Choram as Florestas.
Hoje o Parlamento vota o novo Código Florestal, com o qual surgem muitas questões de perplexidade, já que o mundo não resiste mais a tanto conservadorismo e tanta sede econômica neste mundo Capitalista. A natureza pede socorro no Globo Terrestre, mas, poucos são os homens de boa vontade para atendê-la na sua súplica.
Discutem-se as novas formas de conter o arrebatamento da flora e da fauna. Falar a linguagem técnica fincada no Código Florestal no que tange à Reserva Legal e à Área de Preservação Permanente passou a ser um discurso diuturno na mídia Nacional. Mas, o que interessa para os leigos aprender qual é a diferença entre uma e outra, quando o lado prático não indica o cumprimento de nenhuma delas?
Está saindo da forma o novo Código. Entretanto, os movimentos em Brasília demonstram que a luta é para que não haja qualquer avanço em socorro da natureza. Ao contrário, com a desculpa de que nosso país é produtor de grãos e que depende da pecuária, os ruralistas marcham em prol do conservadorismo arcaico para que as novas medidas não alcancem aqueles que já possuem um histórico nocivo para o meio ambiente, visto que, tanto as pequenas como as grandes propriedades, já desmataram o suficiente para que os pequenos mananciais desaparecessem dos imóveis rurais.
Em todo caso a questão não passa por discussão fácil, já que o aparecimento do novo Código Florestal implica, mais uma vez, em manter política intervencionista do Estado sobre as propriedades agrárias privadas. Ninguém quer absorver a frente Universal de luta pela salvação do Planeta. Esquecem-se aqueles que buscam o ‘vil metal’ de que possuem sob sua guarda a posse de bem de interesse comum entre os seres humanos, já que o meio ambiente serve a todos os habitantes do Globo Terrestre.
Hoje, muito se fala em sustentabilidade, que se resume numa atividade integrada entre o interesse econômico e a aspiração que volve a preservação ambiental. Ocorre que as discussões vêm tangenciando temas limitados, acessórios e periféricos, já que retroceder à época em que a natureza imperava, há necessidade da presença de recursos financeiros. Quando a abordagem requer a utilização de cifras por parte do Estado e do particular o assunto vira polêmica. O meio ambiente que se lixe.
De um lado o pequeno produtor, ciente de que já desmatou grande parte da sua propriedade e que, para que possa retornar ao passado remoto, terá de investir recursos financeiros, haja vista que cercar os mananciais e plantar árvores nativas implica num árduo trabalho, além, é claro, de reduzir os hectares que lhes servem de suporte para alavancar a natureza econômica da propriedade. A sua pergunta mais constante é: quem vai pagar a conta?
De outro, o grande proprietário que se vendo na iminência de ter de gastar com meio ambiente, sem resultados imediatos, vê-se compelido a reduzir seus ganhos, já que terá de reduzir seu território de plantação e de cria de gado, para replantar hectares de mata nativa que teve de destruir, já que nunca lhe interessou a idéia de salvar o Planeta, afinal, não tem obrigação de produzir ar puro para usufruto de outros seres humanos que não lhes ajudam em nada. Enfim, culturalmente, acham uma bobagem despender grandes cifras para plantar algo que não lhes renderá – em curto prazo – qualquer dividendo.
Nessa hora desaparecem todos os discursos de políticos e de pessoas ligadas à elite do país. É fácil falar que os Estados Unidos são os que mais poluem, por isso devem formar a vanguarda do salvamento global. E nós, como estamos contribuindo? Será que essas discussões que presenciamos sobre o atraso nas disposições do Código Florestal ainda não vão emperrar ainda mais a frente de socorro ao mundo verde?
Fica aí a indagação: Quando o povo brasileiro vai querer ‘por a mão no bolso’ para repor o que roubou na natureza? Não se exige que as pessoas simplesmente gastem o que não tem com esse tipo de serviço. A solução só poderá ser alcançada com movimentos de ‘boa vontade’, como já existem em determinadas regiões do Brasil, onde os administradores municipais e estaduais se adiantaram e estão monitorando subsídios de incentivo àqueles pequenos proprietários que queiram contribuir com a natureza. Os exemplos são poucos, mas são significativos.
A solução é aprovar o Código Florestal com mecanismos mais radicais de preservação, para que cada um possa buscar soluções para que os custos não sejam tão onerosos, afinal, quando os produtores se unem em cooperativa e enfrentam determinadas deficiências, acabam encontrando fórmulas de conciliar a receita com a despesa.
No Brasil, a maioria das pessoas é compelida a fazer determinada coisa por força de lei. Do contrário, ficam de ‘braços cruzados’ esperando que as coisas se resolvam por si só. Nada evolui sem trabalho e sem esforço. Se quisermos um mundo limpo, teremos de lutar para repor aquilo que tiramos da natureza