CADÊ A PROVA?

A questão se levanta:

Se o vento beija a face da jovem,

e ela não se afasta,

e ainda diz que não foi beijada,

qual é a prova, se ninguém viu o vento?

Se a linda donzela

se contradiz

e agora afirma que o vento a beijou,

qual é a prova, se é invisível o vento?

Se a mata diz que não é mais virgem,

porque o vento a penetrou,

qual é a prova, se o vento é fresco?

No julgamento, o qual me proponho presidir,

do qual sou carcereiro,

Ministério Público Federal e Judiciário,

para prolatar a sentença, " não tenho provas.

Convicção me basta"!

Condeno-me ao ostracismo,

por ter sido ladravaz, no insólito julgamento.