Convivendo com a biodiversidade

CONVIVENDO COM A BIODIVERSIDADE

Antônio Mesquita Galvão

A palavra biodiversidade, cunhada na década de 90 refere-se ao conjunto de todas as espécies de seres vivos existentes na biosfera ou em determinada região; também chamada de diversidade biológica, variedade de organismos vivos em um hábitat, ou zona geográfica determinada. Geralmente mede-se essa riqueza através do número de espécies ou subespécies de plantas, animais e microorganismos. A diversidade de espécies é imprescindível para o funcionamento natural dos ecos-sistemas e, portanto, é um indicador do estado de saúde de determinado meio.

Nos ecossistemas brasileiros, observa-se a integração entre os seres vivos (comunidade) e o ambiente físico (fatores abióticos) própria de cada uma das dife-rentes regiões naturais brasileiras. A Amazônia, a Caatinga, o Pantanal, o Cerrado, a Mata Atlântica, a Mata de Araucárias, os Campos Gaúchos, a Mata dos Cocais, os Manguezais e as Restingas são exemplos dos ecossistemas brasileiros mais im-portantes. Alguns autores apontam a existência de outros. Prefiro ficar com esta divisão, mais acadêmica. O Brasil possui inúmeros ecossistemas; e essa variedade se deve a extensão do seu território, bem como à diversidade de climas, relevos, tipos de solo e a sua localização no planeta, entre outros.

A Amazônia

A Amazônia é uma ampla região natural que se estende entre o maciço das Guianas e o Planalto Brasileiro, e desde o Atlântico até os Andes, na América do Sul, com uma superfície de sete milhões km2 compartilhada pelo Brasil (em sua maior parte), Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equa-dor, Peru e Bolívia. Tudo na Amazônia é superlativo: a maior floresta tropical úmi-da do mundo se encontra em torno da mais extensa rede fluvial do planeta, que por sua vez movimenta o maior volume de água doce disponível na Terra.

Trata-se de um dos maiores ecossistemas do mundo. Ao desembocar no A-tlântico, o rio Amazonas tem um caudal de 100 mil m3 por segundo, causador do fenômeno conhecido como pororoca, e a evaporação de parte desse líquido é res-ponsável pelas abundantes chuvas (em torno de 2.500mm ao ano) que garantem a sobrevivência da vegetação. Em linhas gerais, a região amazônica corresponde à bacia do Amazonas e seus mais de mil afluentes; mas a parte sul dessa rede fluvi-al está numa outra região natural, a do cerrado do centro do Brasil, enquanto a maior parte da bacia do Orenoco e dos rios das Guianas tem características ama-zônicas.

Vista de um avião, a Amazônia parece um fantástico tapete, belo, verde e homogêneo. Por debaixo das copas das árvores há uma diversidade biológica, con-dicionada pela relação entre o terreno, a vegetação e as águas, que evidencia a e-xistência de vários estilos de vegetação, cada um com características próprias bem marcadas. A chamada várzea alta é substituída pelas terras que só são inundadas nas enchentes excepcionais e, por contar com os solos de melhor qualidade, é a parte mais habitada da floresta.

As várzeas amazônicas são aquelas áreas que permanecem inundadas du-rante quatro ou cinco meses por ano, na estação das chuvas, o que limita conside-ravelmente sua utilização econômica, enquanto os igapós, ou floresta inundada, correspondem às áreas que, mesmo ocupadas por vegetação arbórea, permanecem sob as águas a maior parte do ano (nove a dez meses). Além dessas diferenças, em vários setores aparecem terras altas de pouca fertilidade que são ocupadas por campos abertos com vegetação de transição, como os lavrados de Roraima e os llanos da Colômbia e a Venezuela, verdadeiras ilhas de pradaria em meio à exube-rância vegetal da floresta. Essas características, que por um lado alimentam a e-norme biodiversidade da região, que conta com mais de 60 mil espécies só de ár-vores, por outro lado determinam a considerável fragilidade dos ecossistemas a-mazônicos.

