Os Mangueirais da Minha Terra

Mangueirais que datam de 3 séculos

Mudas africanas

O Sítio localizado num recanto do município de Croatá, no distrito de São Roque na Serra da Ibiapaba - Noroeste do Estado do Ceará , a cerca de 330km de Fortaleza - pertence atualmente aos familiares de Francisco Bernardo de Oliveira, conhecido por Chico Quintino, e Luisa Gaspar. Antônio Moacir de Oliveira (por sinal meu primo) é um dos filhos que herdou e onde mora e cuida das terras. No agradável sítio, Seu Moacir limpa, prepara, aduba, planta e colhe alimentos diversos que sustentam sua família e ainda ganha um dinheirinho – como ele diz -

De clima suave, a temperatura é variante entre 17 e 32 graus. O solo é fértil e muito rico para plantio de milho, feijão, mandioca, batata, abóbora, caju, mamão, laranja, banana e manga. No local, o proprietário construiu dois pequenos tanques criatórios de peixes para sustento familiar. Lá existe o privilégio de ser percorrido em boa parte do terreno, dois riachos que se juntam no sítio, o que proporcionam abastecimento de água potável o ano inteiro, servindo assim, para a irrigação da lavoura, para os tanques de peixes, matar a sede do gado e até para consumo da família do Sítio.

Foi construído uma represa de forma rústica para banho e aberto ao público. A área foi bem aproveitada pelas águas do riacho São Roque, que uni-se também ao riacho Cachoeira na extremidade do terreno. Com recursos da natureza, foram feitos bancos de madeiras para o espaço de lazer denominado Sombra do Mangueiral. Lá ainda está preservada uma das últimas casas de farinha da região, e que ainda funciona. Tudo fica bem pertinho da casa de seu Moacir. As crianças convivem num clima pleno de tranqulidade e rodeado de verde.

Entre riquezas naturais, o sítio possui mais de 20 (vinte) pés de mangas frondosos. É simplesmente agradável chegar lá e sentir o aprazível frescor das matas em seu contorno, da água fria dos dois riachos e também das sombras enormes dos grandes pés de mangas, além do cheiro bom de frutas, flores e de terra molhada. Algumas desses arvores frutíferas estão plantadas à ribeira do riacho São Roque e se estendem com seus galhos longos e altos sobre as águas, formando um adorno perfeito através das folhagens e do sombreamento produzido. No sítio existe um fenômeno curioso da natureza, onde de forma conjunta, num mesmo mangueiral, dá duas espécies diferentes da fruta. De um lado dos galhos bem altos, nasce a chamada "manga coquinha", pequena, redondinha, muito doce e de polpa consistente. Do outro lado, nasce a "manga foice", média e alongada, doce e com fiapos na polpa, muito populares na região.

Segundo depoimento de seu Chico Quintino – nascido em 03 de maio de 1910 e falecido em 13 de março de 2002 (viveu 92 anos), as mudas desses mangueirais foram trazidas da áfrica no século 16 (assim datam por volta dos anos 1710/15), portanto, a idade dos arvoredos frutíferos do sítio aproximam-se dos 300 anos em 2010). Moacir conta que seu pai, quando chegou no sítio São Roque vindo da Fazenda Alegria, na localidade chamada de Praiado, em Ipu-CE, em 1925 e com 15 anos, os mangueirais já estavam plantados naquelas terras, e que realmente, as mudas chegaram lá por alguns familiares de africanos que viveram na Serra da Ibiapaba. Este patrimônio da natureza vêm atravessando diversas gerações da localidade de São Roque, com raros momentos agradáveis e sustentáveis.

FONTES DE INFORMAÇÕES

Essa história também foi contada por dona Maria Vitor e pela “Madinha” (madrinha, como quer dizer o Moacir), irmã de Joana Ribeiro de Oliveira a “Mãe Joanoca”.

Gonçalo Bernardo de Oliveira, O Gonçal Quntino (irmão de Chico Quintino), também veio da Fazenda Alegria, na localidade chamada de Praiado, no IPU. Filho de: João Bernardo de Oliveira e de Maria Joaquina da Conceição. Avós paternos do Moacir.

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A manga – estudo

A manga é o fruto da mangueira (Mangifera indica L.), árvore frutífera da família Anacardiaceae, nativa do sul e do sudeste asiáticos desde o leste da Índia até as Filipinas, e introduzida com sucesso no Brasil, em Angola, em Moçambique e em outros países tropicais. O nome da fruta vem da palavra malayalam. A manga foi popularizada na Europa pelos portugueses, que conheceram a fruta em Kerala (Índia), onde conseguiram por trocas de temperos. Pesquisadores acreditam que a manga seja originária do sudeste da Índia, Mianmar e Bangladesh após terem sido encontrados registros fósseis com cerca de 25 a 30 milhões de anos. É largamente cultivada em regiões de clima tropical e subtropical: sul da Ásia, América do Norte, América do Sul e América Central, no Caribe, nas porções sul e central da África e Austrália