Reciclagem sustentável
Dizem que, “palavras são simplesmente palavras, nada mais que palavras”. Porém, quando escrevemos: reciclagem e sustentabilidade, têm-se a sensação de algo sempre muito importante, cria-se uma atmosfera de assunto importante, conduzido por pesquisador versado e sábio. Empolga. Tanto a quem as lê, quanto a quem as escreve. Sábio, no entanto, é refletir sobre o lugar que estas palavras ocupam em nossas vidas, no dia a dia do maior bem que temos - o direito a fazer parte como protagonista - da História Universal, nela inserindo nosso diário de muitos ou poucos anos.
“A vida é um bem não reciclável”, como sabiamente o afirmou o professor Ladislau Dowbor. Somos os únicos responsáveis pela qualidade de vida que vivemos após nos tornarmos adultos. Responsáveis pelo bom ou o mau uso que fizermos da nossa existência. Como afirma o autor Zig Zaglar, somos responsáveis por permitirmos que lixo adentre nosso cérebro através das janelas da alma - nossos olhos - lixo que poluirá nossos pensamentos. Somos responsáveis pelo lixo que venha a sair de nossos lábios para poluir os ouvidos daqueles que nos ouvem. Somos responsáveis pelo lixo que escrevermos, para que outros o leiam e por ele tenham suas mentes impregnadas.
Reciclar é preciso. Reciclar nossos pensamentos, sentimentos, atitudes, vocabulário, conceitos e preconceitos, para que nossa inserção e evolução na História Universal se dê, de forma agradável, produtiva, construtiva e sustentável.
Como afirmou o sábio líder africano Nelson Mandela: “Temos a oportunidade em causar boa impressão em alguém pela 1ª vez, uma única vez, uma única chance. As demais serão sempre outras oportunidades e nunca mais a 1ª. E a 1ª impressão é a que permanecerá, seja ela boa ou ruim. A 2ª será sempre a segunda, outra, portanto”.
De igual modo, o ser humano pensante – existe alguns que não são pensantes – tem uma única oportunidade para causar a 1ª e definitiva boa impressão como reflexo da única vida que têm direito a viver nesse planeta Terra. Uma única oportunidade, para viver bem ou mal uma única vida. E muitos, desperdiçam oportunidade tão preciosas e rara. Usando-a de forma improdutiva, insatisfatória, sendo que jamais poderão reciclá-la, numa tentativa para se viver novamente de forma melhor. Vida não é como teatro, não é possível fazer vários ensaios.
Se jogarmos pensamentos ou palavras pobres e podres ao vento, o odor resultante desse ato será da mesma qualidade daquilo que foi jogado. Se as pudéssemos jogar em um liquidificador do tempo para fazermos dela uma vitamina e de lá tirá-la para fazer outra vida, outro "Eu interior", se pudéssemos reconstruir outro ser humano, com novas oportunidades para causar novas e melhores impressões, seria lindo. Mas, não é possível. Inútil!, Não há este tipo de reciclagem. E a sustentabilidade na vida deve ser construída, passo a passo, dia a dia. É um patrimônio, uma carreira que se constrói, ou não se constrói. Como em uma maratona, o resultado final, sempre começa com o primeiro passo.
Recebemos do Criador uma única vida, uma única oportunidade para a vivermos de forma construtiva, criando uma marca positiva de 1ª boa impressão, que só será criada, se vivermos de forma assertiva, construtiva, planejada. Não tráz resultados positivos, o jogar a culpa de nossos erros no vizinho, no marido, na mulher, no patrão. Cada qual é responsável pelos próprios erros, e pela sustentabilidade, e qualidade da vida que construiu, ou tenha deixado de construir.
Não dá pra reciclar a vida, e a sustentabilidade não chega via E-mail, e nem em tempo real, tem de ser construída passo a passo, sempre após a boa impressão deixada para trás. Vida e oportunidades, infelizmente não se reciclam. Cabe-nos a responsabilidade de cuidar de cada célula, cada neurônio a cada dia, cuidar do ar que respiramos, para não emitirmos o gás carbônico resultante das palavras azedas, muitas das quais piores que o monóxido de carbono que os autos expelem nas ruas das grandes metrópoles.
Palavras duras ferem, cortam mais que navalhas, causam dor na alma daqueles que as recebem, e muitas vezes são nossos próprios filhos quem as ouve com maior frequência e, portanto são os mais prejudicados.
Palavras uma vez emitidas não mais voltam ao seu emissor, uma vez lançadas ao vento continuarão seu destino: seja para bem ou para o mal.
Ao emitirmos duras palavras, cometermos más atitudes, perdemos grandes oportunidades de sermos mais amados, de amar sinceramente aos demais.
Sufocamo-nos com o gaz carbônico do ódio que emanamos para aqueles que nos ferem, ou os perdoamos, criando uma atmosfera de paz e alegria ao nosso derredor. É a oportunidade de escolha que temos.
Urge que vivamos forma sustentável, com qualidade, pois a vida não se recicla. Como diriam os cariocas: “Sacou?”
Autora: Caperuccita, Guarulhos, Maio de 2011.