Biodiversidade: seres interdependentes

O Brasil possui a maior biodiversidade de flora e fauna do planeta, graças aos diversos climas existentes nessa grande extensão territorial. Essa diversidade de espécies - que envolve parasitismo, predação, competição e mutualismo - é essencial para a capacidade de o ecossistema resistir a ameaças ao seu equilíbrio, e resultou de evoluções, da seleção natural pela qual apenas os seres com determinadas características (possuidores de toxinas ou antitoxinas, por exemplo), conseguiram adaptar-se e continuar sobrevivendo. A fauna brasileira possui espécies nativas como a Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), que interagem no ecossistema afetando diretamente a existência de outras espécies que dependem delas para se alimentarem ou são alimentos delas.

O homem contribui para a destruição da fauna e principalmente da flora quando provoca queimadas – para dar lugar a pastagens, aumentando a poluição, junto da poluição provocada pelas indústrias dos centros urbanos - e desrespeita áreas protegidas construindo, plantando, matando plantas e animais, além de expulsar os animais de seu próprio habitat, causando desequilíbrio ecológico por desestruturar aquele ecossistema, podendo resultar na extinção de espécies – às vezes ainda desconhecidas pelos cientistas. Indústrias, construções de casas, hidrelétricas, plantações, entre outras atividades, são necessárias para a sociedade, todavia devem ser feitas com cautela, respeitando limites territoriais para que o ecossistema não continue sofrendo consequências desastrosas como a extinção de espécies. Deve-se ter cuidado também com a inserção de espécies exóticas, pois podem desequilibrar o meio ambiente, como no Caribe, onde a maior ameaça é o desmatamento com o objetivo de plantar e a inserção de espécies invasivas no ambiente.

A biodiversidade é maior nas regiões tropicais do que nas de clima temperado, pois a energia que a sustenta vem do sol, sendo que a energia solar é maior em regiões tropicais, essas têm maior produtividade. O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, ficando a Amazônia em primeiro lugar. A Mata Atlântica, que abrange onze estados brasileiros, é o bioma mais ameaçado do Brasil.

Somos dependentes do meio em que vivemos, por isso, quando poluímos rios, além de matar peixes dificultamos a sobrevivência de pescadores, que dependem da pesca para o sustento de suas famílias. Como a poluição, outras formas de agressão ao meio ambiente causam catástrofes que de forma direta ou indireta nos atingem, prejudicando e alterando nosso modo de vida.

Ao analisar o texto de Paulo Gama, em uma publicação no site da revista “Mundo Estranho”, percebe-se que as ações humanas que mais provocaram destruição até agora são o desmatamento visando plantações, extração mineral, inserção de espécies invasivas, ocupação humana, caça, extração de madeira, queimadas com o objetivo de criar pastos e a erosão que é resultado do desmatamento.

Na relação entre flora e fauna pode ser citado o papel das aves como agentes polinizadores na propagação das flores (Gimnospermas e Angiospermas) ao espalhar seu pólen. Essas aves ajudam o pólen (gameta masculino) a chegar até o estigma (órgão reprodutor feminino). Entre as espécies de flores há diversos agentes polinizadores, tendo cada uma o seu específico, que pode ser o vento, a chuva ou os animais. Os principais polinizadores são o inseto e o beija-flor. Também é importante a dispersão de sementes por meio das aves, para que a germinação não ocorra junto da árvore mãe, que competiria com a árvore filha.

Se ocorrer a extinção de determinado predador, sua presa alcançará uma alta quantidade, tornando-se uma praga para plantações. Por crescer descontroladamente, afetará a biodiversidade.

É preciso proteger o habitat e ter consciência de que os seres são interdependentes, como por exemplo, a extinção de uma ave responsável pela polinização das flores de uma árvore resultará na ausência de frutos, e, consequentemente na extinção dos animais que se alimentavam desses frutos. Entre as espécies ameaçadas de extinção no Brasil, destacam-se o Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), a Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) (possivelmente já extinta), o Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e o Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris).

