ESCATOLOGIA: O ESTUDO SOBRE OS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS

Etimologia da palavra

Escatologia vem da língua grega: escatos, que quer dizer últimos, e logia que geralmente é traduzido por estudo (saber). É uma parte da teologia e filosofia que trata do estudo das últimas coisas, dos últimos acontecimentos na história do mundo ou do destino final do ser humano. Em muitas religiões, este «fim do mundo» é um evento futuro profetizado na Bíblia.

Nesse sentido, refere-se aos acontecimentos que foram preditos na Bíblia, eis a razão pela qual é chamada de escatologia bíblica.

Jesus Cristo, conforme registrado nos evangelhos de Mateus, capítulos 24 e 25, Marcos, capítulo 13 e Lucas, capítulo 21, teceu considerações extensas sobre aquilo que ensinou ser a sua próxima vinda ou advento bem como o fim do mundo. Tomando como exemplo o versículo de Mateus 24:3, a versão Almeida (Versão corrigida e fiel), diz:

"E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?"

O homem contemporâneo tem a sua atenção voltada ao estudo da Escatologia. Para muitos comentadores bíblicos, esta expressão permite conceber um fim definitivo para o planeta Terra, junto com todo o seu conteúdo.

Cada vez mais tem aumentado a curiosidade quanto aos futuros eventos. E é na sombra dos segredos bíblicos que muitos cientistas têm trabalhado e procurado as mais diversas informações em estudos na área científica, arqueológica e antropológica. Também na química biologia e zoologia vem se aprofundado e desenvolvendo pesquisas, investigações e observações para um maior conhecimento e uma informação sistemática de todos os eventos catastróficos que vem sucedendo na terra e em seu subsolo, nos planetas e no espaço em geral, visando descobrir a sua origem.

Muitos estudiosos desses ramos científicos com seus conhecimentos sistematizados adquiridos visam identificar e explicar a origem desses fenômenos.

Alguns deles tentam desvendar os mais escondidos mistérios em cima de pistas e em qualquer vestígio informativo precioso que lhes dê a Bíblia, para desvendar algo que prove ou reprove certos eventos do sobrenatural nos campos escatológicos.

Outros trabalham de forma incansável para tentar negar a todo custo, qualquer episódio de cunho histórico ou escatológico que possa estar relacionado com as escrituras, e sim, atribuir a esses eventos origem puramente natural sem a intervenção da divindade. Como no caso dos terremotos, tsunamis, etc.

A importância da Escatologia na atualidade

Escatologia e ecologia

O aquecimento global é um dos grandes temas da atualidade, onde os índices e previsões dos principais cientistas não são favoráveis sobre o futuro do ecossistema no Planeta Azul. A mídia tem dado forte ênfase sobre o assunto e até mesmo Hollywood aproveita a temática para faturar em cima de super produções.

Independente se há, ou não, exageros sobre as previsões do aquecimento global, o tema não pode ser negligenciado. Nos últimos dois séculos o planeta tem sido violentamente agredido pela ação humana não sustentável, onde os processos de industrialização e modernização, além do êxodo rural que inchou cidades, vem destruindo as principais reservas naturais do planeta.

Mediante esse quadro, qual deve ser o posicionamento da do homem sobre o assunto em questão?

Quase todas as pessoas, de maneira geral, não estão muitos preocupados com as causas ecológicas, isso é um fato incontestável.

O mundo ficou chocado com a tragédia ocorrida, recentemente, no Japão e, em diversos outros países em maior ou menor escala. Ver as imagens avassaladoras de terremotos e tsunamis impressiona demasiado. Tragédias horríveis, onde milhares e talvez milhões de pessoas foram vítimas e continuam sofrendo.

Poucas horas depois de as imagens chegarem aos meios de comunicação, começam a aparecer os comentários nas redes sociais, do tipo: «É o principio das dores» ou «As profecias estão se cumprindo».