As árvores gigantescas (algumas ultrapassam os 100m de altura) vivem mui-to mais do húmus produzido pela vegetação em decomposição do que dos nutrien-tes dos solos pobres, que seriam rapidamente degradados se privados de sua co-bertura vegetal. A ocupação humana da Amazônia, que se intensificou na segunda metade do século XIX durante o chamado “ciclo da borracha”, não ameaçava dire-tamente aquele equilíbrio uma vez que não precisava retirar as árvores; a econo-mia coletora dos seringueiros, assim como a extração das chamadas “drogas do sertão”, destinadas à produção de medicamentos, harmonizava-se com o equilíbrio ecológico. Essa economia combinava com uma reduzida criação de gado nas áreas abertas e a existência de pouquíssimos centros urbanos de certa importância, co-mo Iquitos, Letícia, Manaus, Óbidos, Santarém e Belém do Pará.

No entanto, especialmente nas últimas décadas, a ocupação do território ad-quiriu novas características que claramente entram em conflito com a preservação do meio ambiente. A criação da Zona Franca de Manaus teve como resultado um crescimento demográfico sem precedentes e desordenado na região, e esse impacto foi complementado com a atividade de garimpeiros e empresas mineradoras no amplo arco que acompanha a vertente sul do maciço das Guianas e nas bacias dos afluentes da margem direita do Amazonas.

O garimpo, em particular, teve conseqüências graves do ponto de vista am-biental, devido à contaminação por mercúrio de muitos rios amazônicos. A isso se somou o avanço da pecuária, trazendo consigo as grandes queimadas destinadas a eliminar a vegetação arbórea para abrir espaço às pastagens, e mais recentemente à atividade das madeireiras, que exploram as madeiras nobres requeridas pelos mercados consumidores dos países ricos.

A proliferação de centros urbanos, cada vez mais numerosos, cria novas ne-cessidades de terras agrícolas próximas, e o resultado global dessa situação é que dez por cento da área total amazônica já foi desmatada. Os riscos dessa ocupação desorganizada foram postos em evidência em março de 1998, quando as queima-das feitas pelos agricultores no estado de Roraima saíram do controle humano, com a ajuda da seca que afetava a região desde novembro, e provocaram o mais grave incêndio registrado em terras amazônicas.

Segundo autoridades, foram seriamente afetados uma gama impressionante em km2 de campos abertos e cerca de 10 mil km2 de florestas, enquanto técnicos de um grupo ecológico, a ONG “Amigos da Terra” calcularam que a quantidade de carbono liberada na atmosfera pelo incêndio foi equivalente à poluição produzida por todas as indústrias de São Paulo em dez anos.

Infelizmente, pelos atropelos da ética referidos linhas atrás, o Brasil ainda não se conscientizou do que é a Amazônia, seu papel na biodiversidade brasileira e mundial, a riqueza de suas águas e subsolo. Temos em mãos um incomensurável patrimônio biológico, e permanecemos como que anestesiados, alheios à poluição dos rios, à degradação de suas florestas, ao roubo de suas riquezas naturais e à criminosa atividade de pessoas e entidades, que se movem naquela “terra de nin-guém”, tamanho o abandono e o laxismo propiciado pelas autoridades brasileiras.

A Amazônia é tão importante no concerto biológico mundial, que é vista co-mo uma presa valiosíssima pelos predadores internacionais, inclusive pelos Esta-dos Unidos, que estariam ensinando nas suas escolas (apareceu em sites da In-ternet) que a Amazônia seria uma região internacional, controlada pelo governo norte-americano. Bioética, no Brasil, é cuidar prioritariamente da Amazônia, e ze-lar por um tratamento positivamente ético com relação às nossas riquezas biológi-cas.

A Caatinga

Caatinga é nome comum que recebe no nordeste do Brasil um tipo de mata baixa, pouco desenvolvida, formada por arbustos espinhosos e árvores de folhas frágeis. O clima é de tipo tropical semi-árido, com um período de seca seguido por chuvas irregulares, o que provoca que a vegetação perca suas folhas durante a es-tação seca. O desmatamento que produz as secas, interfere na biodiversidade da caatinga. A paisagem da caatinga varia desde as zonas mais arborizadas até áreas mais abertas, com árvores e arbustos muito esparsos. Um exemplo de ave caracte-rística desta zona é a arara azul, da qual, entretanto, restam menos de cem exem-plares na natureza.