A biodiversidade e o ser humano:

A biodiversidade contribui economicamente na agropecuária, pesca e agricultura, contudo muitas das espécies utilizadas no mercado não são nativas. Existe o desafio de transformar riquezas biológicas em econômicas sem agredir o meio ambiente. As vegetações fornecem recursos para toda a humanidade, servindo como alimentos, remédios, materiais de construção e matérias-primas para a indústria. É preciso tratar a biodiversidade de maneira sustentável, utilizando os recursos naturais para atender às necessidades do presente, porém de maneira controlada, para que as gerações futuras também possam usufruir desses recursos.

“Os vegetais representam 99% da matéria viva (animais e plantas) do planeta e estão distribuídos sobre os continentes. No fundo dos oceanos e mares podem ser encontradas as algas marinhas. Florestas e algas são os grandes responsáveis pela produção do oxigênio, gás atmosférico vital para a respiração de todos os animais, inclusive o homem, o que mais destrói as florestas.”

Joel Ferraz, biólogo. Data da citação: desconhecida.

A arborização tem como importância não só nos fornecer sombra - como proteção do sol - mas também manter a umidade. Além de ajudar no combate à poluição, transformando o gás carbônico em oxigênio.

Ocorreram migrações do campo para as cidades o que contribuiu para a deterioração da qualidade de vidas nos grandes centros urbanos, agravando-se diversos problemas como a poluição do ar e de rios, enchentes e carência no saneamento básico. O Brasil cresceu economicamente, no entanto a população tem baixa qualidade de vida. Reservas ambientais são destruídas para sustentar esse crescimento econômico tão desejado.

A fauna sofre alterações devido às ações humanas. O homem, por ganância desrespeita a natureza, matando e contrabandeando tigres (devido a sua pele, carne e olhos), elefantes (para a venda de seu marfim), tartarugas (por causa da sua carne) entre outros animais que são vendidos para restaurantes, utilizados na manipulação de cosméticos, produtos medicinais e até mesmo são vendidos como símbolos sociais, enfeitando lares com o objetivo de impressionar os visitantes. Deve-se observar que, mediante de licença, é permitida a apanha de ovos, larvas e filhotes, além da destruição de animais silvestres considerados nocivos à agricultura ou à saúde pública, conforme lei (Art. 1º da Lei nº 5.197, 3.1.1967 do Código de Caça - Proteção a Fauna, República Federativa do Brasil). E é proibida a exportação para o Exterior, de peles e couros de anfíbios e répteis, em bruto, segundo o Artigo 18 do mesmo Código.

“Eu antes não entendia por que pessoas levavam pedaços de pau, lama e outros materiais [...da floresta amazônica...], e achava que elas fossem malucas. Com o passar do tempo, quando passei a ter acesso a informações, percebi que são malucas por dinheiro!”

Marina Silva, em entrevista ao jornal Biodiversidade, Ciência e Desenvolvimento, na época em que era senadora pelo estado do Acre.

Avanços tecnológicos como satélites colaboraram para a qualidade das pesquisas sobre os problemas ambientais. Estudos sobre os problemas no meio ambiente começaram a ser feitos na segunda metade do século XVIII, mas apenas depois da Segunda Guerra Mundial os problemas ecológicos receberam a devida preocupação. A partir da década de 1960 surgiram instituições preocupadas com os prejuízos causados à biodiversidade, surgindo assim as tão necessárias leis de proteção ao meio ambiente, aumentando também os estudos a respeito.

Em 1992 foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida também como Rio-92 e Cúpula da Terra. Foi discutido sobre a preservação da biodiversidade relacionada a fatores sociais que também precisam ser resolvidos através da conscientização e financiamento, criando metas.

Na Convenção do Clima, Os Estados Unidos da América e a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) recusaram-se a assinar o Protocolo de Kyoto por medo de sofrerem abalo na economia. O Protocolo pretendia utilizar mais fontes renováveis e não-poluidoras.

