COM ESTAS PALAVRAS, LULA VATICINOU: NÃO TROCO MINHA DIGNIDADE, PELA MINHA LIBERDADE
O mundo está cheio de bons samaritanos. Mas temos que compreendê-los, por qual ótica? Do cinismo, ou da sem-vergonhice? Por que repentinamente a bondade ao Lula? -- Eu pensava naquela ocasião.
Quando a esmola é grande, o santo desconfia. Os novos arranjos, eram falsos, infames, escondiam nas entrelinhas, tanta canalhice, porque , entendia-se , de pessoas desse naipe -- falsas, mesquinhas, que jamais esperava-se compreenderem o grandioso gesto de dignidade de quem nunca se dobrou à própria honra, e não aceitou barganha.
A sua resposta foi clara e cristalina:
"NÃO TROCO MINHA DIGNIDADE, PELA MINHA LIBERDADE "!
Seus algozes não hão de entender, nunca , a fibra de um homem de 74 anos, que havia perdido a esposa, dona Marisa Letícia, o irmão, o neto, Athur, de sete anos , que mesmo manietado, preso sem provas, injustamente condenado, não se entregou às manobras, não aceitou meio termo -- ser libertado em regime semiaberto, porque crime algum cometera. Não aceitou o menos, por lhe caber o mais: a integridade de sua honra.
O arranjo, mesmo sendo um direito à progressão da pena, na sua ótica, e de todos os que prezam pelo bem maior, a dignidade pessoal, lhe feria a honra, razão de não ter se curvado à barganha, qual seja, receber a liberdade em meio termo, aviltada numa permuta espúria; só a receberia , senão plena de direito -- livre das masmorras prisionais, fazendo justiça a crime algum, ter cometido. Preferiu continuar preso, a se render a arranjos desse teor, se não fora para lhe restituir a liberdade plena, reitera-se, por crime algum ter cometido.
Lula não se dobrou. Não aceitou meio termo. Outro o faria, por não aguentar tanta injustiça -- privação de estar no convívio da família -- filhos, netos e demais parentes.
Há, de o Brasil ,um dia, se penitenciar de ter encarcerado seu líder maior, por crime de delito "indeterminado" .
Lula saiu-se maior, mais altaneiro, dessa infâmia perpetrada contra ele, preso político que fora. E seus carrascos, no lixo da história!
Marizete Matos