O Pantanal

O Pantanal Mato-grossense é uma extensa planície ondulada às margens do rio Paraguai, com superfície de 120.000 km2, que anualmente é inundada parci-almente pela cheia dos rios e forma um ecossistema de características únicas no mundo. Situado entre a floresta tropical amazônica, o cerrado e os campos abertos do sul, o pantanal atua como uma área de transição, pelo fato de estar situada numa depressão associada à rica rede hidrográfica formada pelo Paraguai, seus afluentes (São Lourenço, Cuiabá, Taquari, Negro, Miranda, Aquidabã) e numero-sas lagoas, para criar um hábitat particularmente rico que se traduziu na prolife-ração de espécies animais e vegetais.

A biodiversidade da região pantaneira pode ser avaliada pelo fato de que ali coabitam 720 espécies de aves, da ema à arara; 89 de mamíferos, incluindo onças, antas e pacas; 230 de peixes, como o dourado, e 52 espécies de répteis, dos quais os mais característicos são o jacaré, e as gigantescas jibóia e sucuri. O regime de inundação sazonal resulta num mosaico de vegetação que inclui florestas, cam-pos, vegetação de cerrado e grandes áreas ocupadas por plantas aquáticas. O mo-do de vida nas modernas fazendas pantaneiras foi descrito com linguagem cinema-tográfica na telenovela Pantanal, através de cujas imagens grande parte dos brasi-leiros descobriu as belezas da região. O Pantanal, por conta de sua beleza e rique-za ambiental, hoje faz parte de quaisquer roteiros turísticos nacionais e interna-cionais que se imagine sobre o Brasil..

A Mata Atlântica

Depois da Floresta Amazônica, a Mata Atlântica é a segunda maior floresta tropical úmida do Brasil. Por ocasião do descobrimento, a mata atlântica ocorria de forma quase contínua paralela ao litoral, do nordeste ao sul do país, com cerca de 1,5 milhão de km2. Foi a primeira vegetação natural a ser explorada pelos co-lonizadores, que praticamente extinguiram essa vegetação na maior parte do lito-ral brasileiro. Durante o primeiro século de ocupação portuguesa as madeiras, principalmente o pau-brasil, foram o principal produto de exportação da colônia. Essa exploração foi seguida de um imenso desmatamento para a instalação da cultura de cana-de-açúcar.

Posteriormente, outras áreas foram desmatadas para o desenvolvimento da cultura do café. Finalmente, com a industrialização do país, outras grandes áreas foram desmatadas para a produção de carvão vegetal em locais próximos dos cen-tros de consumo.

A exploração não controlada dessa vegetação, aliada à sua distribuição ge-ralmente em encostas, resultou na redução de sua área em quase 90%. Os princi-pais remanescentes dessa vegetação encontram-se hoje no litoral sudeste do país, ainda submetido à ameaça constante da poluição e da especulação imobiliária, como por exemplo a Ilha Grande e o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Apesar disto, o pequeno remanescente dessa vegetação preserva um alto nível de biodiver-sidade, um dos maiores do planeta, abrigando um grande número de espécies a-meaçadas de extinção, das quais o representante maior é o mico-leão-dourado.

Campos gaúchos

Além de Florestas Tropicais, Pantanal, Cerrado e Caatinga, os Campos Gaú-chos fazem parte da paisagem brasileira. No sul do país, a vegetação é composta por campos limpos, as chamadas estepes úmidas. De um modo geral, o campo limpo é destituído de árvores, com uma composição bastante uniforme e com ar-bustos espalhados e dispersos. O solo é revestido de gramíneas, subarbustos e ervas.

Entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os campos são formados pelas gramíneas já aludidas, e leguminosas nativas, que se estendem como um tapete verde por uma região de mais de 200 mil km2. Nas encostas, esses campos tor-nam-se mais densos e ricos. Nessa região, com muita mata entremeada, as chuvas distribuem-se regularmente pelo ano todo e as baixas temperaturas reduzem os níveis de evaporação. Tais condições climáticas favorecem o crescimento de árvo-res.

Os Campos Gaúchos (também aparece como Campos do Sul) ocorrem no chamado Pampa, (nos países de língua espanhola, dizem la pampa, no feminino) uma região relativamente plana, de vegetação aberta e de pequeno porte que se estende do Rio Grande do Sul para além das fronteiras com a Argentina e o Uru-guai. São áreas planas e de coxilhas, revestidas de vegetais resistentes (as gramí-neas) que resistem ao frio e também ao sol, mantendo mais ou menos uniformes os pastos.

Descendo ao litoral do Rio Grande do Sul, a paisagem é marcada pelos ba-nhados, isto é, ecossistemas alagados com densa vegetação de juncos, gravatás e aguapés que criam um hábitat ideal para uma grande variedade de animais como garças, marrecos, veados, onças-pintadas, lontras e capivaras. O banhado do Ta-im é o mais importante da região, devido à riqueza do solo. Tentativas extravagan-tes de drená-lo para uso agrícola foram definitivamente abandonadas a partir de 1979, quando a área transformou-se em estação ecológica. Mesmo assim, a ação de caçadores e o bombeamento das águas pelos arrozeiros das redondezas conti-nuam a ameaçar o local.

Florestas de araucárias

A araucária, também conhecida como “pinheiro-do-paraná”, é um tipo de pinheiro da espécie conífera, encontrado na região sul, desde a serra gaúcha, pas-sando pelo centro (região serrana) de Santa Catarina (Lages, Campos Novos e Cu-ritibanos) indo encontrar no Paraná seu hábitat mais adequado. A araucária é a árvore símbolo do Estado. No entanto, por conta do desmatamento descontrolado, esse tipo de matas foi quase totalmente destruído, e o que resta dele é produto de reflorestamento.

O Cerrado

O cerrado, uma extensa região central do Brasil compõe-se de um mosaico de tipos de vegetação, solo, clima e topografia bastante heterogêneos. O cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira, superado apenas pela Floresta Ama-zônica. São dois milhões de km2 espalhados por 10 estados, ou 23,1% do território brasileiro.

O cerrado é uma savana tropical na qual a vegetação herbácea coexiste com mais de 420 espécies de árvores e arbustos esparsos. O solo, antigo e profundo, ácido e de baixa fertilidade, tem altos níveis de ferro e alumínio. Este bioma tam-bém se caracteriza por suas diferentes paisagens, que vão desde o cerradão (com árvores altas, densidade maior e composição distinta), passando pelo cerrado mais comum no Brasil central (com árvores baixas e esparsas), até o campo cerrado, campo sujo e campo limpo (com progressiva redução da densidade arbórea). Ao longo dos rios há fisionomias florestais, conhecidas como florestas de galeria ou matas ciliares. Essa heterogeneidade abrange muitas comunidades de mamíferos e de invertebrados, além de uma importante diversidade de microorganismos, tais como fungos associados às plantas da região.

O Cerrado tem a seu favor o fato de ser cortado por três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins, São Francisco e Prata), favorecendo a manutenção de uma biodiversidade surpreendente. Estima-se que a flora da regi-ão possua 10 mil espécies de plantas diferentes (muitas usadas na produção de cortiça, fibras, óleos, artesanato, além do uso medicinal e alimentício). Isso sem contar as 759 espécies de aves que se reproduzem na região, 180 espécies de rép-teis, 195 de mamíferos, sendo 30 tipos de morcegos catalogados na área. O núme-ro de insetos é surpreendente: apenas na área do Distrito Federal há 90 espécies de cupins, mil espécies de borboletas e 500 tipos diferentes de abelhas e vespas. O Cerrado tem um clima tropical com uma estação seca pronunciada. A topografia da região varia entre plana e suavemente ondulada, favorecendo a agricultura me-canizada e a irrigação. Estudos recentes indicam que apenas cerca de 20% do Cer-rado ainda possui a vegetação nativa em estado relativamente intacto .