A ação humana tem provocado alterações no clima, elevando-o, pois não há áreas verdes o suficiente e há impermeabilização do solo devido às pavimentações de ruas e edificações que dificultam a circulação do ar, além de muitos veículos e indústrias. As metrópoles transformam-se em ilhas de calor devido ao efeito estufa, o clima nessas cidades é mais elevado do que o clima dos locais que as cercam.

Algumas cidades utilizam o sistema de rodízio para diminuir a quantidade de carros em circulação, diminuindo a poluição e de certa forma também os engarrafamentos muito frequentes nessas metrópoles.

A cada dia as pessoas têm menos tempo para apreciar as belezas naturais que as cercam, preocupam-se com novas construções e bens materiais sem pensar nas espécies de plantas e animais que dependem do local destruído. Em busca de comodidade, são utilizadas fontes de energia que não prejudicam apenas humanos com a radiação, mas também podem dificultar a piracema – no caso da construção de hidrelétricas – e provocar aquecimento na água, acabando com a vida de peixes (resultado da energia nuclear). Há hábitos simples que podem fazer a diferença se adquiridos pela população, como reciclar, não colocar lixo em locais impróprios, não maltratar os animais, respeitar as reservas florestais, não abusar dos recursos naturais, exigir dos governantes preocupação com o ambiente e a forma irregular com que a urbanização tem ocorrido, denunciar pessoas que não respeitam o meio ambiente, utilizar embalagens retornáveis (de disponibilidade ainda rara no mercado), realizar coleta seletiva de lixo, entre outros.

“Só uma sociedade bem informada a respeito da riqueza, do valor e da importância da biodiversidade é capaz de preservá-la”.

Washington Novaes, 31/12/2006.

A ocupação humana nos ecossistemas causa impacto sobre as espécies de seres vivos. Quando ela é feita com objetivo econômico, através da industrialização, a população humana cresce, enquanto a vegetação é destruída. Desequilíbrios no meio ambiente também podem ser causados devido ao cultivo de plantas geneticamente modificadas. Como consequências desastrosas pode-se citar o empobrecimento da biodiversidade, a eliminação de insetos benéficos e o desenvolvimento da resistência a agrotóxicos e antibióticos. Sobre essas plantas geneticamente modificadas e sua influência no ambiente, Sérvio Pontes Ribeiro e Rogério Parentoni Martins, professores de Ecologia da UFMG, discorreram: "Mas, as transgênicas não trariam o mesmo risco que quaisquer outras plantas introduzidas? A resposta talvez seja não, em parte porque não existem dados, e este é um dos grandes perigos. O controle e teste de quaisquer espécies devem ser feitos com muito cuidado, investimento e fiscalização para gerar dados confiáveis. Nesse ponto, ecólogos e bio-tecnólogos até concordam. O que é amplamente desconsiderado pelos últimos é o aspecto evolutivo. As plantas modificadas, ao contrário das domesticadas, podem não Ter inimigos naturais. Simultaneamente ao processo de domesticação de uma planta oriunda da natureza, evoluem parasitas, doenças e competidores. Como uma planta transgênica vem de um laboratório, no caso de se tornar uma praga, seria mais difícil seu controle biológico, restando assim os tradicionais produtos químicos". Data da citação: desconhecida.

Os defensivos agrícolas (herbicidas, pesticidas, fungicidas e agrotóxicos) poluem o ambiente e causam danos à saúde Os transgênicos foram criados por resistirem às variações climáticas e pragas, todavia não há pesquisas suficientes sobre seus efeitos, o que não dá segurança, pois não se tem conhecimento suficiente quanto às consequências que o organismo poderá sofrer com o uso de plantas geneticamente modificadas. Os produtos orgânicos são mais vantajosos, pois manejam o solo e demais recursos naturais respeitando o equilíbrio ambiental.

