SERÁ QUE DESPERTAMOS TARDE DEMAIS?

O alarme ambiental soou há dois séculos. Exatamente em 1827, o cientista francês Jean-Baptiste Fourier alertou para os efeitos nocivos que poderiam ser causados pela poluição atmosférica, com o aumento da temperatura terrestre causada pelo fenômeno que conhecemos hoje como efeito estufa. Mas, na época, como eram mudanças pequenas foram negligenciadas.

Novamente por volta da década de 1960 o alarme voltou a soar de maneira mais forte. Mas a humanidade, sonolenta, não despertou de imediato e só começou a abrir os olhos para o problema a partir da ECO- 92. De lá para cá, os temas recorrentes são mudanças climáticas, aquecimento global, efeito estufa, derretimento das calotas polares, escassez de água, poluição de rios e do ar. Agora, as palavras de ordem são educação ambiental e sustentabilidade. Os principais apelos são para o uso racional dos recursos naturais e a moderação do consumo.

Chega-se à conclusão de que somente agora os humanos começaram a visualizar o tamanho da encrenca em que se meteram por conta da expansão, da produção e do crescimento que promoveram e ao qual deram, erroneamente, o nome de desenvolvimento - um desenvolvimento alicerçado na irracionalidade e feito de forma insustentável.

Naturalmente, toda essa movimentação acontece nos nossos dias por conta da preocupação (tardia, diga-se de passagem) da humanidade, que nos últimos dois séculos viveu explorando o planeta de forma predatória e deixando de observar leis naturais.

O resultado não poderia ser outro senão este que estamos vendo. Os prejuízos causados ao meio ambiente foram inúmeros e hoje convivemos com alterações no clima do planeta e o aumento do nível dos oceanos, comprovados pelos registros científicos que apontam os valores médios ou desvios da média de temperaturas e do volume dos mares ao longo dos anos.

Preocupado com o futuro, no presente o homem corre contra o tempo para tentar reverter os erros cometidos ou pelo menos minimizar os efeitos negativos causados. O caminho a percorrer é longo, mas, felizmente, esses humanos começam a deixar de lado o sentimento de apego ao patrimônio (responsável pela demora nas ações de mudança) e começam a ser movidos pelo sentimento de medo da morte anunciada.

Parece que a insensibilidade dos indivíduos começa a chegar ao fim e eles estão começando a perceber que para deter o processo degenerativo global são preciso ações coletivas e individuais. Torçamos para que a humanidade não tenha despertado tarde demais!