O LIXO NOSSO DE CADA DIA

De vez em quando eu me deparo com alguma matéria na imprensa relacionada às sacolas plásticas, essas que a gente ganha nos supermercados para embalar os produtos.

Pois bem. Eu estava pensando no assunto, sobre o problema do plástico na natureza e a poluição que o mesmo provoca. Eu bem que gostaria de aderir a uma campanha que abolisse o uso das tais sacolas plásticas.

Porém, eu me sinto impedido ou incapacitado de exercer o meu lado ecológico. Porque vejamos: eu tenho o meu lixo diário na minha residência e preciso descartá-lo, jogá-lo fora. Se eu não utilizar as sacolas plásticas, como eu farei para acondicionar o lixo? Ah, sim, eu posso utilizar o saco plástico próprio para o lixo. Mas o problema do plástico não continuará mesmo assim? Se eu optar pelas sacolas especiais biodegradáveis, essas custam muito caro. Outra alternativa: talvez eu pudesse utilizar as folhas do jornal velho.

E matutando, matutando, eu me vi perguntando: mas de que adianta eu separar o lixo, reciclar o lixo e deixar de utilizar as sacolas plásticas se os funcionários da limpeza pública “ajuntam” tudo novamente no caminhão? Mistura-se tudo de novo: lixo orgânico, resto de comida, papel, papelão, vidro, plástico, as sacolas plásticas, o próprio saco plástico do lixo, as garrafas PET, alumínio, metal, etc., etc.. Assim, seria inócuo o meu trabalho.

É sabido que praticamente toda a população não pratica a coleta seletiva do lixo. Faltam instrução, equipamentos e ensinamento de como separar o lixo e acondicioná-lo corretamente. E também as prefeituras não estão devidamente aparelhadas para tal. Então, novamente eu pergunto: de que adiantaria eu separar o meu lixo – orgânico, papel, plástico, metal, vidro – e deixar de utilizar as sacolas plásticas, se o serviço de limpeza pública não está preparado para manusear o material da forma como deve ser feito?

Para que a coleta seletiva do lixo e a substituição das sacolas plásticas por outro produto não-poluente tornem-se uma realidade no Brasil, faz-se necessário a participação de todos os cidadãos, obviamente, mas principalmente o aparelhamento do serviço de limpeza pública. Desde a separação do lixo nas residências, o seu acondicionamento correto, passando pelo serviço de coleta dos caminhões até o seu destino final, onde deve haver mão-de-obra qualificada para o reaproveitamento do material reciclável, além dos demais procedimentos que visem à preservação do meio ambiente.

Washington Berto

Araxá-MG