Com a Revolução Agrícola, foi possível aumentar a produtividade com o uso de máquinas, sem precisar de grandes áreas para plantações. A partir da Revolução Industrial, as atividades humanas passaram a ser mais prejudiciais ao meio ambiente devido à substituição de fontes de energia limpas e renováveis por carvão e petróleo. Tendo a industrialização se intensificado retirando da natureza matéria-prima. Áreas monocultoras, além de prejudicarem os produtores quando há má safra devido a pragas, e por não poderem competir no mercado utilizando diversos produtos - para que não sofram muito as consequências quando um dos produtos sofre queda no preço – requerem grande investimento em defensivos contra pragas, como a aplicação de inseticidas, fungicidas e herbicidas, que prejudicam a biodiversidade.

Não adianta as áreas reservadas para a agricultura serem extensas para que a produção seja elevada. É necessário que a tecnologia seja introduzida na produção, com produtos de qualidade, máquinas modernas e mão-de-obra qualificada. Ou seja, enquanto os produtores brasileiros não tiverem condições econômicas de adquirir equipamentos modernos para conseguir competir no mercado com produtos de alta qualidade, eles continuarão dependentes de sementes produzidas em outros países, o que os faz desejar ainda mais o aumento na produção, requisitando mais terras para tal. Os agricultores brasileiros necessitam de apoio do Estado para poderem competir no mercado, e também precisam entender que não basta terem grandes extensões de terra se seus produtos não têm qualidade suficiente. Alguns pensam que diminuindo a área de reserva legal, poderão ocupar mais espaço para plantação e consequentemente ter lucros muito maiores, diminuindo a biodiversidade. Mesmo com o desmatamento e extensas áreas agrícolas, a fome continua a matar pessoas no mundo, ou seja, a solução não é plantar no lugar das florestas. Há alimentos suficientes para a população mundial, basta os governantes saberem administrar para que todos tenham o suficiente ao invés de poucos terem muito e muitos passarem fome.

Entre os problemas ambientais destaca-se a chuva ácida, que é consequência da poluição do ar. Prejudica plantas e organismos aquáticos, provoca desmatamentos, além de corroer materiais de casas e fazer mal para a saúde, entre outras consequências. Os países que mais se preocupam em acabar com a chuva ácida são a Grã-Bretanha e a Alemanha, enquanto os Estados Unidos da América acreditam que o tema deve ser mais debatido antes que providências sejam tomadas. Para evitá-la há medidas simples como utilizar o transporte público (veículos a menos resultam em menos poluição) e usar fontes de energia que não poluam tanto - hidrelétrica, geotérmica, energia das marés e eólica (dos moinhos de vento). As regiões mais atingidas são a Europa e a América do Norte. No Brasil, ocorre mais nos centros industriais, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Por meio do ecoturismo – atividade sustentável de rápido crescimento -, é incentivada a conservação das riquezas naturais através da conscientização e sustentabilidade, de maneira cultural e agradável, aprendendo através de experiências e conhecimento da região. De acordo com a EMBRATUR, “Estima-se que mais de meio milhão de pessoas no Brasil pratiquem o ecoturismo, que deve empregar cerca de trinta mil pessoas, através de, no mínimo cinco mil empresas e instituições privadas.” Afirma também os principais destinos: Bonito (MS), Chapada Diamantina (BA), Chapada dos Guimarães (MT), Chapada dos Veadeiros (GO), região de Manaus (AM), Fernando de Noronha (PE), Lagamar (SP), litoral sul da Bahia, Pantanal (MS/MT), Serra Gaúcha (RS), Serra do Mar (SP), Vale do Ribeira (SP) e diversas regiões do litoral nordestino.

O turismo ecológico é promissor, no entanto, se praticado de forma incorreta, esse modo de aventura educativa pode prejudicar a natureza.

