palmatória. A região mais próspera, quando se procuram os seus empreendedores, nem são sertanejos nem nordestinos. Vieram de outras regiões ou de outros países. Duvido que a visão indígena seja de empreendedorismo.