ASCENSÃO E QUEDA DO EX-JUIZ-CELEBRIDADE

A vida como ela é: Seus caprichos, suas regras, suas imposições sob a marcha célere ou cadenciada do destino.0ntem o sucesso, a aclamação pública, os mimos, as congratulações pelos seus audaciosos feitos, as palestras, os prêmios conquistados. Hoje, o ostracismo, a vertiginosa queda, o retorno ao limbo do qual veio.

A reviravolta inserida pela mão invisível do destino, onde a vida paga pra ver , fez eclodir , ainda no bojo das celebrações de tietagens ao ex-juiz-celebridade seu lado obscuro, desnudando suas contradições, suas incongruências e suas diversas irregularidades na condução dos processos judiciais, deixando à mostra, inúmeros atos que fugiam à correta aplicação das leis no que diz respeito ao modo de proceder de um servidor público , destacando negativamente arbitrariedades: abusos de autoridade, ações espetaculosas e persecutórias com o fito de humilhar e jogar para opinião pública que determinados réus eram culpados , sem mesmo terem passado pelo competente julgamento judicial.

Aqueles que zelam por uma correta aplicação da Justiça , pautada pela isenção e imparcialidade do juiz, jamais compactuariam com as agressões ao direito de defesa, ao princípio da presunção de inocência; jamais compactuariam com a prática de expedição de conduções coercitivas sem motivos plausíveis para tais; jamais compactuariam com prisões preventivas a se perderem de vista, com o intuito de configurar pressão psicológica contra presos que acossados , falam o que existe e o que não existe , entregam até os parentes e os melhores amigos, inventam narrativas para incriminar alguém a gosto de quem o está pressionando para livrar-se da prisão; os juristas zelosos pelo cumprimento da Constituição, jamais compactuariam com os atropelos de prazos recursais e condenações sem provas ( " por atos de ofício indeterminado ").

Pontua-se que as ações do ex-juiz da República de Curitiba, referendadas por uns quantos que faziam vistas grossas a seus atos nada republicanos, não passavam de diatribes, para não dizer -- corruptela do Sistema Judiciário brasileiro.

Aquele que veio a ser um cidadão badalado, festejado em quase todos os recantos brasileiros, surgiu como um meteorito e logo se formou ao seu redor, um séquito de fanáticos deslumbrados, que cegamente o seguiam como magistrado dos magistrados, persona de proa, com um verniz de dignidade, austeridade e bravura, a quem em altissonante coro o Brasil prestava culto!

Em pouco tempo, o ex-chefe da décima terceira vara Federal de Curitiba , aquele que tocava o banjo tanto no Ministério Público quanto no Judiciário , conforme vazamentos dos hackers de Araraquara, foi consagrado ao mais alto pedestal do estrelato, ungido a Super-Homem, colosso da raça , titã entre titãs de fino trato, a habitar a Terra, pondo a populaça em alvoroço na esteira da sua grandiosidade, incomensurável popularidade que lhe acrescia fartos benefícios onde quer que estivesse, e assim, não se fazia de rogado, a distribuir autógrafos, a responder aplausos com sorrisos e acenos, a ministrar palestras nababescamente remunerado.

0 ex-juiz da malfadada operação Lava Jato, era endeusado por milhares de fãs país afora, em quase todos os rincões da nossa pátria glorificado como pessoa à qual muita gente queria seguir os passos, correr atrás dos aplausos, abraços e autógrafos -- o homem do momento, colhendo os frutos de um elevado prestígio, cujo noticiário da mídia , seu nome dominava diuturnamente: o magistrado que ousou condenar ricos e poderosos, políticos e altas personalidades, até um ex-presidente da República ousou condenar, referendado pelo TRF4.

O senhor Sérgio Fernando Moro fora aclamado como estrela de primeira grandeza, chegando rapidamente ao apogeu, o ápice na carreira Judiciária que lhe dava respaldo até para cogitar a pretensão de ser Ministro do STF, ou Presidente da República.

Não era mais um juiz. Era um justiceiro, um paladino da Justiça, juiz dos juízes, consagrado vulto olimpiano, no panteão da história seu nome grafado, por super-herói tido, a quem prestavam loas, o premiando com destacados troféus de suma importância no cenário nacional e internacional: Prêmio O Homem do Ano (2018) --EUA, Prêmio Faz a Diferença de o Globo (2015) elevando-lhe a planta de gigante.

Num inusitado momento, a derrocada -- o destino irônico e mordaz , que " ilude aos ávidos por fama e riqueza , fez a sorte mudar: " reservara-lhe então, um triste ocaso de vida -- um terrível golpe -- pondo em ação olhos e mãos invisíveis, inesperadas, inclementes ao homem , enfim , desfizeram a farsa , mostrando o lado controverso daquele que corrompeu a Justiça e não pôde negar a veracidade dos áudios , mensagens e textos acuradamente vazados, daí um passo célere para ter sido julgado e condenado pelo Supremo Tribunal Federal como juiz suspeito, incompetente e parcial, no jargão futebolístico, juiz ladrão!

Caída a máscara, viu-se que, o ex-juiz não tinha estofo para ser o tal colosso que se apregoava no fosso de suas muitas contradições! ...

Logo foi desidratando. Rapidamente abandonado por não ter mais serventia.

Insosso e sem brilho, se perdeu no labirinto da incompetência. Uma simples ventania, fez a falsa muralha desmoronar no chão, é que, fora na verdade, um engodo, algo construído na perfídia e falsidade, um pigmeu, uma fraude a quem como grande incensaram!