Recursos naturais:

A matéria orgânica do solo das florestas contém nutrientes que são aproveitados pelas plantas, sem essa cobertura vegetal, o solo fica exposto diretamente à chuva, o que resulta na sua erosão, tornando-se ainda mais pobre por ser levado pela água da chuva. Se uma floresta é desmatada e não recebe os devidos cuidados, ela tem seu processo de desertificação acelerado. Outros problemas são a impermeabilização do solo causada pela urbanização, que ocorre de modo acelerado e desorganizado, e as queimadas na agricultura, feitas no modo de produção itinerante, que consiste em atear fogo à mata para fertilizar a terra com as cinzas, esgotando o solo e destruindo florestas. A urbanização, além de prejudicar o solo, faz com que árvores sejam derrubadas para dar lugar às construções, desabitando pássaros e outros animais que dependiam delas, ocorrendo desequilíbrio ecológico. Fertilizantes e defensivos agrícolas, quando utilizados em excesso, causam a morte do solo, não podendo mais ser utilizado pelo meio agrícola. Para que plantações possam ser feitas sem prejudicar o solo, o ideal é o uso da policultura, permitindo descanso ao solo, e a plantação de árvores e plantas perenes – que vivem por mais de dois anos – que ajudam a segurar o solo com suas grandes raízes para que a água não possa levá-lo. A perda de solo tem sido elevada no centro-norte africano, nas terras úmidas da América Latina e do Sudeste Asiático. Para diminuir a perda do solo e controlar a erosão, é preciso reformular as práticas utilizadas pelos agricultores. A exploração de riquezas do subsolo causa alterações no relevo, que também são feitas pela mineração, que polui as águas. Árvores próximas de encostas são essenciais para evitar deslizamentos de terra, sendo as moradias próximas das encostas muito perigosas não só pelos desmoronamentos, mas também devido às enchentes. A chuva pode levar com ela os nutrientes minerais do solo, carregando-os para rios e lagos. Esse processo é denominado lixiviação, e empobrece o solo, além de torná-lo mais ácido, dificultando a atividade de organismos e a retenção de nutrientes.

Os nativos eram adaptados ao meio ambiente e aos recursos disponibilizados por ele, mas com o processo de industrialização e evoluções tecnológicas, muitas pessoas partem do princípio de que a natureza deve ser ajustada ao homem ao invés de o homem ter que se adequar a ela. O Brasil foi utilizado, em seu princípio, como colônia de exploração, iniciando a retirada de seus recursos naturais. Para construir ruas e abrigar em casas mais pessoas nas cidades, são feitas construções – que impedem a passagem da água da chuva que alimenta o lençol freático, responsável pela reserva de água subterrânea - irregulares, alterando o relevo. Morros são derrubados e planícies aterradas, destruindo a vegetação natural e podendo ocasionar desmoronamentos, destruindo habitações e colocando em risco a vida de vários cidadãos.

“Foram os portugueses que trouxeram o fogo para o Brasil.

E por aqui ficou. Em parte é lei como no algodão para

combater bicudo e lagarta rosada. Em parte se usa para

facilitar a roça, baratear a limpeza dos pastos, apressar

o preparo da terra. Mas em parte é simples piromania, o

prazer de ver as chamas se levantando nas noites escuras

e frias, tingindo o céu de vermelho, bruxuleando e estalando.

Lá em cima, o satélite Landsat constata: O Brasil inteiro arde”.

Prof.ª Ana Maria Primavesi. Data da citação: desconhecida.

As plantas possuem substâncias que as protegem de fungos, bactérias e insetos. Com o objetivo de obter essas substâncias, os humanos fazem pesquisas em busca da produção de inseticidas naturais, que certamente causariam menos danos ao ecossistema.

Perante o efeito estufa, chuvas ácidas, ilhas de calor, buraco na camada de ozônio, poluição dos oceanos, grande extensão de desmatamentos, extinção de espécies e o esgotamento de recursos não renováveis, há o desenvolvimento sustentável, que ensina que por meio da reciclagem e reutilização de resíduos pode-se conservar o meio ambiente, tendo como desafio a conservação ecológica perante as necessidades de produção para a população.

“A biodiversidade - é preciso repetir sempre - é o caminho mais seguro para que o Brasil tenha um futuro sustentável. Cuidar da biodiversidade é assegurar a vida e os direitos das futuras gerações”.

Washington Novaes, 28/1/2007.

