A INCONSCIÊNCIA "PET"

Em pleno século vinte e um, a despeito de tantas boas intenções não muito bem explícitas ao derredor do mundo, muitas polêmicas surgem a respeito do lixo produzido pelo nosso moderno "modus operandis" de vida, que tanta repercussão drástica traz à condição sanitária do planeta Terra, em muito prejudicando a manutenção da sua saudável biodiversidade, na qual nós Homens nos incluímos.

Não há mais dúvidas: somos o maior predador que o planeta já conheceu!

E dentre tantos lixos que produzimos, uma "consciente inconsciência" há muito nos chama a atenção: o volume das toneladas de matérias teoricamente recicláveis produzidas por ano, a exemplo dos vasilhames PET que se acumulam na natureza a "olhos vistos" de quem se propuser a olhar os diversos espaços com muita atenção.

Politereftalato de etileno, ou PET, é um polímero termoplástico, que se não for devidamente reciclado permanece séculos a sujar e contaminar os espaços naturais.

Penso que chegamos ao final do poço na produção, armazenamento e reciclagem dos lixos humanos e urbanos que produzimos.

Precisamos rapidamente rever nossos conceitos de embalagens recicláveis para a prevalência de matérias primas biodegradáveis, ou seja, embalagens cujas matérias orgânicas sejam absorvidas pelos diversos ecossistemas, sem prejuízo ao meio ambiente.

Talvez seja esse o maior problema sócio-ecológico a ser enfrentado por todos os gestores que se disponham a cuidar dos espaços das cidades, e da manutenção do Planeta "senso lato´.

Vez ou outra me pego lembrando do passado bem remoto, no qual vagamente me recordo da época em que o leite que consumíamos nos era envasado num vidro muito bonito que agora é peça de museu .

Lembro também , já num não tão remoto passado do qual participei, em que trocávamos os vasilhames das águas minerais e dos refrigerantes que eram envasados em vidros.

Um hábito distante que também consta nos museus das memórias dos tempos politicamente mais ecológicos.

Reparem, hoje, acho um absurdo que envasemos em PETs apenas trezentos mlilitros de água que consuminos num restaurante em fracção de segundos, a descartar na natureza o ônus dos nossos confortos inconscientes.

Aliás, ÁGUA, taí um outro recurso natural esgotável e tão desperdiçado nos dias de hoje, matéria digna dum um outro texto.

A vida do planeta pede por urgência. Não há Terra que aguente tamanho descaso!

Muito se fala em reciclagem, porém na verdade, não há educação suficiente, tampouco logística que dêem conta da reciclagem dos PETS.

Por todos os lados de São Paulo, minha querida cidade que carrega as campanhas e a fama de "cidade limpa", vemos cenas degradantes!

E não culpo apenas o poder público, embora o ciclo "cidadania-gestores e políticos, seja um circulo vicioso que só poderá ser cortado sabiamente nos bancos das escolas. Aliás, com consciência ecológica bem ampla para as definições dos lixos.

Somos uma sociedade UNIVERSAL na qual o que se fala não se escreve!

Por aqui basta uma chuvinha e o nosso complexo Tietê- Pinheiros se torna um lixão a céu aberto, a servir a toda sorte de doenças.

Uma tela surreal!

Um mar colorido de garrafas PETS a boiar e a cortar a cidade trazendo a tona o tamanho, a cor e o odor fétido da nossa inconsciência social, que eu a traslado para o mundo, embora "lá fora" o cenário seja bem mais ameno.

A bem da verdade, acredito que nossos lixos apenas se diferenciam pelo mundo afora...posto que todos, indistintamente, damos o nosso grande quinhão de lixo ao planeta Terra!

Hora de pensar, repensar e reciclar a consciência.

Todo progresso ou "aparente conforto" tem o seu custo, embora absolutamente nada custeie o perfeito equilíbrio do homem em relação ao seu meio ambiente.

A meu ver, pensamento que deveria nortear quaisquer dos conceitos e definições técnicas de saúde, tanto do ponto de vista individual como do coletivo.

Em foco, a reciclagem da vida em prol dum Planeta vivo.