A Restinga

A restinga é uma faixa alongada de areia depositada paralelamente ao litoral pelo movimento das correntes marinhas. São várias as teorias a respeito da origem das restingas. Os depósitos de areia são formados com apoio em pontas, cabos ou ilhas, podendo barrar pequenas lagoas, como acontece nas áreas litorâneas do Brasil, principalmente na porção sul-sudeste. São também conhecidas como fle-chas litorâneas. As restingas funcionam como verdadeiros santuários naturais.

O litoral de restinga possui aspectos típicos como, faixas paralelas de depó-sitos sucessivos de areia, lagoas resultantes do represamento de antigas baías, pequeninas lagoas formadas entre as diferentes flechas de areia, algumas dunas resultantes do trabalho do vento sobre a areia da restinga e a formação de barras obstruindo a foz de alguns rios. A vegetação de restinga, é como uma continuação da mata atlântica sobre as planícies arenosas do litoral. Essa vegetação é muito influenciada pela proximidade com o mar. As restingas são muito ricas em epífi-tas, principalmente bromélias e orquídeas, mas estão sendo destruídas à taxas alarmantes devido a sua localização privilegiada junto ao mar.

O Manguezal

As florestas de manguezais são formações vegetais que dão aspecto notável aos litorais tropicais de todo o mundo. Sua localização, restrita a faixa entre-marés (situada entre o ponto mais alto da maré alta e o ponto mais baixo da maré baixa), faz com que esses conjuntos de mangues sejam verdadeiros pontos de encontro entre o ambiente marinho e o terrestre. No Brasil, estima-se a área total de man-guezais em mais de 1,4 milhão de hectares, distribuídos ao longo de praticamente todo o litoral, desde o cabo Orange, no Amapá, até Araranguá, em Santa Catarina.

Os manguezais desenvolvem-se em um ambiente de difícil colonização por plantas, já que permanecem periodicamente inundadas com água salgada. Por is-so, somente um pequeno número de espécies de plantas (não mais que 80 espé-cies em todo o mundo) conseguiu se adaptar a esse ambiente. Essas plantas de-senvolveram sofisticados sistemas de controle de seu balanço hídrico e de absor-ção de nutrientes, muito dificultado pelas condições salinas. Porém, essas flores-tas estão entre as mais produtivas do planeta e abrigam uma enorme quantidade de animais de grande importância econômica.

Como santuários naturais, os manguezais abrigam grandes populações de caranguejos, siris e camarões que sustentam uma fração significativa das popula-ções que habitam os litorais tropicais. Além disto, essas florestas são verdadeiros berçários para muitas espécies marinhas pescadas comercialmente e servem de refúgio para diversos animais, inclusive alguns ameaçados de extinção.

Em regiões como a desembocadura do rio Amazonas, os manguezais desem-penham também uma função protetora da terra firme, diante da violência com que se chocam as águas marinhas na maré alta e a volumosa correnteza dos rios du-rante as épocas de chuva (Pororoca). O entrelaçado das raízes, característico do manguezal, protege os barrancos impedindo uma erosão maior. Atualmente, em todo o mundo ocorre um intenso movimento ambientalista para preservar essas importantes florestas tropicais. Algumas bibliografias, identificam na biodiversida-de brasileira, a existência de mais dois biomas, vistos como zona costeira e mari-nha.

Conclusão

O trato com a biodiversidade, uma das bases da bioética, deveria ser uma das prioridades da educação do nosso povo. Não adianta termos pessoas especia-listas em língua portuguesa, leis, finanças e artes se não tivermos uma gente que se preocupe com patrimônio natural, verdadeira e primeira riqueza de nossa terra.

O autor é Doutor em Teologia Moral, especialista em bioética. Escritor, entre ou-tros livros, de “Bioética: A ética a serviço da vida”. Ed. Santuário, S. Paulo, 2004. Contatos para cursos e conferências: E-mail: kerygma.amg@terra.com.br Fones: (51) 3472-2973 – 9814-9191