Espécies invasivas no ecossistema:

Na Mata Atlântica, muitas árvores são derrubadas por causa de sua madeira, sendo substituídas por eucaliptos (Eucalyptus) destinados à produção de papel e celulose. O eucalipto é uma espécie exótica vinda da Austrália, e foi escolhida para ser plantada graças a sua capacidade de se adaptar a diversas condições, ser útil de diversas formas para a indústria e ter rápido crescimento. Causa divergências por ser uma espécie invasiva – que ao ser introduzida em novo ambiente pode ameaçar as espécies nativas, podendo ocasionar desequilíbrio no habitat - no entanto, caso sua plantação respeite o código florestal, mantendo grande parte de espécies nativas, ele pode ser bom na conservação da natureza. Sobre a extração de madeira, observa-se quanto ao Artigo 12 do Código Florestal (Lei nº 4.771, 15.9.1965) da República Federativa do Brasil que: “Nas florestas plantadas, não consideradas de preservação permanente, é livre a extração de lenha e demais produtos florestais ou a fabricação de carvão. Nas demais florestas dependerá de norma estabelecida em ato do Poder Federal ou Estadual, em obediência a prescrições ditadas pela técnica e às peculiaridades locais.” É importante também ressaltar que, segundo o Artigo 44, do mesmo Código, uma reserva deve ser recomposta utilizando espécies nativas e com “o plantio temporário de espécies exóticas como pioneiras, visando à restauração do ecossistema original”. Ao derrubar árvores, animais são prejudicados, pois alguns vivem em árvores, sobem nelas para se esconderem de predadores, constroem ninhos nelas e retiram delas sua alimentação, como no caso do Bicho-Preguiça (Bradypus infuscatus), que se alimenta de folhas novas de determinadas árvores como a Embaúba, Ingazeira e a Figueira. Como exemplo de ninhos em troncos ocos, há a Arara Azul (Hyacinth Macaw), que se alimenta de frutos e sementes e também faz seus ninhos em palmeiras.

A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas é prejudicial, pois a espécie invasiva causa mudanças na estrutura do ecossistema pondo em perigo a diversidade biológica nativa. Cada espécie tem seus predadores e presas, sendo que essa espécie introduzida pode agir como praga, por não fazer parte dos níveis tróficos já existentes naquele habitat. A plantação de uma espécie exótica deve ser bem estudada antes de efetuada para que os objetivos dessa plantação não resultem num desequilíbrio ambiental prejudicando espécies nativas. Ao pensar em introduzir uma espécie exótica utilizando-a, por exemplo, como solução no controle de uma espécie que está destruindo plantações, deve-se ponderar que a espécie invasiva poderá tornar-se predadora voraz de outras espécies nativas que não estavam prejudicando a plantação. O Artigo 4º do Código de Caça - Proteção a Fauna (Lei nº 5.197, 3.1.1967) da República Federativa do Brasil, enfatiza os cuidados ao afirmar: “Nenhuma espécie poderá ser introduzida no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida na forma da Lei”.

Como exemplo de prejuízos ambientais causados por espécies invasivas, pode-se citar a introdução de abelhas estrangeiras no ecossistema brasileiro por não serem agressivas, permitindo colheita artesanal do mel. Essas abelhas se reproduzem rapidamente no novo ambiente, por não encontrarem predadores no mesmo, prejudicando as demais espécies de abelhas e outros seres.

Biodiversidade aquática:

Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em Julho de 2009, havia pelo menos 238 espécies de invertebrados aquáticos e peixes ameaçadas de extinção no Brasil. Os peixes são ameaçados por serem pescados em épocas proibidas, quando estão no período de procriação. No entanto, há famílias que dependem exclusivamente da pesca para conseguirem dinheiro, desobedecendo, então, a lei, por não terem condições de se manter durante o período da proibição.

A ocupação de áreas mananciais (nascentes) é prejudicial ao meio ambiente, porém muito comum no território brasileiro, mesmo sendo considerada ilegal. Pessoas que não tem condições financeiras acabam construindo seus lares em locais proibidos, ora por não ter realmente para onde ir, ora por serem enganadas por supostos vendedores dos terrenos ilegais.

