Água, Fogo, Terra e Ar
Às vezes nos impomos a determinados assuntos, seja por mera necessidade reflexiva de nossa atuação enquanto seres humanos, elementos vivos de uma macrosfera, de um universo cósmico, ou por alguma finalidade mais específica que se faz imponente...
Questões ambientalistas e ecológicas estão muito em voga atualmente, assim seja qual for a razão que motive discussões, será bem vinda. E, para falar sobre natureza e existência de vida (qualquer forma de vida) na Terra é imprescindível falar, antes de mais nada desses quatro elementos: Água, Fogo, Terra e Ar... É condição 'sine qua non' levantar a relevância desses elementos.
É possível fazer uma retrospectiva aos primórdios do pensamento humano para estabelecer um fio de discussão e por conseguinte, uma formulação abrangente de idéias e valores no que tange às questões ambientais de ecossistema, biodiversidade, preservação, renovação de recursos naturais e sustentabilidade. Desta feita, observa-se que os antigos gregos se apoiavam num raciocínio lógico, de acordo com o qual, se observa na natureza a existência dos átomos, não no sentido de testar-lhes os efeitos, mas no tocante ao que na imaginação pudesse corresponder à realidade, impondo a si regras lógicas que justificasse sua existência. Para os antigos filósofos-cientistas a forma definiria o caráter da substância. Atualmente a forma é apenas uma representação simbólica de “como é” e não “do que é” composto o mundo.
Os átomos atualmente não são mais tidos como partículas materiais e sim como entidades simbólicas. Foi Platão quem forneceu esse primeiro relato sistemático de uma teoria (geométrica) dos átomos. Estes apareciam como figuras planas, bidimensionais, que possuiam espaços vazios em seu interior, os quais organizando-se entre si, em constante movimento formariam novas matérias.
Platão via no sistema atômico apenas quatro espécies de átomos (teoria dos quatro elementos), sendo estes: água, terra, fogo e ar, e da combinação entre eles resultava na imensa gama de formas naturais, distribuídas em classes. Cada elemento se distinguia ainda por sua qualidade predominante: o calor para o fogo; o frio para a água; a umidade para o ar, e a secura para a terra, através das quais se relacionavam, sendo que cada um deles possuía outra qualidade, além da predominante. Assim, as qualidades do fogo, o calor e a secura; as da água, o frio e a umidade, e as do ar, a umidade e o calor, podendo transformar uns nos outros de acordo com as qualidades que apresentem em comum e as associações que fazem entre si na natureza. Dessa forma, reforça-se a máxima de que "na natureza nada se cria, tudo se transforma" à partir das (inter)relações atômicas dos distintos elementos dentro da natureza.
Logo, em conformidade a essa teoria, pode-se afirmar que tudo na natureza surge dos quatro elementos sugeridos por Platão: terra, ar, fogo e água, seja nas pessoas, seja nos animais e plantas, seja no (micro ou macro)universo no qual estamos inseridos.
A Água representa ¾ da superfície terrestre e, segundo estudos, foi na água e a partir de suas moléculas, no desenrolar dos inumeráveis processos naturais (aquecimentos e resfriamentos terrestres, tempestades de meteoros), que surgiram as primeiras formas de vidas, e que, devido as adaptações ao meio no decorrer das eras e da constante evolução do planeta, originaram-se diferentes espécies de seres, de plantas, de substâncias, formando toda uma biodiversidade e os diferentes ecossistemas.
Do magma, das lavas incandescentes e chuvas de meteoros surgiram as formações rochosas e minerais. E, 1/3 da superfície terrestre resulta, segundo estudos geológicos, das movimentações das placas tectônicas que devido ao aquecimento e resfriamento da terra, se expandiram formando “rachaduras e fissuras” que geraram as divisões continentais conforme as conhecemos na atualidade, cada qual com suas características climáticas mediante à sua proximidade ou distanciamento do eixo central da terra (em relação à linha do Equador, trópicos e círculos polares)
A atmosfera teve e tem papel de suma importância para a conservação de toda essa vida desenvolvida na terra e, os quatro elementos ( água, fogo, terra e ar) na dinâmica do gênesis terrestre, ora caótica (teoria do caos) ora em harmonia, determinaram a existência de tudo o que há hoje no planeta e o que já existiu e desapareceu, seja por razões da própria evolução terrestre (em relação a algumas formas pré-históricas, dinossauros, por exemplo) seja (infelizmente) pela ação depredadora humana.
E como esses quatro elementos fazem parte da origem da vida de tudo o que existe no planeta, a astronomia, assume a ideia de que eles influenciam e determinam comportamentos e personalidade: com fogo aquelas pessoas "quentes", com iniciativa, impetuosas e até, se em excesso de fogo, manipuladoras, egoísta e agressiva. A água será daquelas pessoas emocionais, sensíveis, artísticas, mais sociável e sexual. O balanço água/fogo é então crítico.
O ar tem a ver com as ideias, com o ver mais além e com a comunicação e meandros mentais, sendo que pessoas com "ar" a mais serão então o típico estereótipo daquele que vive no mundo da lua. A terra dá pessoas fortes e entroncadas, pragmáticas e calmas, pacientes e às vezes possessivas.
Evidentemente que essa valoração das influências dos quatro elementos sobre a personalidade humana ocupou caráter mais ideológico que científico por muito tempo. Porém, sabendo que todos fazem parte dessa biodiversidade, já se pode ter uma maior segurança em tais pensamentos e levando em conta que estamos inseridos em um grande macrocosmo, todas as ações e reações que ocorrem no universo, resvalam, indubitavelmente, sobre a existência humana.
Assim, a necessidade de pensar ecologicamente nesses elementos visando a defesa da vida se faz fundamental e urgente, porque ao que tudo indica, a terra caminha à passos largos para uma nova transformação e uma nova era (tal qual a que se deu à milhares de anos atrás na era glacial) impulsionado principalmente pelos efeitos da poluição e desequilíbrio ecológico provocado pelo ser humano e não se sabe como será essa nova era, nem o que será desse planeta azul que é a nossa casa, a TERRA.
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 12/03/2010