Não vou me deter exclusivamente à questão escatológica que poderia (ou não) estar associada a este assunto, porque, na verdade, é o menos importante nisso tudo, mas, para aqueles que querem saber um pouco mais sobre a visão escatológica, sugiro que leiam o livro «Surpreendido pela Esperança» de N.T. Wright, que muitos conhecem de «A Cabana». O autor, teólogo anglicano, e um dos mais conhecidos e respeitados estudiosos do Novo Testamento da atualidade, diz que a maior parte das pessoas estão erradas no seu ponto de vista do vida pós-morte e contesta a visão do céu como um lugar elevado, um paraíso espiritual no meio das nuvens. Ainda que seu cenário apocalíptico tenha base bíblica, ele se choca com a iconografia cristã – basta pensar nas inúmeras pinturas renascentistas em que o céu é representado nas alturas, como um oposto exato do inferno subterrâneo. Wright diz que a visão dos mestres renascentistas provém de uma deturpação das concepções judaicas originais.

Voltando à tragédia atrás referida, algumas pessoas tiveram uma atitude de (quase) celebração, como se fosse uma coisa maravilhosa aqueles milhares de pessoas terem perdido tudo. Várias centenas de pessoas morreram. Milhares desapareceram e outros milhares, ainda, podem morrer por causa de consequências da destruição (como exposição ao material radioativo da usina nuclear, e doenças que se propagam no meio de tal destruição). E isso tudo porque: «As profecias estão se cumprindo».

De fato, em face à tragédia, aquele não era o momento para pareceres escatológicos desse gênero. Não era hora para especulações metafísicas. Não era hora de discutir se o Messias vai voltar, se vamos ser arrebatados, se vai ser pré ou pós este milênio, etc. Não era hora para profecias serem discutidas.

Era hora, sim, de orar por aquele povo e de demonstrar amor e compaixão. Assim como é sempre a hora de perguntarmos a nós próprios como poderemos ser resposta para aqueles que sofrem. Como poderemos ser solidários em relação às necessidades reais das pessoas e daqueles países para a reconstrução.

Sempre será a hora de poder colocar em prática todas as belas palavras ouvidas nas pregações dos sábados e domingos. Tudo aquilo que muitas pessoas dizem acreditar. De chorar com os que choram, alimentar os famintos, vestir os nus e curar os doentes.

E então? Vamos agir? Podemos começar de uma forma muito simples: cuidando melhor do lugar onde vivemos, respeitando a mãe natureza e o planeta Terra.

Nós, seres humanos, vivemos com o pensamento de que a natureza está ao nosso dispor e que podemos fazer com ela tudo o que quisermos. A grande maioria de nós vive sem dar a mínima importância e sem respeitar a natureza.

Ao longo dos anos, provavelmente desde a industrialização, tem vido a verificar-se um aumento nas concentrações de gases na atmosfera, levando ao efeito de estufa e consequente aquecimento global da terra. Os glaciares estão a derreter e o aquecimento da terra cada vez mais a subir, principalmente nas últimas três décadas tem se verificado uma mudança climática mais acentuada.

Furacões e tsunamis estão a devastar o mundo. Tufões e tornados demonstram a sua fúria, semeando destruição à sua passagem.

Os erros e falta de prudência dos homens estão a causar destruição no ambiente, enfurecendo a natureza, pondo à prova o seu grande poder de destruição. «Quem semeia ventos colhe tempestades». É preciso que o homem saiba usar as ferramentas e tecnologias que tem disponíveis, não para continuar causando destruição no Planeta Terra, mas sim para conservar o que tem de mais precioso: a natureza e meio ambiente.

Será que a humanidade ainda está a tempo de remediar o mal feito? Penso que cabe a todos nós contribuir um pouco para isso.

(Texto publicado também na E-magazine Malambadoce. Para quem ainda não conhece, fica o link:

http://recantodasletras.com.br/e-livros/2913639 )

Ana Flor do Lácio (30/03/2011)

Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 19/04/2011
Reeditado em 25/02/2012
Código do texto: T2917693
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