O derramamento acidental do petróleo no mar também é prejudicial para a cadeia alimentar, pois contamina os micro-organismos, os peixes e as algas, as tartarugas e até aves que se alimentam na superfície, pois o petróleo não se mistura na água, ficando na superfície dela.

A pesca, assim como a caça, deve ser feita de maneira sustentável, pois se o período de procriação dos peixes não é respeitado, a quantidade de peixes logo diminui. Sendo pescada a maioria dos peixes restantes, eles entrarão em risco de extinção, o que poderá levá-los para a extinção definitiva se não forem protegidos, o que deve ser feito, afinal, se não existirem mais, as famílias que dependiam financeiramente deles através da pesca passarão a viver de modo ainda mais precário.

"A única preparação para o amanhã é o uso correto do hoje".

Garl E. Brand, 17/04/2007.

Biotecnologia:

A Biotecnologia tem o uso integrado da bioquímica, engenharia, química e microbiologia. Consiste na alteração genética de plantas e animais, manipulando seu DNA (ácido desoxirribonucleico) em laboratório, tendo sido impulsionada pela Revolução Verde. Está ligada principalmente à clonagem e indústria farmacêutica. Quanto à agricultura, trabalha com transgênicos (vegetais que sofreram alteração genética), feitos principalmente por serem resistentes às pragas. Injeções de hormônio são utilizadas na agropecuária, para aumentar a capacidade reprodutiva.

Os Estados Unidos da América e a Argentina são os principais países produtores de soja transgênica (sofreu alteração genética para possuir mais proteína), sendo a China o principal país comprador.

Em uma mesma plantação podem ocorrer cruzamentos entre as culturas convencionais e as que sofreram alterações genéticas, podendo resultar no fim da espécie de cultura convencional.

A sociedade é mobilizada pela polêmica sobre a biotecnologia, pois não existe a certeza do que quem utiliza alimentos transgênicos poderá sofrer no futuro devido a esse consumo. Pode ser que os transgênicos sejam apenas produtos melhorados que apenas fazem o bem ao organismo devido a suas alterações melhoradas, como também pode ser que as plantas geneticamente modificadas prejudiquem humanos e animais. Transgênicos são úteis para a redução do uso de agroquímicos nas lavouras. O consumidor tem o direito de saber que tipo de produto está comprando e pode escolher entre comprar um produto geneticamente modificado ou um produto orgânico.

A produção de transgênicos está sujeita a Lei da Biossegurança (lei aprovada no dia 24 de Março de 2005, pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva).

É possível viver no conforto sem prejudicar o meio ambiente, todavia precisamos continuar combatendo através de denúncias e fiscalização intensa as pessoas que desrespeitam a natureza. Não basta conscientizar a população sobre as espécies em risco, suas belezas e o quão são importantes para o equilíbrio ambiental, é preciso dar condições decentes de vida para as pessoas que têm como único meio de obter dinheiro a caça e pesca desautorizada e o contrabando de espécies – que estão tornando-se cada vez mais raras devido à tamanha ameaça.

É preciso preservar a biodiversidade, pois há interdependência entre todos os seres, ou seja, todos nós dependemos de uma biosfera para conservar nossas vidas. Por mais que a expectativa de vida tenha se elevado, é preciso pensar no bem-estar das próximas gerações e em como elas sobreviverão no futuro. Sempre estão surgindo novos projetos que buscam a preservação do meio ambiente.

Na ausência de controle do uso dos recursos naturais disponíveis no planeta, no futuro muitas espécies serão extintas por não encontrarem alimentos ou por terem uma quantidade muito alta de predadores, como resultado do desequilíbrio ambiental. As consequências não são apenas a extinção de espécies da flora e fauna e alterações climáticas, mas também prejuízos para as pessoas, que, acostumadas com o uso abusivo dos recursos naturais, terão de sobreviver com a escassez desses recursos que foram gastos devido ao modo inconsequente e algumas vezes inconsciente de seus antepassados ao utilizar os recursos naturais sem o planejamento adequado para sua preservação.

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Gee
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